Baseado no livro de Camilo Castelo Branco, Mistérios de Lisboa foi o canto do cisne de Raul Ruiz em 2010. Nele, João dizia-se que era filho do padre (curiosamente, outro escritor Português viria a igualar isto na vida real), e não tinha férias nem prendas. O pai está morto e a mãe vive com outro homem, e o criado deles vai visitá-lo ao lar e revela-lhe que a mãe nunca se esquece dele. O padre entrega-lhe uma carta da mãe, que conta a história de como ela teve de abdicar do filho. Eles reencontram-se e ele evita menções ao pai para não magoar a mãe, que vê no suicídio uma solução para resolver o passado. Afinal ele chama-se Pedro da Silva e é mesmo filho de um matrimónio ilegítimo. Seguindo uma condessa, um homem de negócios e Pedro da Silva, passa-se na altura de D. Pedro, num clima de guerra, por vários países da Europa e no Brasil, numa história da fidalguia Portuguesa à época. A fotografia é muito bonita, bem como os cenários e o guarda-roupa, o filme tem planos belíssimos, mas as interpretações são algo inconsequentes. Pena parecerem esquecer-se da banda sonora durante o filme, que é excessivamente grande, em que a segunda parte é quase toda em Francês por algum motivo.