Seven Swords, provavelmente o melhor filme de artes marciais a nivel estético, conta a história de 7 armas diferentes, perante a ameaça do Imperador que tenta exterminar as artes marciais a todo o custo. Os cenários são iluminados brilhantemente.

O mais famoso filme de Bruce Lee, Enter The Dragon é um testemunho de um mestre no topo da sua arte. Uma operação para desmantelar uma rede criminosa numa ilha acaba nesta versão com a fantástica cena da luta dos espelhos, que deve ter sido bem difícil de filmar. E o corpo de Bruce Lee é o maior testemunho artístico das artes marciais.

História da Fotografia de Pierre-Jean Amar, é uma prova concisa da força de um movimento artístico que procurava replicar a pintura no retrato da realidade, mas que acabou por a suplantar graças 'as revistas do século XX apontadas para as massas. A profundidade com que Amar analisa 150 anos de história e evoluções técnicas faz deste pequeno volume uma leitura essencial para os entusiastas.
Dividida em duas partes, a primeira é dedicada aos inventores e 'a história de precedentes da "escrita com luz", como o daguerreótipo e o calótipo, bem como uma explicação química dos compostos dos filmes e de como se processa a sua revelação e das propriedades. A segunda, é dedicada 'a influência da fotografia no contexto social e das suas ramificações, com análises a fotógrafos de todo o mundo, de Cartier-Bresson até aos editoriais de moda modernos.
É uma obra de referência, a que vale a pena voltar, dada a quantidade de dados históricos, cuidadosamente escritos.

A segunda parte da trilogia de Deus, Comédia de Deus, de 1995, faz João César Monteiro ainda maior. Abandonado o niilismo de João de Deus da primeira parte, ele é agora proprietário de uma gelataria. Os diálogos são soberbos, bem como a fotografia, um pilar da estética de César Monteiro. É incrível a audácia como guionista, que o leva a arriscar em camera o que poucos fariam em pensamento. Esta versão final, depois do plano inicial que incluia Veneza e Paris ter sido cortado, só tem um contra, a excessiva duração, mas desculpável após atenta análise da quantidade de cenas chave que tão magistral filme tem.

Philosophy de Philip Stokes é um manual sobre a filosofia ocidental desde os Pré-Socráticos até 'a actual América. São necessários alguns conhecimentos de filosofia para compreender algumas das ideias de que se fala, mas o leitor médio vai alargar os campos de interesse, com os profiles bem escritos, aliados de imagens e de uma bibliografia essencial. Um primeiro passo.

I'm Your Man diz Leonard Cohen. Não é nem documentário, nem concerto, nem filme. Por ocasião de um concerto de homenagem na Austrália, filmou-se esta retrospectiva, com Cohen a falar sobre a carreira enquanto outros cantores interpretam as musicas. Quanto a isso, era perfeitamente dispensável, pois soam todos desajustados a musicas tão pessoais e que levaram tanto tempo a aperfeiçoar, mas mais dispensável só mesmo Cohen a cantar com os U2.

Uma dose dupla de amores que giram 'a volta da guerra. O celebrado The Notebook é uma história da América sulista, onde uma herdeira vê-se impossibilitada de dar seguimento a uma paixão de Verão que deixou marcas, com cenários fantásticos, e uma história no presente a completar bem o drama de fundo.

O Paciente Inglês deu a Anthony Minghella nove Oscares em 1997, bem entregues. Ralph Fiennes perdido pelo Sahara, amor, compaixão e companhia ilimitada, mas vale a pena.

Em formato de bolso, A Book of Surrealist Games compilado por Alastair Brotchie é ainda assim muito completo. Os jogos, mais de 30, são divididos entre linguagem, visuais, e perguntas para mudar o mundo. A base dos jogos é o automatismo, a capacidade de produzir sem pensar, preenchendo aleatoriamente e fazendo livre-associações. Na sua maioria são precisos vários parceiros, mas contém também técnicas que podem ser exploradas individualmente.

