Teixeira de Pascoaes surge neste "Arte de ser Português", clamando a Pátria como valor supremo e a Portugalidade como algo inerente, que não necessita de ser glorificado, mas exaltado na sua magnitude, e onde Pascoaes assume como irreal naturalidade valores que ele tem como comum a todos os descendentes desta pátria ingrata. Se não os têm, então instituam-se 'a força, de acordo com a vontade de Pascoaes.
Escrito em quinze dias, nem tudo é delírio. Com a divindade por fundo (e a fundo), saluta a necessidade de saude e do culto da beleza.

O homem que despreza a saude, não pode ser bom pai nem bom patriota


Prossegue com uma interessante explicação sobre a dimensão que as palavras intraduzíveis (como saudade) nos conferem. Essa mistura de desejo, lembrança com gosto e amargura, são a nossa natureza e definem a nossa atitude como Portugueses, ao olhar o passado e a temer o futuro.
Finaliza com as manifestações em que a alma patriótica melhor se manifesta, bradando aos céus Camões, Camilo e Garrett.




Por outro lado, confesso que não imaginava que este livro iria ser assim. Alain de Botton surge descrito como um papa-vendas (vulgo best-seller), e eu julgo que isto é o equivalente Londrino a uma Margarida Rebelo Pinto. Ou seja, conversa de café que agrada a jovens sub-urbanas. Não 'a muito tempo tive a minha velocidade de leitura testada, e pouco para meu espanto, tive uma altíssima, penso que se distribuissem medalhas pelas marcas, eu ficaria com o ouro. E em boa altura me foi isso dito, pois pude ler este livro em menos de meia hora, com plena confiança que graças 'as minhas faculdades visuais, ia despachar isto em três tempos e ficaria a perceber tudo. Anuncia-se filosofia de Groucho Marx e Aristóteles, mas "Ensaios de Amor", é apenas uma longa história de um autor que julga ter encontrado o amor. Obrigadinhos, mas para a próxima leio duas linhas antes.