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Não vai haver updates até Segunda-Feira. Na Quarta à noite fui jantar a casa do André que tinha marcado uma viagem para vir para cá. Cheguei a casa, £350 ida e volta e um ou dois telefonemas para arranjar a agenda era uma tentação demasiado grande e 12 horas depois já estava no avião. Jantámos, passeámos e dormimos, vai ser agora o segundo dia.

Esta é a primeira fotografia que foi tirada. Joseph Niépce fê-la em 1826, com uma camera obscura a apontar a janela do segundo andar.

Não sendo um conhecedor do universo da Marvel nem da DC Comics (só lia Tintin e procurava o Wally), desde que a primeira das 7 partes de Civil War foi lançada em 2006, que tinha curiosidade em ler o trabalho escrito por Mark Millar, e agora com a edição de todos os volumes num só livro, decidi arranjá-lo.
O começo desta novela gráfica é estranho, com os super-heróis misturados no mundo real. Ao filmarem um reality-show a apanhar inimigos, há uma explosão que mata centenas de pessoas, o que faz as pessoas questionarem o papel dos super-heróis na sociedade. O Iron Man decide que eles devem ser treinados e regularizados, mas um movimento liderado pelo Capitão América luta contra isso, criando duas facções opostas que entram em combate. Como disse, não sou conhecedor destas andanças, mas achei que é desapontante uma questão que para eles parece ser tão vital, depois ser resolvida apenas pelo Capitão América se arrepender.
No entanto, há que dizer que os desenhos de Steve McNiven e o trabalho do resto da equipa a colorir as imagens, é soberbo, com cada tira a ser mesmo uma obra de arte.

Uma peça muito ambiciosa de Lars von Trie, Dogville é uma cidade, aqui analisada em nove partes. Filmado num armazém na Suécia, as referências que os cidadãos fazem são apenas virtuais, pois quase nada existe no cenário para além dos habitantes e do negro que expande o espaço até ao infinito. A parte central da história é Nicole Kidman (excelente) que ao buscar protecção nesta comunidade do Colorado, oferece o seu trabalho, o que vem perturbar a ordem. Com quase três horas, é muito peculiar e talvez excessivamente longo dada a falta de acção, mas é um exercício de cinema interessante.

Lançado em 2008 e ao que parece o filme que vai dar o Oscar a Kathryn Bigelow, The Hurt Locker é passado durante a ocupação Iraquiana por parte das tropas Norte-Americanas. Não vou dizer que não gostei, mas talvez tivesse demasiadas expectativas. Acho que parte do sucesso do filme vem da constante presença nos media e do impacto social da guerra no Iraque, bem como da obsessão por jogos como Medal of Honor ou Call of Duty. Se o filme explora bem os momentos de tensão e a câmera tem planos fantásticos, acho que temos apenas quatro ou cinco personagens num filme inteiro, o que podia ter sido melhor desenvolvido.

Filmado com cores muito vivas, Mystery Train de Jim Jarmusch reúne três histórias na mesma noite em Memphis, Tennessee.
Um casal de Japoneses chega a Memphis e enquanto ele prefere Carl Perkins a Elvis, acabam por ir visitar Graceland. Uma Italiana fica presa em Memphis por não ter vôo de ligação e acaba por partilhar um quarto no mesmo hotel que o casal Japonês e tem uma visita do fantasma de Elvis. O namorado da companheira de quarto dela é Joe Strummer a quem chamam Elvis, e é ele o protagonista da terceira história.
Não faz muito sentido, mas até é um filme engraçado. É a perspectiva de cada um do mesmo momento, até que as histórias se cruzam no comboio de regresso.

Foi-me emprestado este livro já com alguns anos, Design em Aberto que reúne 27 artigos sobre o design, na maioria de autores Portugueses e Italianos. Não há um tema unificador, e individualmente, versam sobre diferentes momentos históricos. As considerações, entre outros temas, são sobre design industrial, a moda ou os relógios, bem como as habituais aproximações a uma definição de design que seja universal e intemporal.

This time we have a different feature. It is with great pleasure that I introduce Andy McCubbin. He was a great discovery for the Organic Anagram Industries, and we are very pleased to work with him to bring his work Precocious in an art print limited to ten pieces. I already have the artist proofs with me, and all I can say is that they look stunning.
Our website is almost finished, we are just waiting to receive the last things for the shop to put it up and running. Meanwhile, join our newsletter. And read the interview.

Hi Andy! First, could you introduce yourself?

