Em Junho de 2007, 44 reproduções dos quadros mais célebres da National Gallery foram postos no centro de Londres, em becos, pubs e paredes sujas. O livro que relata o evento genial chama-se Tiger Seen on Shaftesbury Avenue e tem comentários apreciativos pela Grand Tour e imagens, algumas delas fotografadas por cidadãos, e os painéis descritivos postos na rua, uma forma simples de conhecer algumas das obras mais célebres da mais importante colecção de arte Ocidental.

Falar da voz e da beleza de Amália Rodrigues é desnecessário, o maior talento musical que Portugal teve, mas em Fado, uma história que tem paralelos com a vida pessoal da principal actriz, é bem Portuguesa, com humor popular, mas também as decepções e tristezas que populam o nosso imaginário colectivo.
A carreira da fadista começa a ganhar forma numa tasca até a ambição afastá-la dos amigos e do bairro, até uma série de mal-entendidos abrirem uma fossa na ligação dela a Lisboa. Para além de Vírgilo Teixeira e Amália, António Silva e Vasco Santana, entre outros, completam o habitual luxo que eram as produções desta época.

Um bocado em consonância com o mercado, Francis Ford Coppola fez em Tetro uma redução do seu arsenal de produção. Com Vincent Gallo maduro, Tetro, fugiu da família, deixando um irmão com um passado por descobrir. É simples, é bom.

Intrusivo e assumidamente white trash, Deformer é muito bem apresentado . Composto por Ed Templeton, almeja contar a história da vida dele a partir de Orange County. É bastante pessoal e angustiado, mas é agradável de se ler, e quando começa a parte da fotografia, há coisas muito boas.
Como é que alguém com este passado controlou ao mesmo tempo as carreiras do Brian Anderson, Chad Muska e Jamie Thomas? Vale bem a pena, mesmo.

Se todas as adaptações cinematográficas de livros fossem como a de John Ford a Grapes of Wrath, talvez se desculpasse o facto de as pessoas verem os filmes, mas não lerem os livros. Escrito por John Steinbeck e produzido por Darryl F. Zanuck, acresce-se ainda Henry Fonda no papel principal, ou seja, clássico garantido. A chuva, falta de colheitas e fome faz com que várias famílias considerem a emigração forçada ou não para a Califórnia. Depois de Estar preso quatro anos, Tom (Henry Fonda) regressa para saber que a familia vai partir para a California onde há empregos, e ele junta-se a eles. A viagem é marcada por vários problemas e pela promessa de uma vida melhor.

Depois de O Aviador e Gangs de Nova Iorque, a dupla Scorsese e Di Caprio regressou neste ano com mais um filme para a história. Shutter Island é uma ilha abandonada reservada ao tratamento dos pacientes com maiores problemas psiquiátricos. Dois Marshalls têm de investigar o desaparecimento de uma mulher. Teddy Daniels (Di Caprio que cada vez fica mais perto do panteão) requisitou este caso por motivos pessoais, para encontrar o homem que começou o incêndio que vitimou a mulher. Ou será que a realidade não é bem essa? O cenário é terrifico, os paralelismos das histórias muito bons.

Com um dos começos mais intensos do cinema, Natural Born Killers de Oliver Stone desafia todos os parâmetros de comportamento social, destilando violência pela mão de um casal. Fiquei bastante bem impressionado com o filme, no entanto é algo que carece de mais visualizações para o compreender na totalidade.

Wes Anderson adaptou o ano passado Fantastic Mr Fox, de Roald Dahl. Os diálogos e as vozes são bastante engraçadas, mas o único problema está na animação. O filme é suficientemente divertido, no entanto o estilo de animação é bastantes furos abaixo do que se comum nos dias de hoje. Os animais selvagens que têm diferentes talentos fazem parte de uma equipa bastante gira, encabeçada pelo Fantastic Mr Fox, George Clooney.

