Já estão disponíveis os dois prints de Organic Anagram. O preço de 25€ inclui a impressão de alta qualidade em watercolour, um tubo onde ele irá enrolado, portes de envio e umas ofertas. Qualquer questão ou encomenda deve ser enviada para organic_anagram@hotmail.com. Estão assinados e numerados à mão.

Adaptado a partir de uma história de Scott Fitzgerald, The Curious Case of Benjamin Button podia ter sido um bom filme. Se quanto a Brad Pitt (perdoe-se-lhe o sotaque) e principalmente Taraji P. Henson (a negra que se torna mãe adoptiva) não há criticas, os problemas com que o filme se depara seriam evitáveis no papel. É excessivamente longo, quase três horas de duração, e parece que a partir da primeira hora se esquecem do cenário, deixa de haver qualquer envolvência. Cate Blanchett tem a sua parte contada em velocidade de cruzeiro.
A história tinha potencial, um homem retrocede a evolução ao longo de 70 anos de vida, nascendo na América Sulista e desaparecendo numa sociedade mais próxima que a nossa, deixando uma filha pelo caminho. O papel dessa filha como narradora é estupidamente previsivel, quase ofensivo para uma audiência que busca mais, mas nem assim equiparável ao desafio que é compreender uma cadavérica Blanchett na cama, cujos suspiros ocupam cerca de 20 minutos de filme. Com uma sonorização bastante boa, custa a compreender como é que ninguém se apercebeu que aquela cena não funcionava, quanto mais fazer voltar a ela dez vezes. Uma adição inconcebível, pois no original de Fitzgerald, obviamente que não existem menções a New Orleans nem ao furacão Katrina que se prepara para devastar o hospital onde ela se encontra.

E para completar os Quatro Primeiros Filmes de João César Monteiro, Fragmentos de um Filme-Esmola tem claros problemas de narrativa, como a existência de três montagens diferentes confirma. Se a cena da laranja encanta, a longa cena de choro, apenas pode ser entendido como um capricho, ainda por cima depois do inicio prometedor com a ternura e cumplicidade do pai e da filha numa cena enorme sem intromissões.
Existe sempre aquela agressividade e o elemento destabilizador, como por exemplo na máscara de porco e o diálogo que aumenta de tom na sala, enquanto a mãe tenta acalmar a situação. Muito bom mesmo.
A preto e branco, contestatário, Que Farei Eu Com Esta Espada é perturbante, com a sucessiva troca de imagens, uma aparição do Nosferatu no Terreiro do Paço com navios de guerra ao lado e a estupidez dos trabalhadores da NATO em destaque. É crú e resvala para o documentário de época, sendo apenas uma curiosidade e não uma obra de cinema pleno.

E dado o dia, previsível tudo o que se passou nos Oscars, talvez tirando Sean Penn. Não é que houvesse melhor, com o que há, ficaram as contas bem divididas. Para quem, como eu não pode ver em directo, o Homem Que Sabia Demasiado fez uma boa recolha dos momentos que podem ver no youtube.

Apenas uma nota final para um documentário, Snuff. Fala sobre os homicidios em filmes e em como são realistas, usa Cannibal Holocaust e Faces of Death como exemplo, mas depois acaba por falar muito em casos reais de pedofilia e afins, perde todo o interesse e torna-se doentia.

Ainda na fase Woody Allen, Love and Death de 1975 continua a explorar a ideia do romance de época, desta vez na Rússia e na era Napoleónica. O facto de Allen continuar a usar os óculos dá origem a uma piada genial entre ele e Diane Keaton:
Do you think God wears glasses?
Not with those frames.

O filme brinca com o pretensiosismo mas contém uma forte ligação filosófica, com trocadilhos geniais enquanto satiriza com o significado de guerra. Possivelmente hoje não faria um filme a humilhar assim a Rússia, nem é nenhuma obra-prima, mas é agradável de ver.
Já agora, uma nota a quem frequenta este blog por causa dos filmes e livros. Andei ocupado com outras coisas, e como calculam, tudo o que aparece aqui é após eu ver/rever. A partir de agora devo voltar ao ritmo habitual.

O Público juntou vários momentos dos Óscares que valem a pena ser revistos. Marlon Brando a aceitar o primeiro, Tom Hanks e os de homenagem a Charlie Chaplin e Fellini, principalmente

Por cada peça que lançam, fazem 50 péssimas, pouco criativas e recriações de modelos baratos. Podia estar aqui a explicar as diferenças, mas não quero sujar a página com jerseys de Índios nem calções com motas de cross. Fica uma imagem, das poucas coisas que se aproveitam da Supreme Primavera-Verão. Ver tudo aqui. E é rídiculo virarem-se para os básicos e manterem o preço das linhas antigas, quando aquilo custa $3 a produzir.
E já agora, fica aqui uma foto duns Vans que customizei. Não estão para venda, hei-de oferecer a alguma Cinderella que calce tamanho 6, o meu é quase o dobro.

Dei uma entrevista ao Bodyspace. É relativa a Organic Anagram. Vale a pena dar uma olhada pelo resto do site, eles promovem musica interessante e são uma força independente.