I'm a 36-year-old web-developer living in Nelson, New Zealand, with my wife and three children - a dog and two cats. I really like music, horror films, and classic British Comedy.

You work as a web-developer full time, how does your family and the people you work for perceive this talent you have?

I think some of them wonder why I'm working on websites instead of being a full-time artist, but the reality is that there's so much talent out there it's hard to get noticed, and doing websites pays the bills. I do get the occasional "what goes on in your head?!" questions, accompanied by a sideways look.
My parents take an interest in my paintings, but they always say: "it's very well done, but have you ever thought of painting something happy?"

Are you involved in any shows in the coming months? Or any past exhibition you want to talk about.

I haven't had any exhibitions, and don't have anything lined up yet. One of the disadvantages of not having been to art school is that I don't know any other artists or have any contacts 'on the inside'. I'm not naturally someone who likes to blow their own trumpet, so to speak, and started my website just so friends and family can see what I've been painting. I haven't really made much of an effort to promote it online yet, but I realize that I'm going to have to sort myself out eventually.

Even though your paintings have a clear surrealist influence, they are also very skilful depictions of the human condition, seen with a humorous malice. Yet you have not been trained in art school. Why did you become interested in painting?

I've always been quite interested in painting and realized that it was something that I could do. As a teenager I'd raid the linen closet for white sheets and the basement for house paints, and would sit on my bedroom floor for hours painting replicas of heavy metal album covers.
I remember being particularly impressed with Michael Whelan's covers from Sepultura's Arise and Chaos A.D. albums, and painted those two more than once.
I went through that stage for a few years, and a few friends ended up with hand-painted album covers on their walls. I then tried painting landscapes, but quickly got bored with them. I then forgot about painting for over ten years until I finally got the urge to try painting something different. That was in 2006 and I've just kept going from there.

What would you consider your biggest inspirations? These paintings seem to take a long time to complete with a great level of detail, is it easy for you to keep the focus?


My biggest inspiration as far as content is concerned would definitely be real life - there's so much absurdity in the world it's hard not to be affected by it. I'm also a bit of an 'animal-lover', and like to illustrate the fact that humans are, essentially, just chunks of meat too, not special beings that the universe revolves around.
As for artistic inspirations, I would have to say that Terry Gilliam's crazy cartoon segments in Monty Python's Flying Circus made a big impression on me. And of course there are the heavy metal album covers mentioned above. Also, people are posting amazing art on the internet and I often find that very inspiring. If my head is in a bad space, then seeing all the other great art can be a bit discouraging, but I'll have a couple of rums and will get another silly idea, and off I go again. Oh, Hieronymus Bosch is another inspiration. I remember finding out about his art from the cover of Kreator's Coma of Souls album - the weird segment inside the dude's head is a portion of a Bosch painting.

Do you pursue any other artistic form?

I guess you could say that designing websites is artistic, but the clients set up fairly strict and limiting requirements. The thing I like about painting is that I can do whatever I want to, and don't have to worry about someone saying "Oh, I like this bit but could you change that, make that bigger, redo this" etc.
The other thing I enjoy doing is playing guitar. I play in a local hard rock/metal covers band, but really enjoy jamming alone in my room till the early hours. I've been through a few musical styles in my twenty years of playing, but in my old age I've slowly drifted towards the blues.

Last question, what is your aim for the next few years? Do you want to focus on painting full time and have more exposure or you want to keep this steady growth?


I would love to be able to paint full time, but my main goal is to just keep painting. A lot of people look back on a year and measure its success by how much money they made, or how far they were promoted at work. I like looking back and seeing the paintings I've done. I managed four paintings this year, which is a lot for me. I don't like them all, but I figure that I have to try different things in order to find out what works for me and what doesn't.

Thanks for your interest in my paintings!

Andy


Swansea é uma cidade Galesa onde problemas como o alcoolismo vieram com o encerramento das fábricas locais. Por arrasto, veio um surto de heroína que viciou muita da população jovem. The Swansea Love Story é possivelmente o documentário mais forte que já vi. Se quiserem ver quão caótica e degradante é a vida moderna, vejam-no. As pessoas que fazem o documentário têm todas histórias que são tão básicas, que é impossível não ter pena pelo caminho que seguiram, ainda que fosse quase óbvio.

A história de uma praça em Nova Iorque, The Panic In Needle Park é uma das grandes interpretações de Al Pacino. Ao envolver-se com uma rapariga, ambos ficam viciados e a vida desmorona-se em redor. É negro, e é um bom filme, mas pela entrada que vai aparecer a seguir, não me impressionou.

