O primeiro livro de Marcel Proust, Os Prazeres e os Dias reúne ensaios e curtas histórias de Parisienses nas suas vidas boémias. Inicialmente ilustrado, e também acompanhado de quatro peças de piano, foi escrito antes dos vinte e cinco anos e dedicado a um amigo falecido. É um livro de grande valor, ainda assim.
Alexis de treze anos, sobrinha do Visconde de Sylvanie, que estava às portas da morte, mas era visto pelo rapaz como um ser de características admiráveis, tendo apenas trinta e cinco anos. O tio, rindo da ameaça do Visconde de Parma, vai passar umas semanas a um castelo mais movimentado, onde conhece uma jovem casada com quem se envolve, para depois regressar ao castelo dele e isolar-se ainda mais. Oferece o segundo cavalo e uma carruagem ao sobrinho, no seu aniversário seguinte, pois o tempo urge. Da impossibilidade de caminhar, passou para o perfeito estado do sistema nervoso, sendo dado como salvo. Esquecera-se das contrariedades de viver, e não queria agora retornar a isso, mas voltou a piorar, acompanhado pelo acidente da cunhada na sua propriedade. A morte nela, olhou-a de frente e enfrentou-a, destemido, mais preocupado do que com a vida dele. Ensimesmado na loucura, viu o mar e os campos uma última vez, e assim morreu, concluindo a primeira história.
Noutra, Violante, filha da Viscondessa da Estéria e do marido, subdesenvolvida, herdou as melhores qualidades de cada um, mas ficou orfã aos quinze anos. Cresceu praticamente isolada, com um preceptor no castelo. Uma tia visitou-a com Honoré, um rapaz de dezasseis anos, mas apesar dos avanços dele, ela comportou-se e ficou sozinha, não se livrando de o recordar ocasionalmente, até lhe ter escrito na véspera de ele se ausentar por quatro anos, por ser marinheiro.
Depois de sofrer um desgosto amoroso às mãos de um Inglês, Violante decide mudar para a corte da Austria. Fez sucesso entre as gentes mundanas, incluindo os vários pretendentes a casar, decidindo-se pelo Duque da Boémia, cerimónia no dia de regresso de Honoré, que fica destroçado. Ao lado do duque, ela renegou algumas das suas paixões, embrutecendo e, vencida pelo hábito, não mais regressou à terra natal.
A amante de Fabrício, que ele não queria inteligente, começa Fragmentos de Comédia Italiana, dezenas de curtas histórias, objectos que falam, considerações. A beleza das frases de Proust, sobre o snobismo, é seguida por Mundanismo, através de personagens de Flaubert que discutiam dramaturgos e compositores, num fingimento.
Duas amigas nos salões de Paris procuram conhecer homens até uma engendrar um romance obsessivo, com um músico que estava ausente e nem lhe tinha sido apresentado, provavelmente por quatro anos de viuvez, desde os vinte e um.
Por fim, poemas que retratam pintores e músicos, um exercício engraçado, que por entre os elogios, conjugam versos belíssimos. Em Confissões De Uma Jovem, um jantar fora de casa com convidados muito peculiares, tristes e embrutecidos, encerra com Mágoas e Devaneios ao ritmo do tempo.
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