Um homem e uma mulher reconhecem-se num grupo de convidados numa festa e tentam reconstruir a memória do que aconteceu há 10 anos. May Bartram e John Marcher caminham então, lado a lado, numa escrita de Henry James que vai revelando aos poucos, destapando a história progressivamente. Com A Fera na Selva, só na ausência se percebe o que faltou em toda a vida e com a morte da companheira, Marcher se apercebeu do que ela podia ter sido. Apesar das insinuações contínuas, deixaram passar o tempo com discussões abstractas em vez de olharem para o futuro.
É um livro que marca, dada a qualidade literária das palavras da Henry James, e da aplicabilidade do carácter de Marcher à vida de cada um de nós. A forma como o tempo da narrativa, um presente sufocante a olhar para um passado que não é mais do que uma mancha que o leitor desconhece, concede uma neblina às certezas e segredos de May e John.
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