Plastics Handbook, escrito por Chris Lefteri é bastante explicativo. Analisando imagens de alta qualidade de artigos do dia-a-dia, são mostrados mais de 200 tipos de plástico e as suas aplicações, desde os mais comuns, até aos DVDs que perdem o material gravado ao fim de 48 horas. Nunca tinha pensado haverem tantas variedades, pois chamamos a tudo plástico, mas ao ver aqui as diferenças e as utilidades dadas, realmente serve para tudo.

Amarcord de Federico Fellini é um clássico da década de 70. Explora as privações e em como o fascismo e a influência da igreja influenciam a perversão da mente dos jovens, interessados em explorar o que lhes é negado. A fotografia é excelente, e os ambientes memoráveis, exemplares de toda uma estética. Escrito também com imenso humor, privilegiando o nonsense, porque no fundo, todos procuramos por uma mulher no cimo de uma árvore.

Apesar de não contar com as mesmas personagens, A Herança de Eszter pode ser visto como um enredo paralelo ao de "As Velas Ardem Até Ao Fim", com inúmeras referências ao longo desta novela que conta a espera de Eszter por reencontro com o homem que lhe tirou tudo e volta para mais. Os ambientes rusticos, das casas com grandes salões e madeira a forrar as paredes voltam a servir de habitáculo a desavenças familiares, onde o tempo comanda a acção, estendo-se ao longo de vinte e cinco anos. O estilo de Sándor Márai prima pelo rigor e capacidade de revirar uma história extremamente descritiva.

Recordações da Casa Amarela. João César Monteiro protagoniza aqui talvez o mais brilhante momento do cinema Português, sobejamente reconhecido em festivais. As vertentes em que esta obra se divide são tantas como as do desejo de um homem distinto, que se perde por entre mulheres (esquecendo a mãe), e bebida. Não me alongo na descrição, pois os diálogos ora escritos por João César ou roubados a obras clássicas, valem só por si a visualização deste filme que tanto espelha o mais puro realismo como o deixa esvair-se numa cortina de fumo.

Seguindo a tradição de James Locke, incutindo a questão pragmática patente na análise deste 'a problemática da... Certo, não importa. We All Live In a Perry Groves World é mesmo um livro de futebol, de um jogador quase desconhecido que teve comedido sucesso no Arsenal, na equipa que ganhou o titulo em Anfield em 1989. Não sendo nenhuma Encyclopædia Britannica, o livro de Perry Groves é interessante pelo exemplo de perseverança e pelo humor usado por um homem consciente das suas capacidades, e que no fim fica contente por ter representado o clube do coração. As tropelias com treinadores e colegas valem a pena a leitura, no entanto não sei se o livro tem edição comercial, dado ter sido uma oferta com o pack de sócios desta época do Arsenal.

Em 2003, Scorsese aliado de seis outros realizadores lançou-se 'a exploração do Blues, e os filmes foram todos lançados numa caixa essencial para quem gosta de jazz ou blues. Os filmes estão todos recheados de performances históricas, de arquivo, e cada realizador explora 'a sua maneira. Clint Eastwood senta-se ao piano com artistas como Ray Charles e Fats Domino, a rever carreiras, Mike Figgis explora o blues no Reino Unido e os seus intervenientes, enquanto Marc Levin põe Chuck D dos Public Enemy e Marshall Chess, herdeiro da Chess Records, a percorrerem Chicago, juntando em estudio muitos dos musicos da velha escola para novas versões com Common ao leme.
Em termos de fotografia e entrosamento da história com as filmagens de arquivo, Charles Burnett é o mais exemplar, no entanto a história ficcionada acaba por se tornar desinteressante 'a vista por exemplo do filme de Richard Pearce, que vai a Memphis ver os heróis esquecidos, e os volta a por na cidade a tocar, faltando meios técnicos, mas compensando em espontaneidade e emoção. Wim Wenders leva o blues em termos pessoais, focando-se em Skip James, Blind Willie Johnson e J.B. Lenoir, os três artistas que ele mais admirou. Por fim, Scorsese tem o filme bastante interessante, indo ao Mali procurar as raízes do blues e com Farka Touré a dar lições de vida pelo meio.
Uma obra que deve ser entendida no seu todo, como diferentes faces da mesma moeda. Os sete filmes completam-se uns aos outros.

