Lançámos nas Organic Anagram Industries a nossa primeira tábua de skate, desenhada pela Marie Err. Para ver os detalhes e comprar, vão ao nosso site. Obrigado! Este é a última entrada do ano pois vou estar longe do computador. Bom ano para todos vocês, e pessoalmente, só posso esperar que seja tão bom como MMX.

As Trovas do Bandarra foram um dos degraus de Fernando Pessoa editor, um dos quatro livros editados na década de 20 pela Olisipo. Bem anotada e posfasciada, esta edição transcreve a totalidade daquela que Pessoa tinha na sua biblioteca, do século XIX, incluindo tomos adicionais (mais fracos) que pertencem a outras edições e que podem ser da autoria de outras pessoas no estilo do Bandarra.
O autor é um sapateiro Beirão (de Trancoso) do século XVI, que guardou um lugar na história com as suas rimas proféticas, de verso curto, onde mistura pastores e reis. O valor da tradição por Bandarra, que até o Padre António Vieira influenciou foi pioneiro numa época em que as páginas da nossa história, de que hoje nos orgulhamos, estavam ainda a ser escritas. Fala da vida de sapateiro na dedicatória ao Bispo da Guarda, bem como a visão dos perigos do mundo que era bem clara para alguém enfiado numas muralhas em Trancoso.

Dos livros negros de Gonçalo M. Tavares, Um Homem: Klaus Klump é passado num tempo de guerra, indo da prisão à redenção de Klaus, depois como gerente de um negócio. Klaus define-se como mais frágil do que Johana, e com os tanques nas ruas, estas eram silenciadas. Alof, que joga xadrez com ele, e Catharina, a mãe instável de Johana, são a companhia de Klaus. Há uma solidez no livro, mas, mais uma vez, há descrições sexuais de mau gosto. Por ser infiel, Klaus vai preso com a escória que apodrece na prisão, pois Herthe entrega homens assim. Os pais ricos podem tirá-lo da prisão, mas Klaus ataca o pai, ficando a mãe com o peso de escrever constantemente a pedir um perdão para não ser morto, mas não a libertação. A maneira como as relações se/os alteram e o período de pausa para pensar o organismo são bons, bem como a ligação que Herthe estabelece com o novo marido e a vida que todos experienciam pela guerra, cheia de crueldade, que destrói irmãos e maridos.

De 2006, Água, Cão, Cavalo, Cabeça de Gonçalo M. Tavares é sujo, violento, misturando cães e violações. Uma escrita aos saltos, algum mau gosto alarmante/entediante para o leitor, ainda assim com frases soltas como que para ganhar fôlego, de boa qualidade.

Histórias de vinte e cinco personagens ordenadas alfabeticamente compõem Matteo Perdeu o Emprego de Gonçalo M. Tavares. Os (quase todos) homens cruzam as suas rotinas e acções inusitadas, ficando com os destinos interligados, revelando o seu lado de maníacos e solitários. Em três/quatro páginas, o autor despacha cada personagem, e a ilustração com fotografias podia ser muito melhor do que o trabalho escolhido com os manequins, sendo algo light no conteúdo, pois a narrativa só anda em frente, sem se preocupar com um verdadeiro entrosamento das personagens. Tanto espaço em branco nas folhas não pode ser bom sinal, até porque elas podem ser muito bem preenchidas (a 197, a melhor, um exemplo), e a composição do posfácio confirma o vazio e o pouco esforço do autor, que se não fosse o nome, nunca teria isto publicado.

Nove históricas curtas de Gonçalo M. Tavares, que apareceram inicialmente em revistas e uma antologia, foram agrupadas em Histórias Falsas. Usando elementos históricos e misturando-os com traços de contemporaneidade, a liberdade da ficção faz com que o autor insira alguns detalhes curiosos. Nas personagens e nas ideias, pisca o olho à filosofia, sendo uma leitura interessante.

Do Tailandês Apichatpong Weerasethakul, Syndromes And A Century é um tributo aos pais do realizador, com duas partes idênticas, divergindo no ambiente e no resultado. A primeira é passada num hospital no meio rural onde se prestam serviços médicos a uma população diversificada que inclui monges (um deles queria ser DJ, mas após um convite, rejeita). Na segunda parte, o meio é mais moderno, num centro médico em Bangkok. Para um filme sobre transformações e mudanças no comportamento, surpreende pela calma e serenidade.

