Por ocasião disto:
Torga. Muito poucos, daqueles que receberam a sua estima, se lhe referem como “o Torga”. E nenhum ousa em entrar nos desconhecidos terrenos de Adolfo Rocha. O homem que não representa, mas que é o meu Portugal idílico, com quem partilho a afinidade de vir de nenhures. Ele dos seus Trás-os-Montes, onde tenho raízes, eu da Beira, paisagens pelas quais Torga nutria carinho, documentado no seu Portugal. É a fibra, a genuidade do característico, que neste mundo em decadência se perde, pessoas que aos olhos urbanos são vistas como diminuídas, como se o saloio e aldeão fossem motivos de embaraço.
Uma edição que merece destaque pelo trabalho de pesquisa, na medida em que vai a pessoas que privaram com o humanista/poeta/contista/médico/diarista, tarefa que se presume difícil, dadas as poucas entrevistas que ele deu, e a descrição com que mantinha as suas amizades, onde se tornava expansivo, combatendo com a imagem da inflexibilidade do seu semblante carregado que pautava a imagem pública. João Céu e Silva no entanto, perde várias oportunidades, ou então não as transcreve, pois ao longo do livro, várias vezes, os entrevistados abrem nesgas, mostrando possíveis caminhos para discutir Torga, e ele corta-lhes a fala, para voltar ‘a problemática habitual.
Não cultivo a mesma aura que Torga almejava, no entanto, abro uma excepção neste blog para dizer algo sobre mim. Adolfo Rocha foi buscar o pseudónimo aos três Migueis, de Unamuno, Angêlo e Cervantes. Quanto a mim, não tive a opção e não estou certo se me foi dado o nome de Miguel por S. Miguel ou por Torga, mas quero acreditar que algo nos liga para além do cheiro a terra, de terras inóspitas, onde na solidão foi preciso encontrar um espaço, e para quem o mar é objecto de deslumbramento. Com um saudosismo e alma orgulhosa, devo agradecer então ao Dr. Rocha por me mostrar que o Portugal que eu vejo, já foi reconhecido.
As personagens que ele usa e eu conheci, já escasseiam, como tal, não é surpresa que se esconda Torga dos programas escolares. É preciso é dar modernismo aos meninos, não vão eles ter orgulho nas suas raízes.
Torga. Muito poucos, daqueles que receberam a sua estima, se lhe referem como “o Torga”. E nenhum ousa em entrar nos desconhecidos terrenos de Adolfo Rocha. O homem que não representa, mas que é o meu Portugal idílico, com quem partilho a afinidade de vir de nenhures. Ele dos seus Trás-os-Montes, onde tenho raízes, eu da Beira, paisagens pelas quais Torga nutria carinho, documentado no seu Portugal. É a fibra, a genuidade do característico, que neste mundo em decadência se perde, pessoas que aos olhos urbanos são vistas como diminuídas, como se o saloio e aldeão fossem motivos de embaraço.
Uma edição que merece destaque pelo trabalho de pesquisa, na medida em que vai a pessoas que privaram com o humanista/poeta/contista/médico/diarista, tarefa que se presume difícil, dadas as poucas entrevistas que ele deu, e a descrição com que mantinha as suas amizades, onde se tornava expansivo, combatendo com a imagem da inflexibilidade do seu semblante carregado que pautava a imagem pública. João Céu e Silva no entanto, perde várias oportunidades, ou então não as transcreve, pois ao longo do livro, várias vezes, os entrevistados abrem nesgas, mostrando possíveis caminhos para discutir Torga, e ele corta-lhes a fala, para voltar ‘a problemática habitual.
Não cultivo a mesma aura que Torga almejava, no entanto, abro uma excepção neste blog para dizer algo sobre mim. Adolfo Rocha foi buscar o pseudónimo aos três Migueis, de Unamuno, Angêlo e Cervantes. Quanto a mim, não tive a opção e não estou certo se me foi dado o nome de Miguel por S. Miguel ou por Torga, mas quero acreditar que algo nos liga para além do cheiro a terra, de terras inóspitas, onde na solidão foi preciso encontrar um espaço, e para quem o mar é objecto de deslumbramento. Com um saudosismo e alma orgulhosa, devo agradecer então ao Dr. Rocha por me mostrar que o Portugal que eu vejo, já foi reconhecido.
As personagens que ele usa e eu conheci, já escasseiam, como tal, não é surpresa que se esconda Torga dos programas escolares. É preciso é dar modernismo aos meninos, não vão eles ter orgulho nas suas raízes.
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