A primeira incursão de Luís Miguel Novais no romance histórico, género de que me distancio, é sobre a figura de D. Miguel da Silva, primo do rei D. João III e Bispo de Viseu no século XVI. Quanto ao género, cabe-me dizer que me custar ler um livro sobre uma figura histórica onde factos se misturam com ficção, no entanto, A Janela do Cardeal é útil ao conceder pelo menos umas luzes sobre este Eborense que foi feito bispo de Viseu pelos inimigos (onde se incluía o rei seu primo, que tudo fez para o afastar de modo a perpetuar-se a Inquisição), para o manter afastado da corte de Lisboa e Roma, onde era querido entre os vários Papas com quem travou amizade, sendo que, não fossem as complicações dadas pela pátria que o fizeram perder tanto tempo, era uma aposta quase certa para ser o segundo Papa Português.
No epílogo, o autor distingue alguns dos documentos e episódios que existiram e comprava-se que de simples factos, ele faz muitas conclusões, mas mais uma vez, é um problema meu com o género dos romances históricos. É sem dúvida muito bem escrito, ainda que com tendência a cair numa enumeração histórica em alguns capítulos.
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