Como Varg Vikernes avisa, Sorcery and Religion In Ancient Scandinavia não é um texto académico, daí a sua estrutura mais livre. O que não faz com que deixe de ser um livro muito interessante e bem apresentado. Nos vários temas que aborda, começa com a aprendizagem do homem da Idade da Pedra acerca do sol, da fertilidade, das estações, e da sua compreensão do mundo que o rodeava. O papel dos feiticeiros nesta evolução, numa época em que o mundo tinha uma religião comum, ocupa um misto de realidade , passando estes a ser padres, e de mito, pois os espíritos da natureza da antiguidade passaram a ser Deuses. As sociedades matriarcais em vigor na época, devido à (acreditava-se) exclusão do homem no nascimento de um filho, serve para introduzir a vida em sociedade, onde reis e rainhas tinham de ser os mais capazes, e por isso, anualmente haviam testes que precisavam de superar ou arriscavam-se a ser substituídos tanto no trono como no matrimónio. O calendário, que tinha então quatro semanas do mês (uma para cada fase da lua) e o primeiro dia do ano no Halloween, que era o fim do Verão e dia dos mortos, tinha muitas datas especiais para uma população maioritariamente agrícola, e que obedecia às condições meteorológicas, sem saber o que esperar. Por fim, as runas ocupam uma grande parte do livro, os 24 símbolos e respectivos poemas e explicações dedicados aos três tipos existentes. Em jeito de conclusão, a história original da Cinderela é um dos exemplos mais latentes da apropriação de lendas desta cultura anciã.