Esta monografia de Anish Kapoor editada pela Phaidon coincidiu com a exposição retrospectiva do ano passado, na Royal Academy.
Confesso que não sou impressionado pelo trabalho dele, mas tive a oportunidade de ter este lançamento com uma dedicatória e aproveitei. Ao longo dos 30 anos de carreira, é possível ver através das muitas fotografias que Kapoor explora bem a côr e forma, para encontrar o vazio. Os melhores trabalhos estão nos anos 90, em que há uma alteração nos materiais e uma maior preocupação com o ausente.
Nas mais de 500 páginas principalmente de fotografias das esculturas, há também duas dissertações, uma entrevista e uma cronologia bastante completa, que incluí uma separada sobre as muitas exposições em que Kapoor participou.

No mesmo ano que foi publicado o livro de Achmed Abdullah, em 1924, ele adaptou a primeira de três adaptações de The Thief of Bagdad, de Raoul Walsh com Douglas Fairbanks. Baseada nas Mil e Uma Noites, o dito ladrão apaixona-se pela filha do califa. O filme é mudo, mas os cenários são gigantes e a história tem muitas reviravoltas. O que fica é mesmo um filme fantástico, muito rico em termos de cenários e representação.

Penso que Introducing Romanticism é mesmo o último livro da série que li. Como a série Introducing me habituou, este é igualmente bom. A violência e a beleza tentaram sempre suplantar-se no romantismo, e a grande variedade de movimentos filosóficos e literários é aqui analisada, bem como a música, contestação e insurgência política. Por fim, vem o romantismo Americano e a exploração de todos os limites até ao Marxismo. Vale a pena ler, já que é desde época que vêem a maior parte dos grandes princípios morais pelos quais nos regemos (ou devíamos).

Transe é um filme com quatro anos da Portuguesa Teresa Villaverde. Não há grandes sentimentalismos, o filme é uma história crua, em que Sónia (Ana Moreira, excelente), emigra e acaba por ir parar a uma rede de prostituição que a leva a toda a Europa.
Se a história é interessante, e em termos estéticos é um bom filme, falta qualquer coisa nele, ou talvez serão algumas cenas longas demais que lhe cortam a fluidez?


Reunido três filmes dos anos 70 de John Baldessari e com perto de uma hora de duração, o material é algo difícil. O primeiro, 4 Short Films é apenas um termómetro a subir de temperatura e a mistura de diferentes cores. Depois em Title, uma exploração do absurdo, é interessante, ainda que sem consistência. Parece-me que este capítulo é só para completistas, já que em termos criativos, este retrato dos anos 70 de Baldessari não é muito entusiasmante. Para o artista, penso que é um exercício viável, já que conserva para a posteridade vários momentos da vida dele, mas há home-videos mais alegres. Em 6 Colourful Inside Jobs, pode-se ver um quarto a ser completamente pintado ao longo da semana. Durante meia hora, com o vídeo acelarado, o quarto fica vermelho, depois laranja, amarelo, verde, azul e violeta.
Dica: como o filme não tem som e a imagem já está acelerada, se aumentarem a velocidade, vê-se tudo na mesma em 4 minutos.

Realizado no Reino Unido em 1986 por Alex Cox, Sid & Nancy recapitula a fase punk de Sid Vicious até ao casamento. Sexo, drogas, rock n roll, que mais há para esperar? Os actores são decentes, e ver assim a encenação de tantos momentos icónicos é um bocado constrangedor, mas é uma justa homenagem.

O filme de estreia de Duncan Jones, filho de David Bowie, tem recebido alguns prémios e boas críticas. Sem nenhum motivo (ou foram as estrelas que se alinharam?), revi 2001: Odisseia No Espaço há dois dias, portanto ao ver outro filme sobre a lua, tenho medida de comparação. E quanto a isso, Moon é bastante fraco. Sam Rockwell como Sam Bell é um astronauta solitário numa missão lunar, e é muito pouco carismático. Talvez no guião parecesse boa ideia, mas ter um mau actor a fazer dois papéis é fatal. A própria ideia de insistir na lua como o futuro é bastante antiquada, e o filme não tem mesmo nada de apelativo na história ou de inovador na imagem. Vejam antes o 2001 também.

