Com um leque de oitenta convidados com um percurso notável, I Heart Design é um livro muito elegante, onde o espaço é dado a designers gráficos, críticos e ilustradores, para exemplificarem o que é uma boa peça de design. As escolhas vão desde objectos, a cartazes, a números específicos de revistas. Excelente para quem se interessar por design.

Dedicado às correntes mais radicais da arte de rua, Abstract Graffiti mostra cerca de 150 fotografias de trabalhos em todo o mundo, que não só sendo não-figurativos, também desafiam as convenções em termos de localização e técnica, com um grande efeito estético na maior parte dos casos. Bom para alargar horizontes.

Do realizador John Waters (Pink Flamingos), Role Models é o seu livro de memórias, contado através de pessoas que ele admirou ao longo da vida, desde cantores até uma dona de um bar em Baltimore, que Waters frequenta. É definitivamente um tipo carismático, e que viveu o suficiente para ter muitas histórias, mas talvez fosse preferível aumentar o número de pessoas sobre quem fala, e reduzir o número de páginas dedicadas a cada uma. Ainda assim, é um livro curioso e uma maneira feliz de ele falar sobre ele próprio.

Numa edição de capa dura bastante cuidada, Fifty Chairs That Changed The World tem uma folha dedicada a cada cadeira, uma página para imagens e outra para uma descrição sobre as inspirações para a criação da cadeira e as reacções ao seu lançamento, bem como as suas características. Muito útil, até para um público mais geral, com vontade de saber mais sobre os principais movimentos e estilos em termos de design.

Uma edição do Design Museum, e apesar do formato de bolso, muito completa, Modern Design: Classics Of Our Time tem cerca de 370 objectos que se tornaram ícones da era contemporânea, desde o iPod até aos interiores e cadeiras mais célebres. Quatrocentas páginas com imagens e artigos dedicados a todos os objectos.

Uma feliz surpresa, dado ter encontrado este livro de Raphael Zarka num sítio inesperado, A Chronicle Of Skateboarding é traduzido do Francês e tem uma cronologia muito interessante do skate ao longo de cem páginas, muito bem pesquisada. Pelo que entendi, o livro é vendido nos circuitos de arte e negligenciado no skate, dado os paralelos dos artigos que finalizam o livro, com a arquitectura, fotografia e forma.

De Charles Juliet, Conversations With Samuel Beckett and Bram van Velde parte da ligação entre o escritor e o pintor, para lhes fazer entrevistas em separado. Um homem vago e simples, que valoriza o silência e conhecia grande sofrimento, é o retrato de Beckett. Pelos silêncios que o autor diz Beckett encerrar-se, para depois dizer uma frase certeira, mostra um carácter difícil, mas amigável e respeitoso.
Bram van Velde ocupa a maior parte do livro, e as conversas começam quando ele tem cinquenta anos, muito inteligente no que diz. Viveu trinta e cinco anos em Paris e o único amigo que diz ter tido era Beckett, que raramente via. Admiravam-se mutuamente, e daí surge um manancial de pensamentos fascinantes.

Tal como as peças de arte de que é autora, Strangeland é um livro muito biográfico de Tracey Emin. A fragilidade e força da artista Inglesa são expostas com a falta de vergonha do costume, contendo desde dicas amorosas que ela retira do seu passado, até às memórias do pai. Num estilo bastante descontraído, é uma leitura satisfatória.

Apesar de ter estado no top de vendas Americano, Hawk: Occupation Skateboarder não é propriamente dirigido a um público mainstream. A maior porção do livro é passada a descrever a infância e adolescência de Tony Hawk, a maneira como se ligou ao skate e as competições onde ia, sendo bastante agradável de ser ler.

Dedicado quase em exclusivo aos estúdios Europeus mais vanguardista do design, Crazy Design reúne um conjunto de objectos desafiantes e estimulantes, num verdadeiro festim visual que fornece bastante inspiração.