Depois do Until The Light Takes Us, pediram-me mais documentários sobre o metal e afins, e podem encontrar alguns nesta página, do lado direito. Um deles é A Headbanger's Journey, que pode ser aqui visto na totalidade, que teve bastante divulgação no mainstream. Não é nada de mais para quem tem algum contacto com musica mais extrema, e o narrador/criador tem uma atitude um bocado delirante que pode ser confundida com futilidade (ou então é por se excitar demasiado com a temática). A melhor parte é a entrevista dos Mayhem nos 37 minutos. Outro decente (se conseguirem ignorar a apresentadora) é Murder Music: A History of Black Metal, centrado na história de Mayhem e Satyricon.

Já agora, queria agradecer pelos comentários que ocasionalmente são deixados, e dizer que a partir de agora, não vão haver comentários no blog por uma questão de estética. Como é sabido, o que eu ponho aqui é o que me vai passando pelas mãos, uma espécie de diário, e as minhas opiniões breves. Se fossem coisas mais expansivas ou abertas a discussão, valia a pena promover a interactividade através dos comentários, mas eu não tenho o hábito de comentar os outros blogs, e como ponho muita coisa neste, por vezes é difícil de seguir, quanto mais comentar. Quem me quiser pedir alguma coisa ou algum esclarecimento, de futuro podem usar o email, acessível na páginas das OA Industries. Mais uma vez, obrigado ao pessoal que costuma comentar, eu agradeço e espero que não levem a mal, porque há gente que me diz "eu vejo o teu blog, mas tu importas-te que não comente?", e para mim não é importante.

Ocasionalmente partilho aqui alguns vídeos, mas acho que feito por uma pessoa que eu conheço, é o primeiro. Este Night Time da Ana é uma boa estreia, feito em stop motion a partir de 1400 fotografias, espero que seja o primeiro passo que a leve a explorar este método, e se venham a ver mais filmes e ideias mais desenvolvidas dela, que é primeiramente fotógrafa.


Apesar de diferentes épocas (1944 e 1970) respectivamente, vale a pena pôr estes dois filmes de Billy Wilder juntos, já que foram ambos igualmente desapontantes. Culpa disso pode ser a minha expectativa quanto ao realizador, depois de ter visto O Apartamento, que rapidamente se tornou um dos meus filmes de eleição. Pagos a Dobrar (Double Indemnity) tem actores interessantes e uma história curiosa onde um vendedor de seguros se apaixona por uma potencial cliente, que juntos decidem matar o marido dela para receber o valor do seguro, correndo mal o plano. Tal como The Private Life of Sherlock Holmes, um filme normal, que podia ser de um realizador anónimo. Mas falta aquele efeito mágico, que eu espero que nos três filmes que me faltam ver de Billy Wilder, seja recuperado, até por ter guardado os mais célebres para o fim.

Ainda que tenha em consideração o argumento clássico de que um livro perde sempre ao ser passado para ecrã, tomando a adaptação de The Road por John Hillcoat com o objecto final, fica a faltar muita coisa. A fotografia é óptima, e Vigo Mortensen tem a entrega habitual, no entanto, neste cenário apocalíptico onde nada existe, daquilo a que uma pessoa pode ganhar afectos, este filme é igualmente frio e distante. A adaptação da caminhada de um pai e filho escrita por Cormac McCarthy tem quase tanto de conteúdo como eles de posses.

De Julio Cortázar, os apontamentos e recortes contido em A Volta Ao Dia Em 80 Mundos falam sobre o que o move, as memórias, e como ele diz, "citar é citar-se", um belo exercício. Logo na primeira página fala de Julio Verne, jazz e boxe, e entre outros, fazem aparições Robert Level, Man Ray e Marcel Duchamp. A vida caseira com a mulher e os gatos fazem-no ocupar-se, com associações que não fazem qualquer sentido, mas no fundo, todo o livro deve ser encarado como uma obra de humor, muito bem escrita e que seduz mas ensina, brincando com os estereótipos dos Argentinos, dos poetas, e no fundo, de Cortázar.

