Narrado por várias personagens que querem aproveitar a vida, O Duelo de Anton Tchékhov foi escrito em 1891. Dois amigos relaxam no mar e um confessa já não amar a mulher, pelo que precisa de ajuda para a deixar, pois conhece outra. É-lhe dito que mais que amor, passados uns anos, é preciso paciência. No Caucaso, procuram todos o inédito, que lhes traga alguma agitação. Em casa do mais sensato, que não demovia o amigo dos sentimentos odiosos pela actual mulher, comiam um diácono e um zoólogo. Este último odeia o ausente por dezenas de motivos. A mulher que tentara deixar estava também envolvida com outro homem, ainda que se arrependesse, e todas as personagens se juntam num piquenique, que obviamente não corre bem. As desconfiaças existem também no lado das mulheres. Na iminência do corte de várias relações e partidas, o homem no centro de tudo tem um ataque de histeria e vira-se contra o amigo que lhe ia emprestar o dinheiro para voltar a São Petersburgo, mas exalta-se e propõe um duelo, que o zoólogo aceita de imediato, sem ter nada a ver com o assunto, e apenas movido pelo ódio. Daí surge uma boa lição da natureza humana. Tchékhov não é extravagante, antes controlado e com uma excelente noção de ritmo.