Como está em Japonês, não compreendo os textos, por isso fica aqui esta citação, e a garantia de que o livro Girls Zine é bonito.
Girls Zine is published by amazing Japanese book publishers BNN. BNN was founded in Tokyo in 1985 and since then they have published more than a thousand books and magazines specialising in graphic design. I was so thrilled when they asked me to be part of this project because I had been collecting many of their design, craft and pattern books for years! I bought this inspiring 'Handmade Graphics' book just a few days before I was asked to be in the Girls Zine book! Actually when I received the email I was jumping up and down around my mini-me apartment!

Focado essencialmente na Austrália, Creatives' Homes é uma colectânea de fotografias de casas de criativos, com algumas descrições sobre as peças e os habitantes.

No encantamento de escrever e conjugar elementos díspares para criar arte, a escritora Joyce Carol Oates dá forma aos impulsos criativos, descrevendo-os em A Fé De Um Escritor, indo às memórias de infância, com muitas curiosidades sobre outros escritores, os seus métodos e fixações.

Uma lista de livros divididos por diferentes géneros, que por variados motivos atingiram o estatuto de culto, 500 Essential Cult Books é bastante útil para descobrir pérolas esquecidas e ver as associações com livros já conhecidos através das sugestões. Bastante útil para bibliófilos.

Com um estilo muito próprio, Brad Klausen foi durante dez anos um artista de pósteres de música devido ao trabalho que fez com os Pearl Jam, até se separarem e ele voltar a ser freelancer. From A Basement In Seattle é uma monografia com um tamanho alargado para conveniente apreciação dos trabalhos do ilustrador, que resume quase todos os cartazes até à data, com grande qualidade.

Um dos motivos da minha última ida à California foi a exposição Art In The Streets, cujo catálogo é bem mais do que isso, sendo um importante documento da cultura urbana por si só. Da exposição do MOCA surgem todas as influências, entrevistas aos artistas, o trabalho que os influenciou, bem como muitas imagens de arquivo dos trabalhos passados. Essencial a quem se interessar pelos temas, não só pela lição de história, mas também pelas ligações que estabelece entre o graffiti, skate, hip hop e outras culturas similares.

Uma monografia dedicada às paisagens de Gerhard Richter, Landscapes, onde o pintor Alemão trabalhou ao longo de décadas, num estilo quase fotográfico, mas com uma cortina de neblina à frente. Quase 200 páginas, grande qualidade.

William Randolph Hearst é uma das pessoas que mais admiro e me inspira pela sua resilência, e o agrupamento de casas que mandou construir em San Simeón, um dos mais belos lugares que vi, bem como dos mais arrojados. Nele e noutros armazéns, estiveram alojadas as várias colecções clássicas que ele teve, que aparecem estudadas em Hearst: The Collector. A qualidade das armaduras e tapeçarias é estonteante, bem como a forma como ele adquiria as suas peças, cujos gostos eram influenciados pela mãe e pelo gosto pela Europa que ele lhe incutiu.

Tal como o título e subtítulo denunciam, Stickers: From Punk Rock To Contemporary Art é um compêndio sobre autocolantes. Confesso que nunca tive o prazer de os coleccionar, aliás, acabou sempre por colá-los juntos em vez de os conservar imaculados como muita gente. O livro é bastante extenso, com mais de quatro mil autocolantes em amostra. As categorias em que se inserem são bastante variadas, havendo autocolantes e memórias para todos os gostos.

Month Of July é uma zine feita pelo skater Mark Gonzales e Ari Marcopoulos para testemunhar a criação das instalações contidas na loja da Supreme em Londres.

De 1970 e com George C. Scott como o lendário General Patton, o filme começa numa toada humorística de amor pela guerra, mas com quase três horas de duração, é mesmo muito longo. A quantidade de one-liners citáveis que ele produziu na vida real poderia ter sido ainda melhor aproveitada, e as particularidades de Patton, como o gosto pela poesia e a fé na reencarnação, acabam por dar lugar a um filme de guerra sério.

Documentário do ano passado sobre o piloto Ayrton Senna, o que ele representava para os competidores e para os espectadores, desde a chegada à F1 e a maneira como cimentou a sua posição, até às lutas com Prost e a FIA. A personalidade do Brasileiro e o seu grande coração são depois entrecortadas com as dúvidas após a morte de outro piloto, culminando com as tocantes imagens finais do funeral do próprio Senna.