Por vezes perguntam-me se ponho aqui todos os filmes que vejo. Não, porque alguns são muito maus (e acabo por rever muitos também), mas este até merece a entrada. Texas e Antigo Egipto não têm muito em comum, e o elo de ligação é feito por um Elvis e um JFK negro, ambos acamados. No IMDB, Bubba-Ho Tep parece ser bastante popular, o que me leva a crer que as pessoas só viram a cena com uma barata gigante, que está bastante bem executada e que vai fazer tremer quem odeia insectos como eu. Mas se há pessoas que gostam de um proto-Big Lebowski, onde um sósia do Elvis e um Kennedy negro decidem matar uma múmia, então o filme é digno de aparecer aqui.

Kim Newman's Guide to The Flipside of British Cinema é um documentário que serve de guia introdutório à colecção do BFI de filmes esquecidos que foram relançados em colectâneas em DVD. É uma revisitação a filmes raros e esquecidos, que inclui quatro curtas cujos temas são o fascínio pelo consumismo, a influência da América em Inglaterra nos Swinging 60s, bem como trailers de todos os filmes da colecção.
Já agora, por curiosidade, a mulher da capa é a Judy Dench no primeiro filme dela, por volta de 3031 AC.

Não se pode dizer que tenha ficado desapontado com o documentário de Aaron Aites e Audrey Ewell sobre um dos movimentos que mais me interessa e sempre me fascinou, porque já sabia de antemão que tinham tratado a matéria bastante mal. Until The Light Takes Us pretende ser uma avaliação da força que o Black Metal teve nos anos 90, mas é muito mal filmado (as imagens ou têm uma fotografia inexistente ou são mal captadas), mal montado, uma filmografia que permite que capas de albuns apareçam pixelizadas num ecrã de cinema, entre outras atrocidades. Há duas personalidades que guiam o filme, Fenriz dos Darkthrone e Varg de Burzum, que na altura ainda estava preso. Pelo meio contam-se as histórias do incêndios nas igrejas, alguma da ideologia por detrás disso, a história dos Mayhem (muito por alto), e uma adição interessante, que é uma performance do Frost de Satyricon em Itália. É tudo material interessante, mas que existe em entrevistas que qualquer pessoa que acompanhe o género conhece, no entanto o que surpreende é a forma como ao revestirem o documentário da etiqueta Indie, ele ganha logo um novo tipo de público, que espera ser impressionado.
Momentos com Harmony Korine e uma interpretação do black metal em quadros por outro artista são exactamente apontados a esse tipo de público (e desnecessários de tão absurdos que são) que eu também encontrei na minha sala, e que não vai retirar nada de útil do que é dito pelos protagonistas, e a história acaba por ser mal contada, pois há momentos e figuras que são determinantes e não são sequer mencionados. Em conclusão, é uma peça que fala sobre o black metal, e por isso é interessante, mas falha em quase todos os níveis, e não fosse o humor do Fenriz e a inteligência do Varg, seria insuportável (e de certeza que eles não faziam ideia no que se estavam a meter). E eu nunca pensei entrar num cinema com o Filosofem a tocar.

My Name Is Charles Saatchi And I Am An Artoholic é um livro de perguntas ao antigo publicitário Charles Saatchi, que se tornou ainda mais famoso graças ao coleccionismo de arte moderna, principalmente da geração dos YBAs. Hoje em dia, a sua galeria mudou-se para uma nova localização e continua a apoiar artistas pelo mundo tudo. O sucessor ? é exactamente igual na forma, com novas perguntas igualmente postas por críticos e anónimos do público. É bastante interessante, e a forma honesta e sincera como responde sobre a arte, negócios, o passado dele e o mercado surpreendem, dado ser conhecida a sua recusa para falar publicamente. O humor dele vem do excesso de confiança, mas tem também um grande complexo, desvalorizando-se constantemente. Vale mesmo a pena ler, pois a brincar, ele diz muitas coisas com sentido.

A forma superior como Home é filmado por Yann Arthus-Bertrand indicia como os nossos recursos naturais são limitados, e em como a humanidade e, hoje em dia, o excesso de população levam a Terra ao limite. Apesar dos nossos modelos de consumo, é possível ver que existem ainda muitas pérolas virgens, e depois de nos mostrar a destruição que temos causado, tem um segundo final, com as medidas de preservação que têm sido criadas. Existem imagens de mais de 50 países, e de certeza que os amantes da natureza e do ar livre vão adorar.