Kyle Cassidy viajou durante dois anos para fotografar este livro, Armed America. O resultado final é muito interessante, e como li numa review, cada fotografia tanto pode ser a favor do armamento da população, como usado numa campanha contra armas.
Ao ver a cara de imberbe que os fotografados insistem em manter quando exibem as suas armas, é possível ver a devoção com que clamam o "direito concedido por deus ao melhor país de sempre" para se defender (dele próprio?). É uma cultura doentia que serve gente com horizontes muito curtos. Quanto ao trabalho de Kyle Cassidy, notável, bem apresentado, e a pergunta a que todos respondem, basta: "porque tem uma arma?" É um retrato de uma faceta da América muito bem tirado.

O documentário sobre o artista Jack Smith, que dizem ter reinventado a arte performativa através de diversos meios, vivendo a vida como as fotografias e videos que idealizava, é refrescante. Com entrevistas de colaboradores e amigos, em Jack Smith and the Destruction of Atlantis, temos uma ideia da forma estranha como o mundo dele funcionava. Só pelas personagens entrevistadas e que dão as suas interpretações e contam as experiências pessoais, vale a pena.

Filmado em 1996, esta performance de John Cage conjuntamente com dez artistas e trinta engenheiros da Bell fazia parte de nove noites dedicadas ao cruzamento da engenharia com o teatro. Cage, como pioneiro da cena noise, apresentou uma peça manipulada em grupo ao vivo, que vem também com o incluída em audio. A complementar a performance inovadora e desafiante de Variations VII, nesta embalagem vêm também várias entrevistas interessantes com participantes.

Já o revi muitas vezes, mas a banda desenhada que originou Ghost World é igualmente boa. Não sei se é uma versão revista, pois a paleta de cores limita-se ao verde, preto e branco, e eu já vi apresentações da banda desenhada em azul.
Daniel Clowes lançou originalmente as duas personagens ao longo de 4 anos, nos livros da série Eightball, e o apelo do filme já estava presente aqui. A forma descomplexada e honesta como Enid fala com Rebecca é o que conduz o ritmo do livro e que continua a cativar as pessoas. Vale a pena ler esta versão, que tem menos cenas do que o filme.

Uma retrospectiva de Video Works 1970-1999 de William Wegman, que em quatro horas reune três décadas de trabalho. É preciso ter paciência (e tempo) para passar sobre algumas das coisas a que o espectador é submetido. Coisas do mais trivial, Wegman a lavar os pés, ele sentado numa cadeira, a cantar sem fechar a boca, um cão imóvel numa sala durante muito tempo, são exemplos.
Como é que alguém edita isto, ultrapassa-me. Obviamente que estive a fazer outras coisas enquanto via, porque é impossível perder quatro horas para uma coisa tão sem sentido.

A Casa Sinistra / The Old Dark House de 1932 foi realizado por James Whale e tem Boris Karloff no papel de mordomo, que recebe várias pessoas que se abrigam de uma tempestade numa mansão. A casa está assombrada, e contém perigos mais reais, e começa uma luta para fugirem. Não é nenhum marco, mas parece-me muito avançado para a época, até pelo à vontade dos actores.

De uma fase inicial, I Bambini Ci Guardano foi o quinto filme de Vittorio De Sica. A história de Prico, com quatro anos, é envolvente. A mãe dele deixa o pai por um amante, e Prico vai viver com a tia e a avó, até que a mãe decide voltar quando ele adoece. A ternura e as memórias de criança fazem deste um retrato realista, com grande fotografia e prestações.

Já o disse aqui várias vezes, a colaboração de Luis Buñuel e Salvador Dali em Un Chien Andalou foi dos filmes que mais me marcou, mas revi-o para de seguida ver L'Age D'Or. Este, começa com a obsessão pelos insectos de Buñuel, mas no fundo é uma história de amor, perturbado pelas tradições familiares e pela igreja. Na época o filme causou grande tumulto e foi banido de exibição durante várias décadas, devido ao que a igreja entendeu como ofensas, e apesar de bom, continuo mais fascinado com Un Chien Andalou. O facto de ter partes sonoras e outras de cinema mudo, dá um ambiente algo estranho.
Na caixa, há também um extenso documentário muito bom sobre o propósito de Buñuel, com um final digno de qualquer ser humano nobre.

Menos de 10 anos depois da morte de Jean-Michel Basquiat, saiu este filme homónimo.
Vou resumir a história. Ao aproximar-se o final do milénio, alguém reparou que nunca tinha havido um pintor negro famoso. Então, por algum favor desconhecido (era namorado de Madonna...), alguém desencantou um drogado que prontamente ocupou o lugar sem saber. Por acaso vendeu uns desenhos ao Andy Warhol e viu-se cheio de dinheiro num apíce. Claro que histórias como estas, há muitas. No entanto, ele morreu de overdose, e estava feita a história que era preciso. Quanto ao estilo, básico e primitivo. Mesmo a jeito para quem come o que lhe põem à frente.
O filme de 1996 é decente, foca-se principalmente na relação de Basquiat com Andy Warhol. Jeffrey Wright como Basquiat é muito bom, mas David Bowie como Andy Warhol é ainda melhor.

