Com o Arsenal de volta 'as victórias, ficam aqui dois videos.



Juelz Santana - Santana's Town
Juelz Dip Dip, Santana Set Set



Baby com os Clipse - What Happened To That Boy

Clap Clap


De Jim Jarmusch, relata os tempos de prisão e a posterior fuga, por três (muito pouco) amigos que o destino juntou. Com Roberto Benigni e Tom Waits, a preto e branco, pela primeira vez. A exaltação do feio, a celebração do nada, gravado na N. Orleães que já não existe. Um caos envolto numa cenografia despida de adereços.
Ou antes das ensaboadelas literárias que aí vêm, decidi ler esta edição fantástica da Afrontamento.



Os Peanuts, ou Charlie Brown, criados por Charles M. Schulz no pós-guerra, não foram um exercício propagandista para levantar a moral da nação Americana, mas um retrato duma sociedade destroçada, sem esperança e sem nada por que lutar. Como o próprio Charlie Brown dizia, o seu humor "não é apropriado para tiras de banda desenhada", dado o carácter abrangente das suas preocupações. Publicado ao estonteante ritmo diário durante décadas, todas as tiras são datadas por Schulz, e se os seus temas discutidos pelas personagens não variavam muito, mesmo ao ler todos de seguida, não é enfadonho deliciarmo-nos com a passividade de Snoopy, ou as brincadeiras de Charlie Brown, ora resignando-se 'a sua infantilidade e aceitando a sua ignorância, ora demonstrando aos leitores que ele exemplifica a criança ideal. A par do Pequeno Sepuku, Charlie Brown e os Peanuts deviam ser introduzidos no cognitivo dos adolescentes pela mesma altura dos ensinamentos Socráticos e Aristotélicos. Para o bem de todos.



A opolência Quinhentista, enaltecida pelo Inglês senhorial de Shakespeare, autor dos escritos em que este filme se baseia, relatando as inimizades entre judeus e cristãos.
Perante todo o drama, sobressai Al Pacino numa demanda pela igualdade judicial.
Uma tragédia de avanços e recuos, Shakespeare clássico e duro, com actores 'a altura dos papéis.


Uma História Simples, de David Lynch, na América profunda, rural, imbecil, mas dócil. Um rol de protagonistas genuíno, que sobrevivem em família desfeitas, agarrando-se somente ao nada que têm. Alvin, velho e doente, faz uma vagarosa viagem interestadual para visitar o irmão que está prestes a morrer. Este, Lynn, sofreu um ataque e 'a mais de dez anos que não fala com Alvin. As imagens daquela vasta América campestre são belíssimas, sob um sol resplandecente que assiste ao reencontro deste dois irmãos no Wisconsin. Apesar dos encontros ao longo da estrada que ilustram as histórias paralelas, esta é uma história de solidão. Tão simples como isso.


Trouble Every Day de Claire Denis, um filme de silêncios, e que por isso acaba por deixar passar despercebida uma banda sonora dos Thindersticks. A história, feita de entrosamentos entre um elenco onde Vincent Gallo se destaca. Os homens, como figura austera, e as mulheres surgem representadas como frágeis, um ser receoso, que escondem sempre algo.
Um olhar diferente, também através da câmara, com ângulos inovadores, que resultam ao ilustrar uma história de ganância e ânsia, o saber esperar para concretizar obsessões mórbidas.


Conquistou a cidadania Angolana por combater no movimento de libertação, e por isso ganhou um tom de escrita, bem Português, com travo colonial. "De Rios Velhos e Guerrilheiros" é um livro com andamento vagaroso, mas notável é a capacidade de escrita de José Luandino Vieira. Literatura pesada, para pessoas feitas, que vai buscar muitas expressões Africanas, criando um envolvimento entre estas terras de que sempre ouvimos falar. Para se descobrir a língua Portuguesa, usada de modo diferente, e sem atentados gramaticais, como esses tais dos Brasileiros.





Uma miríade de soberbas interpretações coladas por Paul Thomas Anderson, que escreve o argumento e realiza, numa obra que segue as vinte e quatro horas de dez personagens singulares, que anseiam por fazer o melhor para si. Os ângulos de câmara aliados a uma fotografia belíssima fazem desta intriga uma experiência quase Lynchiana.
Todos desabrocharam com invulgar genialidade, mas a sua decadência é relatada ao longo dia. A tonalidade sobe e com as luzes intensamente centradas na vida recatada, fora dos focos de luz, o ridículo é exposto. Perante a impossibilidade de igualar as expectativas dos semelhantes, toda a perfeição se esvai.
No fim, unidos pela solidão, cantam a dor. Há coincidências, mas os impossíveis acontecem.