A primeira vez que vi Forrest Gump foi já há muitos anos, por isso ainda não tinha posto aqui, o que fica colmatado agora que o revi. Um rapaz pouco inteligente mas com um grande coração vai-se desenrascando na escola, no exército, na vida. Algumas coisas correm bem, outras correm mal, mas a vida continua. O talento de Tom Hanks sobressai num filme familiar bastante bom.
Como curiosidade, a minha cadeia de restaurantes favorita é baseada neste filme.

O filme de hora e meia mostra o método de Picasso a pintar, seguindo o espectador cada linha que ele desenha. El Misterio - Picasso tem alguns diálogos, mas centra-se na técnica do pintor Espanhol.

Realizado por Steven Spielberg em 1973, American Graffiti dá um olhar sobre a cultura adolescente da década anterior, musica, drive-ins, carros, azar nas raparigas e ambição.

Um professor é contratado para trabalhar numa escola com alunos mudos, e apesar de os incentivos, há alguns que não querem ser ajudados, como uma que quer apenas limpar a escola. Como seria de esperar, enquanto inspira os alunos envolve-se com ela. O actor do principal papel de Children Of A Lesser God (1986) é notável, ao tentar extrair o melhor dela e esquecer o orgulho para aprender ele também.

The Man Who Fell To Earth, David Bowie, é bastante complexo e puxa em várias direcções, percebo que seja fascinante para algumas pessoas, mas por mim, não fez nada.

A famosa história passada em Georgestown, 1973, The Exorcist é um filme que pode ser analisado pelo seu impacto no público. A maneira como as mães do meu bairro se dividiram na opinião de se devíamos ver o filme ou não foi o suficiente para saber que por não devermos ver, eu tinha de ir vê-lo.
Uma rapariga que vive com a mãe, ignorada pelo pai, procura entreter-se e é diagnosticada como depressiva. Ao mesmo tempo, um pai com crises de fé vê a mãe ser internada. As mudanças de personalidade são atribuídas a problemas no cérebro, mas como se sabe, a moça está possuída. No geral o filme está bem montado e pelo desenvolver lento da história e o escurecer do ambiente, é certamente um dos melhores filmes de horror, com interpretações muito competentes.

Supostos terroristas em Inglaterra vão para o Paquistão para se treinarem, mas nem assim conseguem ter ideias boas. Em casa não se conseguem organizar nem decidir os objectivos, e com uma premissa tão simples, Four Lions, Inglaterra, 2010, é hilariante, devido ao excelente nível das piadas.

Funny Games, sendo a versão Americana cena por cena igual ao original, bastante bom.

Através de animações em plasticina, Jan Svankmajer deu uma roupagem a Faust em 1994, mas a falta de diálogos tornam o filme indigesto, até que eles surgem e não fazem qualquer sentido. Há humor no meio de invocações e marionetas, mas é não é de fácil compreensão.

Baseado o livro de Armitage Trail, o Scarface original remonta a 1932, realizado por Howard Hawks. É um filme de gangsters, intitulado uma denuncia contra os foras-da-lei, dizendo que todos casos retratados no filme são reais.

Do Espanhol de Daniel Mónzon, Cell 211 passa-se numa prisão onde se dá uma revolta, e um membro visitante da policia fica lá preso. Os reclusos tomam controlo de tudo e dá-se a habitual negociação. As personagens são curiosas, até pelas variantes de haver Bascos, mas há um infiltrado que traz mudanças e essa dinâmica no grupo é curiosa. Filme interessante.

Uma série de mini-filmes tal como Paris Je T'aime, New York I Love You é bastante divertido e variado, convergindo diferentes emoções acerca do amor.

Severance é um filme Inglês que retrata a maneira como os media lidam com um crime que se repete. Uma empresa que vende armas envia uma equipa à Húngria. Vão passar um fim de semana a uma casa para entrosarem como equipa, mas é um filme de terror, que acaba por se tornar monótono.