Tambémde Leitão de Barros, Maria Papoila, a Viseense Mirita Casimiro, que iria casar com Vasco Santana é a rapariga desejada. A partir da aldeia, Lisboa é para eles um mito distante, com que ela há-de tomar contacto. É um filme interessante, com algumas das cantigas do cinema Português mais famosas. O filme é também marcado pela ameaça da guerra e a tropa. É interessante, se isso não for dizer pouco.

Com alguns traços surrealistas, Zéro de Conduite tem apenas 40 minutos. As influências parecem ser da experiência do próprio Vigo na escola. O grupo de rapazes tenta libertar-se da opressão através de acções algo despropositadas, mas é bastante engraçado.

Não sendo o típico fanático, há alguns westerns que gosto bastante. Confesso que dada a fama de Johnny Guitar de Nicholas Ray, estava à espera de melhor. Percebe-se a mudança radical que é ter Joan Crawford no papel de Vienna, a ser dona de um salloon e a ditar as regras, tendo de sobreviver com a pressão constante. Mas fora isso, não há grandes feitos alcançados.
Curiosamente, quando foi lançado em 1953, não foi um filme de grande sucesso. Penso que tem mais a ver com o que o filme representou para alguns críticos quando o viram do que aquilo que ele realmente vale.
Entretanto, em Março de 2010 voltei a vê-lo e gostei mais, pelo dilema em que Vienna está envolvida entre Johnny Guitar e os problemas que ele traz ao regressar ao seu ambiente.

Um clássico de 1957, O Incrível Homem Que Encolheu de Jack Arnold não é um filme de ficção cientifica sem sentido, é um bom filme, ainda que depois de Scott Carey encolher fique um bocado monótono. Mais do que as dificuldades de ver o seu tamanho diminuir ou a incredulidade com que se deparam os médicos e a mulher, o essencial é a luta pela existência e dignidade.
Pelo que percebi, vai ser estreado este ano um remake com Eddie Murphy a fazer de Scott Carey, pelo erro de casting entende-se que vão retirar o humanismo ao filme e vão fazer uma espécie de micróbio num mundo de adultos.

Educada num convento até aos 14 anos, Valie Export tem feito uso principalmente do corpo, através de vídeo e de esculturas, principalmente.
Os três filmes aqui contidos inserem-se na habitual temática feminina da Austríaca. No Primeiro, Man and Frau and Animal, vê-se uma banheira a ser aberta e comportamentos muito estranhos com a água. Em Remote... Remote..., Valie contempla a sua violação e arranja as unhas com um x-acto, e Syntagma, o mais longo, tem piada por ter algum cuidado estético e montagem, sendo até tolerável. Veredicto: uma tarada sexual que dá aulas e teve mais de 20 exposições internacionais.

The Passing é um trabalho de Bill Viola de 1991, num mundo crepuscular, que respira apenas quando nasce e quando morre, numa espiritualidade introspectiva e no contacto com o mundo. A água parece ser a única coisa que agita a vida aqui retratada, e dado ser a preto e branco e em mono, é algo desafiante. Apenas para os corajosos.

Não tenho muita coisa a acrescentar ao que se tem dito de Ricky Gervais. Os três espectáculos que vi, Animals, Politics e Science, são obviamente hilariantes, tendo Politics sido o meu favorito.
No entanto, o que mais choca é mesmo o conteúdo dos extras, em que dá para perceber que enquanto está em cima do palco, Gervais está a encarar uma personagem, pois na realidade ele é um tipo completamente descontrolado, constanemente a rir-se e extasiado.

Esta compilação de Cinema Dada contém filmes de 1921 a 1927. Oito peças de cinema de inspiração Dadaísta, exercícios visuais estimulantes e experiências interessantes, como Rythmus 21 de Hans Richter a jogar com a geometria. Na colaboração no único filme de Viking Eggeling, joga outra vez com as formas, desta vez mais científicas e depois variadas.
Man Ray, com Le Retour A La Raison é mais drástico na mensagem. Pregos e ruído visual, mas também o corpo e o perigo. Entr'acte de René Clair e Francis Picabia é mais formal, tem uma grande montagem, mas obviamente que apela aos instintos Dadaistas, achei muito interessante, até pelas partes invertidas. Le Ballet Mécanique de Fernand Léger e Dubley Murphy é talvez o mais complexo, enquanto que Filmstudie de Hans Ricther regressa às formas, mas também às sombras, de olhos e bolas, musicado. Emak Bakia de Man Ray é bastante bem pensado, e no geral gostei de ver estes filmes.

