Para começar, Hugo é visualmente magnífico. Scorsese arranca o melhor uso do 3D, e a história está bem adaptada. Todo aquele mundo que parece surgir nos primeiros minutos, desaparece, para ser depois acerca de seis personagens, sendo o mundo em redor sem personalidade, cujo passado e futuro projecta ansiedade num autómato. Claro que muitas das coisas com que tomamos contacto são minadas pelas expectativas, e eu julgava que as referências ao cinema inicial iam ser mais fortes, e esperava uma maior interligação entre as referências ao tempo e à profissão de Hugo. O grande contra do filme para mim, é ter uma das pessoas que eu mais odeio no filme, o tipo que corrigiu uma jornalista e enviou cartas aos amigos para passarem a tratá-lo por Sir Ben. Para quem é tão orgulhoso, até mudou o nome Indiano com que nasceu. Mas isto são coisas que eu posso dizer num blog pessoal. Que isso não retire valor à adaptação do filme, que nesse valor, é muito bem conseguido. Uma curiosidade que vi, nos minutos iniciais, James Joyce aparece sentado num café ao lado de Dalí.