De acordo com a aclimatização da última década por parte de Tim Burton, uma passagem de alguns mistérios das margens para o assumidamente popular, um filme como Sombras da Noite é hoje em dia recebido por um público diferente do que se tivesse sido lançado noutro período do realizador. Daí, que seja algo acomodado, correndo poucos riscos, o que não descura o seu valor intrínseco, principalmente manifestado no lado cómico da história adaptada na série de televisão que durou cinco anos a partir de 1966. Barnabas Collins, Johnny Depp, é um vampiro que ficou duzentos anos preso por não obedecer ao chamamentos de Angelique Bouchard, Eva Green, que com Michelle Pfeiffer fecha um trio de actuações fantásticas. De regresso ao mundo, Barnabas vê a mansão ocupada pelos descendentes incapazes de sustentar os custos na vila que a sua família fundou e decide reavivar o negócio da exploração do peixe. Entre eles, a população e a sua antiga paixão/cruz, muito se desenvolve, ainda que não plena e conclusivamente. No geral, não se vai tornar no filme mais admirado de Burton, mas é bastante divertido e com um estilo visual que podemos tomar como garantido, mas que é delicioso.