Fazendo uso de citações de pessoas de vários campos e épocas, Never Use White Type on a Black Background demonstra a validade das regras, contradi-las com humor ou reitera a sua insignificância. São vistas 50 "regras" do design e de moda, com ilustrações muito boas e variadas (o que incluí dois Portugueses).

Killer's Kiss/ A Morte Andou Por Perto é o segundo filme de Stanley Kubrick, em que um lutador de boxe no final de carreira tem de travar uma luta na vida pessoal. Boas interpretações, fotografia óptima, mas nada de mais digno de assinalar.

Um verdadeiro marco do cinema Português, A Severa de Leitão de Barros é uma grande produção, e representa também o primeiro filme sonoro Português. Tem alguns problemas na adaptação do diálogo do livro de Júlio Dantas, e retrata o Portugal campestre, do século dezanove, ao seguir D. João, Conde de Marialva que se viu indeciso entre uma cigana, a Severa, e uma fidalga. Os ambientes de tourada e campesinato ficam muito bem retratados.

Realizado por Roberto Rossellini em 1959, mas situado durante a guerra em 1931, Il Generale Della Rovere é a história de um impostor que tenta passar por general no exército Italiano, mas ao ser apanhado pela Gestapo, para ficar vivo tem de se fazer passar por um líder da Resistência que já tinha sido morto pelos Nazis, para incriminar os outros membros da Resistência.
É um filme para ser apreciado com cuidado, a pureza dele anda em paralelo com a mentira que o público vai descobrindo acerca da personagem. Uma curiosidade, Emanuele Bardone é Vittorio de Sica.

Já temos uma página para o pre-order dos gorros e dos bonés. A quem o fizer, o meu obrigado por nos apoiarem, deu muito trabalho a ter tudo pronto.

http://organicanagram.com/preorder

Fosse eu a decidir, e havia Oscars para Mary & Max. Postas as coisas de forma simples, a haver um filme que eu recomendaria desta década, esta produção Australiana seria uma das mais audíveis. Uma das peças de cinema mais inventivas que já vi conta a história de uma amizade transatlântica entre a solitária Mary na Austrália, e Max, um Nova Iorquino que gosta demasiado de comer. A paleta de cores, a atenção aos pormenores, a forma como a animação consegue ser tão sóbria e adulta, é tudo um encanto. Junte-se os bonecos perfeitos às vozes ternas do narrador e do brilhante Philip Seymour Hoffman, e tem-se um dos filmes mais inventivos de sempre. Sim, é assim tão bom.

Para além de uma das mais extensas carreiras no rap (conhecem mais alguém que tenha tido um grupo com o Big L e outro com o Juelz Santana?), o Cam'ron escreveu e realizou este filme que serviu de promoção ao album homónimo, Killa Season lançado em 2006. É bastante longo, e pelos vistos vai haver uma sequela, presumo que pouco antecipada.
A maneira de filmar é amadora, mesmo ghetto, e o Cam'ron aparece a fazer de adolescente, mas com a idade que tinha em 2006. Não tem qualquer envolvência ou atmosfera, há câmaras a aparecerem na imagem, crianças que foram apanhadas a ver as filmagens de uma cena de tiroteiro, entre muitos outros erros.
Armas, drogas, violência interromperam a carreira de um jogador de basket chamado Cameron Giles (colega de equipa do Mase que depois também iria ser dos Children of the Corn), mas parece ser aí que acaba a parte autobiográfica do filme. Pela maneira de ele falar com os Latinos e Africanos, não acredito que se tenha passado mesmo assim. Se nem a realizar um filme arranja um consultor para saber o que dizer, não me parece que na vida real conseguisse ter estabelecido estas conexões de que fala. São essas e outras ficcionalizações que retiram a realidade ao filme, tais como o excesso de homicídios que não correspondem à realidade.
A musica complementa bem, mas é usada poucas vezes, o que é estranho, pois o filme era para promover o álbum.