Um rapaz tem uma marca em forma de coração na cara e por isso tem dificuldades em estar com as pessoas, mas apesar de haver outro jovem que o quer ajudar, em Heartless, algures entre o fantástico e o real, os pesadelos e o que supostamente ele vive têm forma num filme Inglês que dificilmente ficará para a história.

Baseado numa história real, Le Concert foi realizado pelo Romeno Radu Mihăileanu, onde uma orquestra clandestina ocupa o lugar do Bólshoi num compromisso em Paris. Não sei o que existe de verdadeiro, mas em termos cinematográficos, é assombroso, a intensidade de Tchaikovsky transporta o filme para lugares etéreos. A construção dos personagens é muito bem feita, pelas ligações que se estabelecem entre eles, e os momentos de humor são deliciosos, principalmente na personagem do manager. Bastante recomendável.

Apocalypse - The Second World War é um documentário de 2008, bastante bom, que me foi recomendado, só com imagens da Segunda Guerra Mundial, com a duração de 6 episódios de 45 minutos cada. Todas as filmagens são feitas por pessoas que participaram na guerra, que foram totalmente coloridas, por isso é uma visão diferente e mais realista.

Uma prequela, que retrata o início dos heróis da Marvel desde que são crianças, X-Men First Class parece uma colagem forçada de várias histórias. Mistura-se um conflito nuclear e um pouco de realismo histórico, e não sendo um admirador de filmes de super-heróis, acho que acaba por faltar fantasia, coisas super num filme mediano.

Books Do Furnish A Room é um interessante livro com diversas casas particulares e a forma como os livros são usados de modo decorativo, compondo as salas e outras divisórias das casas.

O original The Hills Have Eyes de 1977 é um clássico do terror Americano, realizado por Wes Craven. Uma família tem uma avaria no carro perto de uma zona militar reservada, tendo por isso de passar a noite no deserto, com todas as criaturas que lá estão à solta.

Acho que para desmitificar o que é essa expressão Japonesa, o melhor mesmo é lerem Wabi-Sabi For Artists, Designers, Poets and Philosophers, uma espécie de homenagem à ordem natural, à apreciação do que o mundo contém, em oposição a tudo o que o modernismo representa. Curioso.

Top Gun, de 1986, celebrizou Tom Cruise numa escola de pilotos de caças. Uma história de amor, bastante entediante.

Tal como o nome indica, 1000 Ideas For Graffiti and Street Art resume-se a inspiração visual ao longo de trezentas páginas, sobre a forma de tags, graffitis e stencils, oriundos de todo o mundo e expostos nas ruas das suas cidades.

Exagerado como só os anos 80 souberam ser, Airplane! é humor barato, nada de especial.

Art In The City - London tem primeiro uma lista de artistas representados na cidade, e depois uma colecção das galerias de arte contemporânea da cidade Inglesa, ao longo de 200 páginas.

Filme sobre a banda pós-hardcore de Washington DC Fugazi, Instrument tem filmagens ao vivo e diferentes entrevistas onde são explicadas as ideias e motivações por trás da banda.

Tal como o nome indica, é uma Antologia Poética de algumas pessoas com passado ou presente em Viseu. No processo de submissões, parece ter havido alguma dificuldade em passar a mensagem, pois alguns dos textos foram encarados como artigos de montra, enquanto que outros foram homenagens à cidade. A primeira metade do livro é bastante decente, e depois tem outro segmento bastante interessante, mas a diferença de qualidade é notória. Ainda assim, vale a pena dar uma olhada. Eu tenho um poema incluído, e por isso, se alguém quiser uma cópia, é só pedir-me.

Já agora, está um artigo meu na revista On Sk8 do último trimestre de 2011 também.

Com cerca de uma hora de duração, The Jeff Koons Show foi realizado por Alison Chernick em 2004. As motivações e práticas da sua arte são relatadas pelos amigos e pelo próprio, que é também narrador. A maneira como controlou o mercado, e a ambição desse controlo, os processos de produção, e a influência de Duchamp e Picasso, os únicos que ele vê como gigantes, são alguns dos temas discutidos, bem como as suas criações a partir do que já existe, num mundo pós-Warhol.