Escrito em parceria pelo mágico William Kalush e o escritor Larry Sloman, The Secret Life of Harry Houdini analisa a vida de Harry Houdini como espião. Os autores transformaram o que estava em cartas ou entrevistas em diálogo, o que causa algum incómodo, mas por outro lado, tenta dar credibilidade aos episódios, coisas que não podem ser comprovadas.
O jovem pobre Ehrich Wiess passou a ser Houdini, tão influente haviam sido os livros de Robert-Houdin. Começou a viajar em circos ambulantes e a testar novos truques em que se libertava, começando a actuar em todas as esquadras por onde passava, libertando-se das algemas, para promover o espectáculo na cidade. A confiança dele vinha por ter um sexto dedo, que era onde escondia as peças para se libertar, um dos muitos truques que ele usou. A vida de Houdini foi bastante peculiar, com obsessões com aviões (foi o primeiro homem a voar na Austrália), a carreira cinematográfica, a amizade com o escritor até este morrer com 40 anos, bem como com Sir Arthur Conan Doyle, que o ajudou a explorar o espiritismo, de quem ele e a mulher eram aficionados, e que Houdini depois de considerar uma fraude, passou bastante tempo a tentar expor publicamente. É um livro extenso e que mostra uma vida incrível, com Houdini constantemente a experimentar novas formas de prender as audiências aos seus longos espectáculos, transformando-o numa celebridade mundial e um grande entretainer.

Cotton Club de Francis Ford Coppola pode bem ser definido como um filme estranho. O filme baseia-se na discoteca homónima que existiu em Nova Iorque, centrando a programação em músicos de jazz negros. O elenco conta com Nicholas Cage e Richard Gere, entre muitos outros, e não me surpreende que não tenha sido um sucesso, algo desapontante, até pelo investimento que teve. Os cenários são bastante bons, nos meios onde os donos e os clientes do clube se passeiam, no entanto algo falhou em termos de história.

De Alex Romain.

Passado nas minas em Rio County, Texas, Lone Star é um filme excitante de John Sayles. O filho de um xerife assassinado tem de redescobrir o legado do pai na cidade, que não era o melhor, com constantes avanços e recuos no tempo. A maioria Mexicana, o racismo, acabam por ser a explicação, mas o desenvolvimento da história está muito bem escrito.

Uma retrospectiva da vida do pintor Arshile Gorky (e não o escritor Maximo) pela companheira.

Se já aqui mostrei a minha falta de interesse por Samuel Fuller, há que admitir que Hell & High Water de 1954 até é um filme curioso, nem que seja em comparação ao que ele fez. O enredo coloca a acção num submarino, que tem como missão prevenir o avanço das forças Chinesas, com a adição de uma cientista a bordo, que obviamente atrai as atenções da tripulação. O submarino começa a ser atacado, ocasião para heróis clássicos.

Isn't that ghetto-fabulous? Será que ao comprar a minha harmónica, ajudei o estilo rural a entrar na moda?

Uma curta sobre vinys sugerida no Dflektor. Penso que é mesmo esta a versão final e não vai ser mais desenvolvida. Já o sugeri aqui, mas para quem gosta do tema, vale a pena ver o Scratch de 2001.

Ainda não tive tempo para pôr aqui as últimas coisas que me passaram pelas mãos, no entanto, podem empregar bem o tempo ao ler a descrição do André dos nossos dias em Nova Iorque, dividida em parte um e parte dois. Se ele se fechasse menos em casa e no trabalho, já saberia que também tem estado a por mais coisas no blog, que foi acrescentado à lista aqui ao lado.

Tenho alguns updates para este blog, mas como ainda vai demorar alguns dias, adicionem aos vossos favoritos o blog das Organic Anagram Industries em http://organicanagram.com/blog/. É em Inglês e vou usá-lo para falar de coisas a que vou e do que me motiva. Obrigado!

Os vinys deste episódio são de Raekwon, Converge, Darkthrone, Burzum, Oathbreaker, All Out War e 27.