Em Lost Highway, David Lynch ameaçou o estilo que havia de dar maiores sucessos. A América perdida continua lá, com os perdidos a vaguearem por lá. Fred Madison vê o assassínio da mulher não em directo, mas através de cassetes de vídeo enviadas pela melhor caracterização do medo desde Lugosi (talvez a comparação que eles procuraram). Ainda assim, muito interessante, como Lynch é sempre.

Nobel já no século XXI, J.M. Coetzee, Sul Africano, teve este Desgraça distribuído com a Sábado a um preço módico. É um livro fantástico, que mostra a queda de um professor universitário, David Lurie, que após dois casamentos falhados, perde o emprego por se envolver com uma aluna e se vê obrigado a regressar a casa da filha. A história é incrível e mantém-se linear, apesar dos pormenores viciantes que vão sendo adicionados. Sem duvida um autor a explorar.

Na continuação dos Roths, desta vez é o Todo-o-Mundo. Não é um livro extraordinário por si próprio, mas continua fiel aos assuntos e estilo de Philip Roth (Não encontro a entrevista mais recente ao Observer, mas fica esta ao Guardian), lendo-se facilmente. A morte, presente como sempre, a doença e a velhice de um reformado a tentar voltar a viver, lembrando-se que o seu tempo já passou.
Um post um bocado longo.


Mondrian - De uma série da Taschen a preço bastante acessível, este livro é dedicado a Mondrian. De um traçado original, lançou-se no abstraccionismo e no rigor cientifico dos traços e cores, movendo-se entre Paris e a nativa Amesterdão. As famosas composições podem ser observadas em museus pelo mundo fora.


Fernando Botero, provavelmente o mais famoso pintor Sul Americano, desde os 19 anos conquistou uma audiência dada a versatilidade de estilos presentes na sua pintura, mas com o amadurecimento de um estilo que traça a evolução dos naives, tornou-se mundialmente conhecido. Vale mesmo a pena ver as "aberrações" (em termos ergonómicos das figuras, belíssimas, pois em termos técnicos são fantásticas) que produziu no inicio da carreira.
Mais interessado nos mestres Italianos do que nos movimentos modernos, lançou-se a Madrid e depois Paris e Itália, onde continuou a absorver até partir em direcção ao México, ponto central das artes do continente Americano. Mantendo-se fiel a uma herança latina, Botero tornou-se mundialmente famoso com o trabalho desenvolvido, solitário, em Nova Iorque.
Cenas familiares e clericais tornaram-se a preteridas, sempre exaltando a magnificência da gordura (ainda que Botero diga que não pinta gordos), vista como positiva na cultura latina.



O livro dedicado a Hundertwasser, que não era o nome de baptismo, versa sobretudo na causa naturalista e na descontrução da arquitectura que este Austríaco almejava. Não celebra o pintor, porque verdade seja dita, era bastante desinteressante, mas ainda assim vale a pena ler, especialmente pelas amostras filatélicas e pelo exotismo deste cidadão do mundo.


Como é possível ver pelo que ponho aqui, há tipos de filmes a que eu não dispenso tempo, no entanto como ultimamente mos arranjam, vejo-os enquanto estou ocupado a fazer outras coisas, vou pô-los aqui de vez em quando, sem imagens.

American Pie 2
Quem cresceu durante os anos 90 sabe o que esta série significa. Talvez se venha a tornar numa obra de referência desses tempos. Estou a brincar, serve apenas para descontrair e rir, infelizmente muitos dos estereótipos são reais.

Batman Dark Knight
Não sei se por excesso de publicidade nos media, mas esperava mais da prestação de Heath Ledger. Christian Bale, esse sim, tem uma presença austera, e em termos de efeitos visuais, é irrepreensível.