Li a palavra “caos” usada por ti próprio para descrever a tua própria música. Consegues desenvolver essa ideia em termos musicais ou estéticos?

Penso que sim. Pollock é caos. Rothko é caos. Magritte é caos. Em termos estéticos, todos eles são um bombardeamento aos sentimentos, uma pessoa olha para aquilo e as ideias que começam a surgir, é como ser abalado por um caterpillar. Sempre me senti bem no caos, porque para mim é natural, não é uma coisa estranha. Havia uma coisa filosófica do Schopenauer com Wagner, acho que a minha noção de musica dissonante vem daí, uma coisa que nos transtorna, que tem impacto.
Mais aqui.
Eu já tinha lido acerca do cemitério de Manila, mas dado que a situação ainda se mantém, achei por bem meter aqui. No cemitério da cidade Filipina vivem mais de 50 mil pessoas. Se em termos urbanisticos, imaginar a transposição de tamanha fatia da população para uma cidade, já é desmedido, quando se tratam de sem-abrigos a viver entre ossos e despojos ainda se torna mais inacreditável. Aparentemente é um lugar calmo e sossegado, e por ser um cemitério para ricos, desde 1884 que ali vive gente.

Acho que foi o meu primeiro contacto com uma tragédia. Desde Em Busca do Vale Encantado que não devo ter chorado num filme. Não me lembro se foi aqui que se iniciou o meu contacto com dinossauros ou se isso foi com a série Dinossauros (em baixo) ou o Denver, O Ultimo Dinossauro.
. O filme é muito bom, mesmo sendo um desenho animado. Ou então sou eu tendencioso por ter um deja vu a cada três segundos. Na fuga para o vale encantando, onde a água prosperava, os dinossauros têm de enfrentar perigos e estabelecer amizades. O filme parece bastante actual, e alguma coisa George Lucas e Steven Spielberg fizeram para o original continuar a ser tão bom. Eu vi-o na íntegra aqui, com óptima qualidade.

Entrevista com Felipe Cruz da Enough, interessante, onde ele fala da génese do netaudio e das netlabels, nos jogos de computador do fim dos anos 80 e inicio dos 90. Um exemplo de dedicação, força de vontade e talento.
Sou colaborador de um outro blog, Orgia Literária, indicado para quem gosta de literatura. A entrada de topo sobre Céline, foi a ultima que enviei.

Everything You've Always Wanted To Know About Sex é uma boa ideia, que infelizmente falha. Principalmente, pela disparidade e falta de ligação dos sketches de cada pergunta, e ao ter silêncios como respostas a piadas, neste caso enfraquece Woody Allen. Tem boas piadas, claro, mas um filme que começa com reis e acaba numa estação espacial não pode ser levado a sério.

Quem Espera Por Sapatos de Defunto Morre Descalço é o início tímido da mais brilhante carreira Portuguesa de cinema, já marcada pelos problemas de orçamento que restringiriam João César Monteiro.
Depois do prelúdio horrível com cortes de cena e zumbido constante, o filme acaba por ser muito bom, com a destreza linguística de César Monteiro a guiar. Apesar de ser de 1970, estes 33 minutos parecem ter pelo menos uma década de atraso, talvez por estarmos a falar de Portugal.Os dois actores principais têm um grande desempenho e a ultima cena com o olhar fixo e desconcertante quase que nos fazem esquecer o principio.

Bananas de 1971 é um dos grandes filmes de Woody Allen, onde ele presta homenagem aos seus dois inspiradores. O humor Inglês e físico de Chaplin e o absurdo de Groucho, combinados numa personagem hilariante que se vê arremessado para S. Marcos, uma hipérbole de Cuba, onde as criticas sociais passam por entre a ingenuidade de Allen. Devia constar em qualquer biblioteca.

Ainda nas comemorações dos 15 anos da Bape, A Bathing Ape é um livro recheado de imagens, com tudo o que os fans da marca poderiam desejar. Disponível em 3 capas diferentes (a minha é a cor de rosa), vem com várias entrevistas e histórias, sendo aquelas do inicio em Harajuku as mais interessantes. Para além de várias peças das colecções, mostram a forma com a marca se expandiu com outros produtos como autocarros, cafés, cabeleireiros e as várias lojas espalhadas pelo mundo. Notável como a visão e determinação do Nigo criaram este império que se associou a marcas como a Nintendo, M.A.C., Disney, Pepsi, entre muitas outras, partindo do interesse dos grandes capitalistas. Se a direcção actual é fraca, a história é inacreditável.

Na versão de 1933 de King Kong, há sempre a premonição de algo colossal para acontecer. Mete água, selva e um King Kong engraçadíssimo, com mais twists que o twitter.
Uma equipa de filmagens que vê a estrela ser raptada pelo gorila gigante tenta depois conviver com ele em Nova Iorque, quando entra na selva, o filme é destituído da modernidade e parece-se então com uma produção que se excede. O dinossauro a lutar com King Kong é soberbo.

