Em As Bodas de Deus, João de Deus abandona as trivialidades, as preocupações mesquinhas e concentra-se em aspectos de maior grandeza. Neste capitulo final da trilogia de Deus, ele torna-se um nobre, titulo conquistado pela fortuna encontrada de súbito, mas a que revela dificuldades em ajustar o comportamento. A frontalidade da câmera, com longos planos sequência, e a representação de César Monteiro atingem neste ultimo capítulo uma excelência, ainda que pautada pela senilidade do vendedor de gelados, que o atira para alguns dos locais por onde passara. Quase barroco nos contrastes e no peso de cenas icónicas como a do teatro S. Carlos, da refeição com a madre, e a brilhante tirada no tribunal, que pode resumir a vida de um cineasta que com As Bodas de Deus encerrava um capitulo ímpar no cinema mundial.
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