Transformers
Cresci com os Transformers, mas só aos 50 minutos se vê o primeiro. Podia ser uma história muito diferente dada a tecnologia disponível actualmente.
E já agora, os Transformers é suposto serem portentosos, não escanzelados, mas claro que dá para excitar com a aparição do Starscream.
O mais decepcionante são os clichés, os humanos que estão perante uma grande ameaça, no entanto nenhum morre, a aparição de duas loiras no meio da confusão, a história romântica pelo meio. Deve haver quem se sinta preenchido com isso.
Avenest é um livro de luxo bianual, lançado por artistas nos Estados Unidos. A encadernação e a forma como o produto é apresentado são distintas, vindo com uma capa e posters de oferta. O preço é algo alto, cerca de 30$, mas a edição limitada a 1000 cópias justificam-no. Uma curiosidade no modo de financiar o projecto, os cerca de 30 artistas em cada volume oferecem uma obra para leilão, e com o resultado disso, vêem o trabalho publicado na Avenest, suportando assim os altos custos de edição.
Dada a edição limitada, não é certo que ainda se encontre disponível, no entanto a minha foi enviada pela Deathwish Inc.

Portugal está aqui todo. Não explica, mas aparece todo demonstrado. Apenas dois anos depois do 25 de Abril, Veredas é um filme brilhante e que deve ser visto com o maior interesse pelos Portugueses, principalmente aos meninos da cidade que acha que Portugal vai de Alvalade até Cascais. Genuíno, com um trabalho fantástico com os idosos nas aldeias a repescarem os cantares e ensinamentos populares em takes sem cortes.
Com a mestria das palavras de João César Monteiro, originais ou usadas, mas sempre pensadas, esta é uma obra completa, feita por um míseros 4.000 contos, com que a pequena equipa se congratula no fim do genérico.


Uma revista com periodicidade mensal, a Juxtapoz tem já mais de 7 anos, tendo-se lançado também na edição de livros, com dois já lançados e outros tantos a caminho. Versa-se especialmente em ilustração, mas pintura, tatuagens e lifestyle também têm destaque. Os ilustradores escolhidos são sempre de alto nível, e as entrevistas muito bem feitas.

Uma autêntica enciclopédia, Characters From Tolkien de David Gray surpreende pela qualidade, a que a capa pouco auspicia. Para além de muito bem ilustrada, com centenas de dezenhos, as quase 300 páginas contêm descrições da fauna, flora, raças, locais e o imaginável do universo de J. R. Tolkien, não se cingindo ao Senhor dos Anéis. As descrições são exaustivas e muito bem escritas, com uma profundidade assinalável. Para apaixonados dos livros, ou para quem viu os filmes e quer compreender melhor o mundo criado pelo professor.

Um filme cinzento, Metropolis de Fritz Lang, mas com bastante luminosidade no modo em como retrata as caves onde a população trabalha, subjugados ao poder das máquinas numa sociedade avançada. Para um filme de 1927, os progressos técnicos são incontornáveis, valendo-se de opulentos edifícios e imponentes figuras nas ruas, como cenários. Uma experiência única, sendo uma pena que não faça parte da era do cinema sonora, pois certamente os ambientes iriam ganhar outra dimensão se fossem devidamente musicados.

Um clássico Italiano que retrata o tempo da guerra, e em como diversas facções se insurgem a partir dos ambientes familiares.
Roma, Cidade Aberta de Roberto Rossellini, com argumento de Fellini, tem na última meia hora uma das mais reluzentes do cinema, incluindo a cena da prisão e os devaneios do comandante alcoolizado.
Muito humano, realista, despojado de ficção, remexendo com a justiça.

Um livro com mais de dois mil anos que fez a transposição da cultura chinesa ancestral para os líderes políticos ocidentais da actualidade, The Art of War de Sun-tzu é nesta edição de luxo da Penguin apresentado com os treze capítulos do texto integral, bem como depois repetido, analisado por diversos críticos.
Como é visto como um livro "de vida", que extravasa as lições de guerra, as lições retiradas podem ser muitas, mas ao ler as análises e o texto integral, dá-se conta que a importância é muito relativa, dado que cada um entende o que quiser destes versos. Deve ser lido, ainda assim, pela sua importância histórica e inspiração que concede.

A edição de Setembro da Amelia's Magazine é uma vez mais, muito interessante. Com mais de 300 páginas, o preço de capa de quase 20€ acaba por ser justificado. Em termos estéticos é exemplar, e os conteudos são muito interessantes, tanto as bandas, como os desenhadores de moda. Inclui também uma parte dedicada ao Brasil e várias actividades lá desenvolvidas, e a oferta de uma pen USB com musicas compostas especialmente para esta edição, por todos os artistas entrevistados.

