Reunidas e traduzidas por Carlos Vaz Marques, as Entrevistas da Paris Review, revista Nova-Iorquina pioneira na entrevista literária, são uma interessante leitura para sabe mais sobre os hábitos dos escritores. Estes seleccionados correspondem a uma distância temporal de 15 anos.
Diga-se então que Faulkner é genial. Diz que não se sente confortável a falar dele próprio, mas só fala da obra quando inquirido, de resto é pérola atrás de pérola, com muita sabedoria. Truman Capote é encantador, talvez por gostar tanto de conversar e ser tão acessível. Uma grande lição de vida. Em contraste, Hemingway é caracteristicamente rígido e disciplinado.
Boris Pasternak, dos seus 70 anos, detém uma grande amabilidade, e a forma da entrevista explora esse lado cândido de alguém que já viveu a sua época e queria que o compreendessem. Deixa transparecer ser um grande homem.
Jorge Luis Borges, já cego, é um intelectual caloroso. Dá cartas e ganha sobre qualquer livro, enquanto Jack Kerouak, apesar do início, até fala bastante, sempre de forma muito directa e sem rodeios.
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