Por fim, revi o Scratch do Doug Pray pela milionésima vez. A penúltima revisão já foi 'a largos anos, mas continua fantástico. Foi um documentário fundamental no meu crescimento, pois demonstrou-me que o facto de eu passar os dias e noites no meu sótão com discos não era assim tão anormal como isso. E mostrou-me o Dj Shadow, que apenas mudou a minha visão de musica (ou adição).


Portugal em livro, quarenta e quatro poemas escritos ao longo de vinte e um anos, retratam os orgulhos e as incertezas Portuguesas. Unica obra publicada em vida, Pessoa lança aqui um olhar ao passado, desviando o olhar do futuro. Usa-se antes as suas palavras:

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...



João Pedro George, que andava a fazer-se de biógrafo do homem que tanto detalhou a sua vida, compila este conjunto de entrevistas de 1992 a 2008, ano da morte de Luiz Pacheco. Se o teor das entrevistas, que acabam por embater umas nas outras, com um esbate na questões discutidas, se torna repetitivo, isso não é dizer que é de uma leitura maçadora. Cada frase proferia por Pacheco é hilariante, desde os seus ódios (mais ou menos) infundados (e nalguns casos subscritos por mim), até aos seus devaneios sexuais, com a homossexualidade, as quezílias entre famílias, a decadência com o álcool e medicamentos, as passagens pela prisão, o panorama literário ou a leviandade perante os laços familiares. Discute quem o ajudou, quem ele abandonou, e mesmo quando insulta os antigos amigos, faz questão de notar que não é um ataque pessoal, e que os admira, simplesmente a obra mais recente é lixo. Um dos ultimos anarquistas que viveu uma vida livre e acabou sem sair 'a rua.
Do seu humanismo, sobressai uma capacidade inesgotável para conversar, que era explorada pelos entrevistadores, os quais depois de longas horas de conversa, dado o cansaço de Luiz Pacheco, ainda ouviam mais umas confissões de que ele se viria a arrepender. Pelo trabalho de divulgação de novos talentos do 'Bloco', entre e o neo-realismo e a opressão do regime, e pela 'destruição', fica aqui um apontamento 'a sua memória, ao libertino.




Fica também este video feito pela Taberna da Resistência.





Farta em referências históricas, a escrita de Baudelaire neste conjunto de histórias colhidas sobre o titulo "O Spleen de Paris", é de uma crueza e encanto avassaladores.
Com uma pertinência na escolha de palavras que só a mão de uns olhos Franceses é capaz de transcrever, é uma agradável (e rápida) leitura, que não deveria ser dispensada.
Publicado originalmente em 1869, dois anos depois da morte de Charles Baudelaire, este pequeno livro com aromas de modernidade é elegante no formato e na escrita, com as histórias a desenrolarem-se num universo paralelo, aglutinadas pelo sentido de narrativa que pauta a sua escrita. Notável de igual modo, é a facilidade com que, dispersando-se por temas tão variados, consegue manter a mesma identidade e sublinhar um estilo muito próprio.


Acrescento uma mixtape que fiz no ano passado. Bastante fácil de ter, e gratuita.
Por ocasião disto:




Torga. Muito poucos, daqueles que receberam a sua estima, se lhe referem como “o Torga”. E nenhum ousa em entrar nos desconhecidos terrenos de Adolfo Rocha. O homem que não representa, mas que é o meu Portugal idílico, com quem partilho a afinidade de vir de nenhures. Ele dos seus Trás-os-Montes, onde tenho raízes, eu da Beira, paisagens pelas quais Torga nutria carinho, documentado no seu Portugal. É a fibra, a genuidade do característico, que neste mundo em decadência se perde, pessoas que aos olhos urbanos são vistas como diminuídas, como se o saloio e aldeão fossem motivos de embaraço.
Uma edição que merece destaque pelo trabalho de pesquisa, na medida em que vai a pessoas que privaram com o humanista/poeta/contista/médico/diarista, tarefa que se presume difícil, dadas as poucas entrevistas que ele deu, e a descrição com que mantinha as suas amizades, onde se tornava expansivo, combatendo com a imagem da inflexibilidade do seu semblante carregado que pautava a imagem pública. João Céu e Silva no entanto, perde várias oportunidades, ou então não as transcreve, pois ao longo do livro, várias vezes, os entrevistados abrem nesgas, mostrando possíveis caminhos para discutir Torga, e ele corta-lhes a fala, para voltar ‘a problemática habitual.
Não cultivo a mesma aura que Torga almejava, no entanto, abro uma excepção neste blog para dizer algo sobre mim. Adolfo Rocha foi buscar o pseudónimo aos três Migueis, de Unamuno, Angêlo e Cervantes. Quanto a mim, não tive a opção e não estou certo se me foi dado o nome de Miguel por S. Miguel ou por Torga, mas quero acreditar que algo nos liga para além do cheiro a terra, de terras inóspitas, onde na solidão foi preciso encontrar um espaço, e para quem o mar é objecto de deslumbramento. Com um saudosismo e alma orgulhosa, devo agradecer então ao Dr. Rocha por me mostrar que o Portugal que eu vejo, já foi reconhecido.

