O Artista é uma história triste, como o cinema mudo parece ser relembrado. Mas tal como nos filmes dessa época, pré-modernistas, o final tinha de ser esperançoso e deixar a audiência bem-disposta, que entrava no cinema para ver entretenimento, e saía contente ao ver arte, ou seja, o inverso de hoje em dia. Jean Dujardin, o melhor jogo de sobrancelhas desde que o Faroeste viu o vapor esvair-se, é um actor famoso e admirado, de quem toda a gente quer um pedaço, incluindo uma jovem que acaba por escalar na ordem do estúdio de filmagens, até se sobrepor ao artista, agora caído em desgraça. Até aqui nada de novo. E até ao fim também não. Mas é bonito, é uma boa experiência ver um filme com outro ritmo. Eu sou um confesso amante dos filmes mudos, por isso é difícil ficar rendido a cem por cento, no entanto, é claro que é superior a 90% do que se faz hoje em dia, sendo um filme Francês de Michel Hazanavicius, rodado em Hollywood ao lado dos blockbusters.
É bom, é refrescante, mas é pálido em comparação com o colorido de muitos dos filmes que busca refrescar passados quase cem anos.
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