Silogismos da Amargura é um livro de pensamentos do Romeno E.M. Cioran. O filósofo, que se mudou para França, onde este livro foi escrito, reúne pensamentos quebrados, com temas aleatórios como o tempo, a história, as artes e letras, os desgostos e o tédio. Humorosos e muito sapientes, os comentários ironizam sobre a leviandade moderna e a insignificância real da filosofia, negativo e anti-clerical, ou seja, coisa boa.

Passado no imaginário Yoknapathawpha, Mississipi, Santuário de William Faulkner segue Temple Drake. Horace Benbow é recolhido e alimentado numa casa de onde só se queria ir embora, para casa da irmã viúva. Acaba por ir para casa dos pais.
Gowan Stevens é um alcoólico que se fez à estrada com uns universitários que o embriagaram, e depois de os deixar e apanhar Temple, com quem tinha um encontro, no comboio, tem um acidente. Regressam ambos à casa inicial, onde Temple, numa fuga das obrigações escolares, se sente amedrontada. Os relatos quase excessivos que levam a uma acção muito visual, descrições detalhadas e cenas de conversação, é o que concede o estilo porque muitos idolatram Faulkner, mas que desespera outras pessoas. Temple, filha de um juiz, é violada por Popeye, impotente, com uma espiga de milho, e Breenbow tenta logo ser o advogado de outro homem, Goodwin, que é culpado do crime de Popeye, e acaba executado pela população. Benbow acaba por regressar para a mulher que tinha abandonado no início da história.
O grupo estranho na casa que parece amaldiçoada, que só no fim é explicado, com a sua falta de lógica no comportamentos, acaba por cansar, bem como a tradução do discurso dos negros, que parecem bebés a falar na tradução, no entanto, é óbvio que há aqui muito valor.

A Antologia Poética de Rodrigo Emílio foi-me gentilmente oferecida por um dos filhos do falecido poeta, depois de eu demonstrar interesse em saber mais. O nome surge associado a polémica, nomeadamente pelo cariz contestatário de alguns poemas (que o levaram ao exílio em Espanha), no entanto, o amor à Pátria e aos valores tradicionais, é transcrito ao longo de várias décadas aqui reunidas, com grande subtileza e sensibilidade. Descendente do Viseense Tomás Ribeiro, depois do 25 de Abril, Rodrigo Emílio passa a ter uma voz mais revoltada, contra os que calcaram o país ideal dele. A antologia reúne quatro décadas, dos livros publicados a inéditos.
Deve a inspiração aos ascendentes familiares, mas o estilo é original. Na parte mais militante, é sarcástico, com um ritmo/musicalidade surpreendentes, e muito bons jogos de palavras. Saudosista, que com o exílio, olha para o país como algo perdido, que lhe foi roubado. A experiência em Moçambique na guerra também o marca, mas para mim, a fase inicial, sem agenda política, do fascínio com o mundo e sem lutas a travar, é realmente fantástica e ombreia com os melhores.