Apesar de ter no elenco Vasco Santana, Ribeirnho, Luisa Durnao e Graça Maria, O Pai Tirano dificilmente é um filme digno de destaque, pois parece um filme feito por encomenda. No inicio avisa-se que os patrocinadores são os Armazéns Grandela e a Perfumaria da Moda, que é onde se passa a acção, com um jovem caixeiro dos Armazéns a apaixonar-se por uma empregada da Perfumaria da Moda. A trama leva a que num ensaio da peça O Pai Tirano, ouvidos alheios interpretem mal o que ouviram. Não sendo um filme mau, há seguramente bem melhores.

De vez em tempo aparece-me um filme destes para ver, que não pertence a qualquer categoria. W.R. - Mysteries of the Organism foi realizado em 1971 por Dusan Makavejev e para além de enigmático, arrisca ser absurdo. O que começa como a investigação da vida e rabalho de um psicólogo chamado Wilhelm Reich, acaba por ser quase soft-porn Jugoslavo. Apresenta o sexo como o maior acto revolucionário, mas no fundo é uma conversa entre crentes e malucos.

Composto em 2008 com várias imagens de uma equipa de Akron, Ohio, em More Than A Game vê-se uma geração progredir à frente dos pais, a forma como eles viviam e entrosavam, os sacrifícios feitos por toda a gente para eles poderem jogar por toda a América.
Na high school, fazem uma época invencíveis, que culmina com pessoas a pagarem 300$ para ver um jogo de um deles chamado LeBron. A história parece retirada de um conto de fadas e a amizade do cinco inicial é o que aguenta a equipa nos piores momentos.
O que transporta este filme de Kristopher Belman para outro nível? É que um dos rapazes é LeBron James. Quem me conhece sabe que uma das coisas que me emociona é excelência desportiva e espero este ano ver o LeBron com o anel da NBA. É um documentário muito bom, de pessoas que para além dos sacrifícios, também tiveram as oportunidades para brilhar, mas principalmente a amizade de LeBron, Dru Joyce III, Sian Cotton, Willie McGee e Romeo Travis prova ser o mais forte.

Quando se admira o trabalho passado de um realizador, torna-se sempre complicado ver um filme mais recente. É sabido que a fase final de Billy Wilder não é a mais admirada, ainda assim, tive curiosidade em ver Buddy Buddy, o último filme do realizador.
Os dois actores Jack Lemmon e Matthau complementam-se muito bem numa desorientação em que um tem de fazer um atentado, enquanto que o outro se debatia com infelicidade conjugal. O filme não tem profundidade, mas a oposição deles os dois é interessante no ecrã. Quando tenta o humor, com a clínica sexual, falha.

Livro pequeno, How To Write Better Letters de Cherry Chappell é também bastante útil. Para além de regras de boas maneiras e cortesia, ela serve-se de profissionais de diferentes áreas que têm de lidar com cartas e emails diariamente para darem as suas opiniões em como melhorar, incluindo exemplos. Os objectos de discussão são bastante vastos, desde como melhorar o CV e as cartas de referência, contractos, convites de casamento e as respostas, queixas, entre muitos outros. Útil.

For this new interview, I decided to have a talk with Mike Cheese, the singer from the Infamous Gehenna. There is not a lot I want to add to the questions, as I think it is an intriguing, self-explanatory interview about Holy Terror and Mike and his role in Gehenna. The latest releases from them can be found on A389 Records. Crush all fakes.

I know you are careful with your explanations, so feel free to spread the knowledge freely, it will not be censored or whatever.

I’m actually not that careful with things like this. I just kind of shoot it all out there and let the person writing the article or interview become responsible. I feel like is somebody wants to ask me a question, they should think about the question they’re going ask. They shouldn’t concentrate on what I’m going to tell them before I’ve said a word. So as long as your questions are well thought, or as long as you want to have a discussion, and think about my words after I say them, everything will turn out just fine. 

I used to work for Terrorizer magazine and apparently you and your associates had words put in your mouths (Readers might want to read this to know more about what happened). What are you thoughts on that? Appropriate punishment for those guys?

I’m guessing you quit working for them because you wanted to pursue writing and journalism rather than advertising. The folks over there were interested in selling the product of the advertisers in their magazine. They’re collecting check man. That is really what ties me in a knot. How the fuck are they gonna sit there asking me questions then tell people that I’m from Cleveland. We’re not from Ohio. I don’t listen to the bullshit he equated  me with. GEHENNA is a band that makes music for us. Not for labels. Not for magazines. Not for advertising executives. You smell me?
When the whores at Terrorizer are told by their pimps at the labels “you idiots find something REAL and bring it down to a level that’s fake to help us sell our shit to those idiots looking at all the pretty pictures in the magazine” they do it. They used an article that was supposed to be about something else and threw in their little advertising.
An appropriate punishment. They gotta wake up everyday and live with what they are. I think that’s good enough, ya dig? 