As personagens que ele usa e eu conheci, já escasseiam, como tal, não é surpresa que se esconda Torga dos programas escolares. É preciso é dar modernismo aos meninos, não vão eles ter orgulho nas suas raízes.



Boas noticias. A maior parte do staff da revista Big Brother voltou a juntar-se. Para quem não se lembra, foi nesta revista que o Chris Nieratko (agora escreve para a Vice) começou a escrever, bem como o Knoxville e o resto da equipa do Jackass. E ligado a isso, pareec que os numeros antigos vão ser postos em Jackassworld.com

Não que eu precise, pois tenho demasiadas enclausuradas em gavetas. E parece-me uma boa altura para lhes fazer uma visita.


Quatro páginas de joalharia contemporânea analisada.




Entretanto vi isto :

Penso existir um do ano passado com o mesmo titulo, não sei se trata do mesmo assunto. Não é nada de especial, um enredo circular, com diálogos demasiado monótonos.

Logo de seguida vi o Ratattouille, que eram ainda só nove da manhã. O mais engraçado é o chefe skinner (abaixo retratado) a gritar desalmadamente: "Um rrrrato!"

Aquela que tardava em chegar.

Trivial. Despojado de interesse histórico mas abastado no guarda roupa, agraciado com um Oscar.
Para a soma conta também a nudez ocasional e a inocência constante de Kirsten Dunst a dar graça 'a coisa.
Hoje, dado estar de férias e com insónias, fui a um centro comercial no meu horário favorito, o das grávidas e reformados do jornal. Onze da manhã, é soberbo.

Divertido também, é conduzir pelo googlemaps com um carro em miniatura. Desbravação.


Titulo do filme de 2001 de Aleksandr Sokurov.

É melhor que o Vaticano, é São Petersburgo, diz o fantasma.

O melhor cartão postal de uma Rússia moderna, a espelhar as glórias Czaristas e o seu imperialismo. Rodado numa só cena, com a câmera em gravação continua durante todas as deambulações, A Arca Russa é uma visita guiada pelo museu Hermitage, que se afasta e recolhe nos visitantes colhidos pela objectiva, intrigando-se com as colecções expostas ao longo dos corredores, escadarias e salas.

Ora tentando fazer-se notar, ora evitando, por saber que não são seus os problemas o narrador faz uma busca pelos motivos, analítica e com opinião, opinando.
Por escadas de emergência, imergidas no breu ora por salões palaceais reluzentes, deambula numa época "de génios e de boas maneiras."
Parte revisitação histórica, parte recriação da actualidade com um olhar saudosista, é filmado na antevéspera do natal de 2001, com uma desmesurada infantilidade na crítica histórica, com um painél sumptuoso de cores e luzes.
Mais de 3000 figurantes, ensaiado durante três meses e gravado num só dia, é duma magnitude soberba.

Uma profusão de vozes que discutem nacionalismo e Wagner. Um importunismo insolente nas observações contrabalanceada com momentos de silêncio de suster/cortar a respiração.

Como pode saber o que são os homens sem conhecer a história dos santos?




O motivo porque só quero ser pago em moedas.


No final de contas, Burial não é o Michael Jackson nem o Noel Gallagher.

Another former student is William Bevan, aka Burial, a dubstar artist who enjoys a cult dancefloor following and who likes to retain a Banksy-like anonymity.


Imagens de S. Francisco, California




Andei fora, e amanhã vou para S. Francisco. Fica algo breve.


Set especial de Bearbricks para comemorar uma mala da Fendi (Baguette). Limitado a 1000.


A Colette serve de espaço para a colaboração da Supreme com o sapo Kermit, pela lente do Terry Richardson.