O maior suicídio colectivo da era moderna, feito na Guiana, onde mais de 900 pessoas se suicidaram segundo a ordem de Jim Jones, líder do culto People's Temple, iniciado nos Estados Unidos. Assusta pela proximidade, foi em 1978 e pela dimensão de tantas vidas perdidas para nada. O documentário pode ser visto em cima e chama-se Jonestown : The Life and Death of Peoples Temple.

Notorious, o biopic de Christopher Wallace popular como B.I.G. ou Biggie Smalls é uma vida em fast-forward. Se é certo que ele morreu muito cedo (24 anos), a acção salta anos cruciais em minutos. Os cenários de Nova Iorque passam despercebidos, tal é a presença de B.I.G. no ecran, mas podiam ter sido melhor aproveitados. Felizmente não tentaram mostrar que ele nasceu de glock na mão, e a mãe dele deverá ser responsável por essa imagem mais limpa que passa. O final é obviamente emotivo, pois todos ainda cá estão menos ele. E os anos passam...

Bumfights: A Video Too Far conta a história de um grupo de amigos de San Diego que pagava a sem-abrigos para lutarem e fazerem proezas, algumas na onda do Jackass. É interessante pela conversa com os advogados e a cobertura da televisão. Quanto aos motivos e moralidade dos rapazes filmarem aquilo e da sua suposta natureza sádica, a mim não me surpreende, de certeza que quem criou este documentário não cresceu nos anos 90. Ainda mostram as ramificações que o video original teve, incluindo a morte de um sem-abrigo na Austrália, por menores de idade.
The Agony of Jimmy Quinlan também é interessante, dura cerca de meia hora e segue alguns dos 5000 sem abrigo de Montreal. Para eles a cerveja nem é considerada álcool, e realmente eles têm uma pedalada que é raro ver.

O principio de Annie Hall é o melhor possível em Woody Hall, condensado. O filme é hilariante, seja pela constante punição por ser judeu, seja pela adulteração da vida real na história. As cenas clássicas profileram, na fila do cinema (com as referências a Groucho, Beckett, Fellini e Bergman, parecia eu a realizar), Woody e Diane Keaton fazem aquela saída de cena genial, a das lagostas bebés, que é histérica e a que retrata a ingenuidade de Woody Allen, a da cocaína. A miséria que por sobressair tão bem traz felicidade, num filme imperdível.

A sua qualidade artística e o papel de embaixador da fotografia dão legitimidade a este fantástico volume Camera Work, reunindo todas as fotografias postas por Alfred Stietglitz na revista. Seja através da publicação da Camera Work, onde injectava capital regularmente ou pelas exposições na Galeria 291 na 5a Avenida, Stietglitz sempre foi dos nomes cimeiros da fotografia Americana, e as belíssimas fotogravuras envoltas em nevoeiro são intrigantes, e as pessoas retratadas têm algo de muito único. Essencial numa biblioteca sobre fotografia.

A Pimp Magazine lançou Pimp London : The Guide, um guia sobre Londres virada para a faixa etária dos 20 aos 30. Não é muito completo e é mais apontado para turistas. Não revela muitas pérolas escondidas fora da zona Este, mas vale a pena consultar para quem não conhece nada. Está dividido em lojas, bares e galerias, ou seja, parques e mercados ficam de fora, por não serem estabelecimentos.

Blindness é sofrível e não é porque nos sentimos fragilizados pela história. Uma epidemia de cegueira, em que até o "rei dos cegos" aparecer, tem um filme desprovido de qualquer carácter ou emoção.
A parte da joalharia que perdeu todo o significado é interessante, mas o livro em que se baseia a história é insípido, não dava para mais. Não se ganha a consciência de epidemia, de massas, parecendo-se mais com o Lost ou um episódio uma série de privilegiados. Mais um golpe de sorte, para quem a tem mais do que talento.
A voz do narrador dá vontade de deixar de ouvir também.
Em Dezembro estive na Beira Interior, estas fotografias são da área da Serra da Estrela, incluindo o antigo sanatório. Podem ser vistas em maior tamanho, juntamente com outras, no meu flickr. As que se encontram em baixo, estão bastante comprimidas, até no tamanho, por isso recomendo mesmo irem ao flickr.










E já agora, este documentário devia ser posto nos aviões de turistas a viajar para Inglaterra, para verem a mentalidade da classe trabalhadora que não foi capaz de se aguentar na escola. Violência, álcool, promiscuidade, falta de educação, a provarem que não existe excesso de população só nos países em desenvolvimento.
<a href="http://www.joost.com/2989a6g/t/Converge-Interview">Converge Interview</a>
Fica aqui uma entrevista de meia hora com o Jake e o Kurt de Converge, falam do estado das bandas de hoje em dia, de como se distanciam de bandas com advogados, managers e afins. Ainda falam dos projectos pessoais como a Deathwish e os GodCity Studios e o que cada um traz para a banda. São humildes e parecem felizes com a posição que atingiram, depois de todas bandas da altura terem acabado.

Esta entrevista/conferência de Jack Garcia, um agente do FBI fala dos tempos em que ele esteve infiltrado na familia Gambino.