Dos finais do século XIX, as quatro peças do Norueguês Henrik Ibsen representam o final da carreira dele. No seu propósito é possível agrupar Four Major Plays, duas a duas, escritas em Itália e na Alemanha.
A polémica de Doll's House, a casa de um advogado que trata a mulher como um peluche que gasta dinheiro, é sobre a condição da mulher perante leis para homens. Uma viúva que não os via há dez anos pede ajuda, e fica a saber que na realidade é Nora quem pagou a cura do marido, sacrificando-se em silêncio, em vez de pedir dinheiro ao pai. O desenvolvimento dos laços entre todas as personagens terminam na emancipação de Nora. O verdadeiro final é de grande audácia, até nos dias de hoje, o que explica a necessidade de um final alternativo, mais comedido.
Ghosts é a capacidade da mulher se revelar no mundo, uma viúva com um filho, cuja criada se separou do carpinteiro-artista, que a quer de volta a toda a força, sem revelar se é o pai ou marido à primeira vista. Dona de um orfanato em honra do marido, dez anos depois da morte, cujos pormenores são tratados pelo padre, que apesar do apreço, culpa-a de muita coisa nas relações com o filho e marido, levando-a a revelar que o marido sempre foi infiel. Decidem não assegurar o orfanato, e quando o filho anuncia ao padre que o destino dele é ficar com a criada, o orfanato incendeia-se, culminando com o filho a invocar demência e a suicidar-se. Excelente.
Um professor recém-doutorado casa com a personagem que dá nome à história, Hedda Gabler, uma mulher famosa, saindo da asa das suas tias. Uma antiga colega de escola que ela desprezava, muda-se para casa de um rival do marido, e por isso ela fala-lhe bem, pois Hedda já se tinha relacionado com ele. Apesar de talvez o mais famoso, não achei tão bom como as duas primeiras peças.
Em The Master Builder, um arquitecto atolado em trabalho, rodeado de um amigo às portas da morte e das expectativas do filho deste, principalmente no que toca ao casamento com cuja noiva o arquitecto priva, recebe uma outra jovem, num desenlace que leva ao suicídio do arquitecto.

Uma colecção de contos de Miguel Torga, Pedras Lavradas sobressai pelo registo rural mas delineado do escritor. Começa com a inocência de Pedro arrancada a todo o custo, tirando ele a tampa da salvação em O Segredo. A ambiguidade do drama prisional de Silêncio e as preocupações talvez autobiográficas de um médico em A Consulta, que vê a bata esvair-se, são exemplos de pontos grandes. Histórias de pessoas e animais, como a do rapaz Pedinte, enviado para a rua pedir, mentindo a todos, casando-se, terminando tudo com a solenidade d'A Herança. A linguagem é tão rica que só o estilo próprio de Torga, que salta pontes quando é mais moroso descer delas, consegue reunir todo o simbolismo de Outuno num livro quase ignorado.


Publicado em Paris em 1892, foi a obra de António Nobre, que morreu com 33 anos de tuberculose. Usando tanto versos curtos como longos, deste magnífico livro sobressai uma visão pessimista do mundo, com temas como a infância ao lado da morte, a figura feminina ao lado da religiosidade, numa voz muito singular. Pertencendo à geração de 90 a modernidade surge com influências de Shakespeare, e como no título de um capítulo, 'entre Douro e Minho' é a paisagem muitas vezes descrita. Ou seja, muitas influências díspares, mas muito bom.

De Michael Radford, O Carteiro de Pablo Neruda é um dos primeiros filmes de adultos que eu me lembro de ver (a par do Cinema Paraíso e O Clube dos Poetas Mortos). É sobre a relação enternecedora, em que o poeta ensina o carteiro a sentir. A partir de uma vila piscatória, é uma ficção, supondo que por causa da dedicação Marxista do Chileno, se teria isolado em Itália. Em vez da Isla Negra no Chile, a acção é transposta para Itália. Nessa localidade isolada, é a de Neruda a única casa onde o carteiro tem de ir, estabelecendo uma relação com o escritor Chileno, que tem de receber as cartas das adoradoras e do povo. Vendo o sucesso que o poeta fazia entre as mulheres, o carteiro pede que ele lhe ensine a usar as palavras, a alguém que quer transmitir sentimentos mas não tem o vocabulário para conquistar uma mulher.
O fim do suposto exílio de Neruda acaba depressa e com isso o filme perde alguma vivacidade, mas talvez pelo valor nostálgico, continuo a achar que este é um grande filme.

Partindo da ideia de pegar em algumas das pessoas mais visíveis do skate na vertente comercial, Street Dreams é a história ficcionada de Paul Rodriguez. É engraçado ver o skate assim representado e bem filmado. As partes de Ryan Dunn, como por exemplo no hotel, têm piada, e para quem gosta de skate, é bom entretenimento.

Uma produção Inglesa, Happy Go Lucky mostra um mundo feminino descomplexado, em que a protagonista Sally Hawkins como Poppy não leva nada a sério. O relacionamento dela com o instrutor de condução é o centro do filme, leve e agradável.