How did you first become interested in the Holy Terror? What is the importance of religion in your life?


It’s strange that you ask me what my interest in Holy Terror is cause I’ve never been interested in anything but me. My whole life I’ve been interested in what I am, and what I do. When Brian D put those two words next to one another, (Holy and Terror) to describe the music of GEHENNA, the words became interested in us. Jack made a call and negotiated a deal for the words and told me those were his now. I don’t really know one way or another but when something is “Holy” it’s revered by the world and worthy of worship. A Terror is someone who creates over unimaginable fear in others. I’ve done nothing my whole life but raise myself as a god on earth, and scare the life out of people. Those words are more a natural part of me than I am interested in them. We were born like this and people will either get it or they wont. Are we pastors? Maybe. Am I god? Without question. Am I a liar and a the Devil? That’s the only truth you’ll ever get from me.
How important is religion? It is all we are to ourselves.

You mentioned the surveillance by authorities of your activities, how careful do you have to be and what is the impact of that in your life?

Nothing has any impact on my life if I don’t let it. You know the way it goes man, if you don’t get caught doing anything you never get in trouble for anything. Unless it’s your time to get caught. Sometimes you gotta weigh it all out and decide on if you need to be out here or in there. I mean we’re all trapped in prisons anyway. Wether you’re going into a factory every morning or you wake up in a cage every morning, you’re stuck.


How is the Holy Terror organized? Is it just individuals working through a communal goal or is comprised of totally unorganized sets of actions?


I don't really talk about that stuff too much.

I guess one of the things that interests me is due to my inability to put Gehenna and Holy Terror in the context of a 21st century life or in relation to the The Process. Would you care to shed some light on that?

There are a whole lot of time periods I could see this band existing in but I don't think we would be a band. Not long ago people like us were able to "move through time" and "shape shift" drifting in and out of towns all over the world working shit jobs as a cover. We could take what we needed from it then leave. So guys like Charlie were helping us paint pictures and teaching us how to build homes outta nothing but dirt. Jack showed us how to put the lights on and keep 'em on. Any of that clear it up for you? If it doesn't let me try this another way...
We play this music cause we need to. We don't have choices other people have. GEHENNA are the conduit for this, and if you call it music, or Holy Terror, or art or violence, or love, I'm cool with that. It's the same way an animal hunts. It stalks prey because that is its survival instinct. Most humans lost that some time ago, but we haven't. So when it's time to do it we do it. When it's time to sit we wait. No matter what happens, beasts like us are here in nature to hunt. We also sing a song and paint a picture of the hunt.

Is is fair to say that Gehenna is your personal life project?

Everybody has some sort of project but this isn't a project. For everybody in the band this is our life. Our projects are things like fixing our guitars, or finding a way to get to a show. This shit is more like an instinct. Recording music for ourselves, releasing music, getting something to eat, drink and take, are all just instinctive compulsions.

Any upcoming things you want to share? Euro tour?

We have a bunch of stuff we just recorded coming out sometime this year. Some split records with CALIFORNIA LOVE, INTEGRITY, BLIND TO FAITH, and a collaboration wit VVEGAS.  A live GEHENNA record. We got the new SANGRAAL 7".  New WITCH LORD stuff on the way. The DEVIL 12" (the DEVIL 7" just came out and it's already out of print), the PENETRATION PANTHERS recordings, the PARALLEL HELLS record is in the works, some cassette reissues were working on, some new DISCREET DOLL BAND music. Some different bands that we've all been writing music for and working on. Some writing and painting. A few shows in the U.S. and we hope to book some stuff in Europe.

Tinha escrito um pequeno trivia meu em relação à Vice, mas não me parece bem expor assim a revista, no entanto quem quiser saber, que me contacte. Chega-se então ao Vice Guide To Liberia, disponível no website deles.
O fundador da Vice é o apresentador deste guia da Liberia. É um retrato bastante negro e eles ou tiveram muita sorte devido aos contactos que compraram com o dinheiro, ou deixaram alguns sustos de fora. Pagar para um general chamado Bin Laden ser liberto parece ter sido o mais fácil, armas, heroína, prostituição, canibalismo, rapto e violações compõem a fotografia. É mesmo agreste, mas está bem feito e tem piada de ver.