Eis o regresso mais aguardado, desta vez a internacionalizar. A Jara vem do meio das hortas. Conheci-a quando ela era obrigada a trabalhar numa fábrica de cremes, e desde aí tem-se revelado das raparigas mais "boa onda" que existe. Não só leva com todo o tipo de piadas em cima, como ainda responde e ganha. Notável. Costumo dizer que é o melhor que a Bélgica tem, mas penso que já posso estender o elogio a toda a Europa Central. Achei por bem não traduzir, pois não faria sentido.

What have you been doing and what plans do you have for the next weeks?

i've beeeeeeeeeennn.. euhm, working my ass off, mostly. looking out for an apartment in Ghent, cause i don't see myself getting on a train at 6.30 in the morning on a cold winter's day. I hate the thought of that already. my plans, visiting my parents is top priority, haven't seen them for a month now I think. and I start to really miss them, and my home town. aaandddd looking forward to getting tattooed. but I'm scared as hell so I think I'm gonna pass out :')

Five films and albums you recommend

I can understand the Portuguese translation of that question (H) *so cool
movies : Hard candy / un long dimanche du fiançailles / edward scissorhands / amélie poulain / l'enfant. ( i tend to dig french movies)
albums : blink 182-dude ranch; the loved ones-keep your heart; h2o-nothing to prove; belvedere- Twas Hell Said Former Child; aaaannndddd The fall of troy- doppelganger. god that took me a lot of time to think about!

Last but not least, talk about me, or say something that you remember we had?

Let me think!
I remember late night talks when I was still in college in Antwerp,those were the best. (my other profile still says : I enjoy late night talks with miguel.). I love the stuff that you send me, the beanie is my fav! aaannddd I enjoy our plans of going to Paris. we still have to do that btw. paris je t'aime! ; ) AND LAST BUT NOT LEAST :


Já deu para perceber que é a maior, não já?

Kicking A Dead Horse, em cena no Almeida Theatre é um monólogo que ultrapassa a hora, sobre um cavalo que morreu no meio de uma travessia do deserto. Por entre as divagações com ele próprio, Stephen Rea continua a procurar uma maneira de enterrar o cavalo numa cova aberta. Interessante, mas seguramente não pede uma repetição.

Não é assim tão épico, mas é interessante, os mais famosos spots de skate mundial analisados em 3 linhas, acompanhados de duas manobras dadas nos locais. Lê-se em uma hora, e o papel é de grande qualidade. Uma boa adição à livraria.

Um já clássico de Jeunet e Caro, Delicatessen, conta com personagens neuróticas, revelando sempre mais insanidade a cada revirar de olhos. Amam os animais ao ponto de lhes preservarem os restos mortais, e são paranóicos em relação aos vegetarianos, sendo a linha principal um carniceiro que faz disso uma arte.
A fotografia é soberba, em tons quentes e aconchegantes, que nos embalam em sonhos distantes.

Cem dicas para melhorar a vida, também.

Foi aqui manifestada por mim, uma certa surpresa pelo reconhecimento concedido a Godard, no entanto, com o magnífico Bando à Parte, é impossível não tecer elogios. É um filme em homenagem aos anos 40, com dois maltrapilhas que se dedicam a engendrar um plano para um assalto, fazendo uso de Odile, uma jovem que balança entre o desinibido e o envergonhado, soberanamente transposta para o ecrã por Anna Karina, a musa e mulher de Godard. Com os aldrabões a revezarem-se em cena, quem se destaca é mesmo ela, até ao ponto alto do filme, quando todos repetem a coreografia. Brilhantes jogos mentais, com destaque para a cena do quase-minuto de silêncio. O lirismo do texto adaptado, com a sumptuosidade das interpretações, com o papel ambíguo de Franz e Arthur, que ora cedendo ao encantamento de Odile, ora repudiando-o, desafiam a percepção do espectador, desafiando os limites do relacionamento entre eles os dois e com a estudante de línguas, nunca se decifrando quem está do lado de quem. O desenlace racional num filme atípico é a coroa inesperada.