Baby Boy de 2001 parece um filme genérico de negros (não que eu concorde com a categoria, mas é esse o mercado e é assim designada), com um actor principal que tem bastante potencial. Vive em casa da mãe mas anda metido com várias mulheres e tem dois filhos, não trabalha e tem de lidar com os namorados da mãe. Na maneira inteligente de desenrolar a história, acaba por até ser um bom filme, no género, pelo guião muito bem desenvolvido.

Bill Murray trabalha numa estação de televisão pequena e é enviado para cobrir um evento no campo. Um animal supostamente prevê o tempo em Punxsutawney, Pensilvânia e isso é um evento nacional. Ele odeia o facto de ele se enviado para uma localização tão remota, e com uma tempestade, fica lá preso, vivendo o mesmo dia para sempre, o Groundhog Day. Murray aproveita-se do facto de saber como se vai desenrolar cada segundo do dia, primeiro em proveito próprio, depois para fazer o bem. É ligeiro, e competentemente, não repetitivo.

Depois de os terráqueos começarem a pensar em aproximar-se aos marcianos, estes atacam a Terra. Apesar do elenco recheado de nomes grandes de Hollywood, Mars Attacks de Tim Burton só pode ser rotulado como filme de crianças de Domingo à tarde.

A boa edição e montagem de 16 Years of Alcohol, aliados a momentos de alguma graça, não excluem as limitações do guião, versado na cultura alcoólica da Escócia. A narração com as musicas fica estranha, mais a violência desnecessária, criando uma espécie de A Clockwork Orange em primeira mudança. Custa a suportar alguns minutos, e certamente que não vale uma revisão.

A Wake For Sam - Tribute to Beckett é um conjunto de encenações e representações de peças pequenas de Beckett, incluindo Waiting For Godot, mas principalmente do período tardio em que ele se preocupava mais com o estilo e a linguagem. Parece algo datado, mas as actuações são bastante competentes.

Não o documentário, The Mark Of Cain é uma história de dois soldados passada na guerra do Iraque. Achei muito desinteressante, como todos os filmes da Guerra do Iraque que já vi.


Os vinys do sétimo episódio são de Career Suicide, Underdog, Unbroken, At Our Heels, Wu Tang Clan e Cold World.


O primeiro livro de Jay-Z, escrito a partir de conversas com ele, Decoded tem uma parte narrativa muito interessante, em que ele explica como subiu na escala, e o acaso lhe trouxe muitos contactos. Como é de esperar, a maioria dos relatos prendem-se com a juventude dele e o vender drogas pela costa Este. A interpretação das letras parece aleatória, e a selecção de músicas não é a mais óbvia, o que pode ser uma mais valia. Ele explica o duplo significado de algumas rimas, mas não muito do calão e analogias que o público mais geral a quem o livro se dirige, não compreenderá. O facto de ele não escrever as letras deve ter sido um desafio interessante para ele, poder ver assim as cerca de 30 músicas escolhidas, mas no fundo, o mais relevante são as opiniões sobre os diversos temas, que antecedem cada capítulo.

Tal como nos outros volumes que já aqui falei, The Paris Review Interviews Vol. 3 reúne uma série de entrevistas do catálogo da revista literária. Ralph Ellison, o 'Homem Invisível' e a causa negra, a produção em série de livros do Inspector Maigret (escritos sempre em onze dias) por Georges Simenon e a insatisfação (esperada) com Isak Dinesen, na realidade a extravagente baronesa Karen Blixen-Finecke, e as aventuras dela em África. O poeta William Carlos Williams já quase sem fala, a lembrar-se de Rutherford NJ, Harold Pinter e as peças de teatro e Jean Rhys das West Indies a falar sobre a vinda para Inglaterra e os três maridos são outras das entrevistas bastante interessantes. Todos falam sobre os hábitos de escrita, e Raymond Carver acrescenta o álcool. O Nigeriano Chinua Achebe, Martin Amis que fala do pai Kingsley e dos métodos que ele usa, surpreendentemente de forma bem curiosa, e Salman Rushdie e a conversa do costume, são outros dos escritores presentes. A fragilidade de Norman Mailer acaba o livro com uma longa entrevista, em que ele fala sobre tudo com grande vivacidade. Inestimável.

