Logo após o Van Dyck, apanhei o barco para ver uma interessante exposição sobre o construtivismo Russo e as suas duas maiores figuras, Rodchenko & Popova. A exposição começa em 1917, ano da Revolução e numa fase madura de ambos os artistas, num país violento face a escassez de comida.
A construção e composição dos elementos no construtivismo é de uma elegância quase mecânica. A engenharia fornece muitos conceitos, e parte da imediatez está em arranjar os materiais cientifica e objectivamente, numa reconfiguração do significado de arte. Não é objectiva, usando formas cuneiformes e circulares, mas com composições aperfeiçoadas e forte infusão de cores, principalmente na sua fase mais avançada, o que acaba por distinguir o movimento do cubismo.
As linhas ocupam tanto um espaço bidimensional como poli-angular, sendo o elemento fundamental, existindo por sua própria validade, mas também como enquadramento da forma e como a sua continuação no espaço. A organização Russa que pauta inclusive a actividade criativa é disposta em desenhos, pinturas, cartazes e muitos outros items, destes dois artistas soberbos e tecnicamente perfeitos na sua precisão.
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