A 360 Design, é uma revista de conceitos e design, oriunda de Hong Kong. Esta edição 16 é quase toda dedicada aos Jogos Olímpicos, com vários mostras de estúdios que colaboraram nos jogos, bem como proposições extra que não chegaram lá, muito interessante. A capa é belíssima, da autoria de Koa, e a revista tem um formato em escada extremamente original.

O Homem tem receio daquilo que é maior do que ele. Quando não sofre com a magnitude do que se lhe apresenta, a estupidez intrínseca pode garantir dissabores. É por isso que não me arrisco a ir mais longe do que dizer que rever O Leão da Estrela(que celebrou o ano passado sessenta anos), é o colosso António Silva numa obra de Arthur Duarte, passeando-se com incrível jovialidade, tudo é magnifico neste filme.


A Lodown, já foi a melhor revista de streetwear e lifestyle da Europa, mas desde 'a dois anos para cá continua a afundar-se em conteúdos desinteressantes. Bandas, filmes, ensaios fotográficos, é tudo muito fraco, infelizmente. Este é o número 62.


Por fim, a Touch Magazine de Hong Kong. Serve quase como um catálogo, com alguns produções fotográficas independentes. A capa é o Nigo da Bape a apresentar a editora Bape Sounds, mas com o texto todo com caracteres chineses, não fiquei a perceber nada para além do título. Com demasiados anúncios, mas as linhas da Visvim e da Neighborhood (Sim, ambos os nomes têm erros, mas é mesmo assim) compensam. Vem também com uma revista mais virada para elas, interessante.

A imagem apresentada não é do número referido, o 691 de 26 de Agosto

Duvido que tenha tido uma edição comercial, pois é um programa de quase três horas gravado pela RTP1 dois anos após a morte de Alfredo Marceneiro (com 91 anos), portanto em 1980. Esta edição em DVD com a capa copiada devia ser amplamente distribuida, para divulgação do maior fadista masculino. Discutem-se os hábitos e características deste mito, como o facto de Alfredo se levantar por volta das nove da noite, e as lições que uma voz que extrapolava o bairro. Julio Isidro, conduz os convidados, ilustres e amigos de Alfredo Marceneiro numa peça muito interessante, obviamente com interlúdios musicais. Depois, começam as entrevistas de arquivo com ele, que requerem muita atenção, um elevado nível de humor aliado a uma popularidade com classe.

A falta de capa (quatro fotografias de Marceneiro), bem como de título devem-se a inexistência dos mesmos na caixa.

Um outro DVD é muito bem dissecado, juntamente com uma biografia aqui.

Foi lançado o catálogo de Outono da Bape, podem ser vistas imagens aqui. Vem com um Baby Milo de oferta, e está bastante bem estruturado, com muitas imagens da nova loja de LA. No entanto, a colecção é francamente má, a pior de sempre. A unica coisa que se aproveita é um crewneck vermelho e a linha para rapariga, o resto ou são coisas antigas, ou muito desinteressantes.

Sandra Bullock e Keanu Reeves? Deve ser um mau filme de carros e barcos. Surpreendentemente, A Casa da Lagoa é um filme romântico muito interessante. Separados por dois anos mas a partilharem o mesmo espaço fisico, a casa da lagoa serve de terminal para cartas e descobertas pessoais, 'a medida que a vida continua a desenvolver-se 'a volta deles. O facto de aceitarem com naturalidade a discrepância temporal confere ânimo ao filme, que podia de modo contrário tornar-se enfadonho.

No mesmo enquadramento d'O Clube dos Poetas Mortos, O Clube do Imperador é uma rendição actualizada muito interessante. A história de um professor da era Romana num colégio interno mistura-se com o carácter de crianças que passam a adultos e em que pouco muda. O filho de um governador destabiliza uma classe ideal, que se mantém unida amiúde a influência negativa de Sedgewick Bell.
Kevin Kline (muito parecido com Robin Williams) é professor Hunbert, que acabar por preterir Bell em relação ao seu colega mais recatado, Blythe, mas também com mais conhecimentos.
Por entre os ensinamentos dos clássicos romanos e gregos, a condição humana de sobrevivência ainda se manifesta, numa obra muito interessante.