De todos os livros que têm saído sobre street art, Trespass é dos que tem maior exposição, por ser editado pela Taschen. Coligido pelo Wooster Collective, tem mesmo muitas entradas, e como é hábito da editora, graficamente é imaculado. Mais de 150 artistas apresentados, não só exemplos de street art, mas também manifestações artísticas de outra ordem. Não arrisca em oferecer muitos nomes novos, mas daqui a uns anos, será certamente uma das obras de referência sobre a década que agora acaba.

Uma das histórias mais curiosas do skate dos anos 90, Steve Rocco e a era das World Industires, são os temas do documentário The Man Who Souled The World. Calças largas, roubar profissionais a outras marcas, drogas e armas nos gráficos são alguns dos índices desta história que começa com a carreira de Steve Rocco como skater. As lendas antigas aparecem todas a falar descomplexadamente, e é muito divertido, não tivesse sido o ambiente que está a ser relembrado, um constante quebrar de regras e desafio a tudo o que existia. Em última instância, todos acabam por perdoar as falcatruas que Rocco cometeu, pois a indústria actual deve-lhe a visão de marcas geridas por skaters em vez de homens de negócios, de uma pessoa que acabou por ser pioneira com as outras marcas em que ajudou, ou a começar a revista Big Brother por rejeitarem os anúncios dele noutras.

O filme que acabou por marcar esteticamente a cultura urbana, trazendo um excerto da vida de South Central LA para o mundo, Boyz N The Hood de 1991 tem um bom balanço em mostrar ambos os lados da vida de crime, bem como as alternativas que algumas personagens agarram. O crime intrarracial é vivido por crianças que crescem a ouvir tiros, e enquanto as armas tomam conta do bairro, um jovem com tendências agressivas vai morar com o pai. Haverá maneira de trocar as voltas ao destino, estará ele predestinado ou é dono do caminho que quer percorrer?

Realizado no resfriar do 25 de Abril, em 1976, Deus Pátria Autoridade pega no mote de Salazar para dar uma visão do período em que ele governou. Começando com a força fabril, enaltece a necessidade de trabalhar e exalta a produtividade dos operários e dos camponeses. É propaganda invertida, ao dizer que Portugal é um país capitalista, pois a produção só enriquece os patrões e não os trabalhadores e os trabalhadores. A incerteza dos dias em que não pescam ou tiram nada das minas, o que a população citadina passa nos transportes públicos enquanto os patrões pagam a amantes e gastam fortunas para a sua ostentação, patrões que nada produzem vivem bem e as dificuldades dos emigrantes são alguns dos temas abordados. As imagens da época são valiosas, e acaba com as críticas ao fascismo, à perseguição da PIDE e ao envolvimento dos soldados nas guerras que não eram deles.

Uma rapariga de uma família indiana é obcecada com futebol e é convidada para uma equipa feminina depois de passar o tempo a jogar no parque. A família sente-se embaraçada e acabam todos felizes, depois de ela ter de mentir e de os pais fazerem uma concessões. Em Bend It Like Beckham de 2002, para além da Keira Knightley há pouco de relevante.

Obviamente que não é o filme de Domingo à tarde, esta entrada sobre Just For Kicks é do documentários sobre ténis. Começa com a ligação ao hip hop através dos Run DMC, seguido pela era dos Jordans, vindo depois a ideia de coleccionador. O modelo de extrair o máximo de um coleccionador, que parece hoje em dia ter sido esgotado pela internet é ainda o ponto central deste documentário, que acaba a glorificar os Air Force Ones. Aparecem algumas figuras que se tornaram conhecidas no meio, e no geral vale a pena ver, por quem se interessar sobre esta cultura.

Juice de 1992 acabou por ficar na história pela personagem interpretada por Tupac. Um grupo de quatro amigos que passa a vida no bairro a roubar vai subindo, até que a ganância os cega e eles viram-se uns contra os outros. Quem cresceu nos anos 90, vai achar o filme curioso.

Um dos falhanços mais famosos do cinema, o musical Popeye tem de ser visto como uma piada. Robin Williams esforça-se, mas o filme é francamente mau até para quem gosta do comedor de espinafres, esgotando-se à primeira visualização.