Das origens Inglesas em Swansea, Dylan Thomas desistiu da educação para trabalhar como jornalista, e depois, disto em prol da vida boémia que se entrepôs. Morreu em Nova Iorque aos 39 anos, e os poemas tinham a particularidade de terem como título o verso inaugural. Os Selected Poems de Dylan Thomas são uma selecção do último volume que ele organizou um ano antes de morrer, mais uma adições. Gales, tanto as florestas como o mar são a principal inspiração, e ainda que seja obviamente bom, não foi um estilo que me apelou. É bom, mas não é sublime.

Este é mais um daqueles filmes que eu recomendo vivamente. Menilmontant é uma pequena grande pérola de 1926. O enredo do filme de Dimitri Kirsanoff consiste em duas irmãs Parisienses que são seduzidas pelo mesmo homem e do rumo que as suas vidas tomam, no entanto, no plano estético, muito negro, revela grande mestria e bom gosto, com planos soberbos e uma montagem que até hoje em dia arrumava com muita gente.

Com apenas uma hora de duração, Made In Britan de 1982 é um filme com poucas aspirações. Para além de Tim Roth no papel principal, que ora tem traços de amadorismo ou de génio, não há mesmo nada a assinalar.

De Gary Wustwit, Objectified foi um documentário lançado no ano passado que mostra as ideias que alguns designers defendem, os processos de criação, e as suas próprias produções. Tem uma forte componente industrial, de modo a ilustrar que o design está em todos os nossos objectos diários. Para quem se interessa por design é muito interessante, com alguns pesos-pesados da actualidade como Marc Newson, Ikea, Apple, Dieter Rams, entre outros.

Apesar de haver um filme de 1984 com o mesmo nome, isto refere-se à versão de Fritz Lang de 1946. Cloak and Dagger (O Grande Segredo) é uma grande obra cinematográfica, com Gary Cooper no papel de um cientista nuclear convidado para ajudar na causa da guerra, de modo evitar que os nazis se adiantem na criação da bomba atómica. Na missão de espionagem, ele acaba por ir para à Suiça e depois a Itália, para chegar a outro cientista que julgava-se estar a ajudar os Nazis. O motivo era eles terem raptado a filha dele, e então reave-la torna-se o objectivo da missão. A fotografia com aqueles pretos carregados famosos de Fritz Lang, a filmografia e o suspense fazem deste um grande filme.

Park Row de Sam Fuller é uma homenagem ao jornalismo Americano, famoso nessa morada de Nova Iorque. A história é curiosa, passada em 1880, envolvendo a ambição e as posições de diferentes publishers e editores dos jornais. Apesar de haver uma mulher que insiste em controlar o negócio com o seu jornal, a personagem principal continua a gerir o jornal dele, e com o trabalho consegue vencer a luta pelas vendas. Tem também uma parte interessante sobre os avanços tecnológicos que permitiram fazer um trabalho melhor, no entanto, imaginar Citizen's Kane e Park Row, com a mesma temática, ilustra as deficiências da realização de Sam Fuller.

Apesar de haver outra versão dos anos 70, é de Molière de 2007 que se trata. O filme só podia ser em Francês, e lida com um período interessante da vida do actor/escritor. Pela visão clássica que tem do teatro e por não ceder a nada, Molière acaba preso. A forma de ser liberto é ajudar um senhor nobre a escrever uma pequena peça para um jovem que ele queria seduzir. Apesar da oferta não ser intelectualmente aliciante, ele quer sair da prisão e concorda, mas como Jordain é um homem casado, tem de ser contratado como mentor religioso, o que obviamente corre mal, dado o carácter extrovertido dele. A versatilidade de Romain Duris e o humor do filme são notáveis, até no facto ficcional (como quase tudo no filme), de Molière acabar com a mulher de Jourdain.

Buster Keaton é um dos realizadores que eu mais admiro, e Sherlock Jr. de 1924 não me desapontou, é soberba a mestria de Keaton por trás da câmera. A trama consiste num jovem que trabalhava como operador de cinema, mas estudava para ser detective, que entretanto se apaixona. Outro pretendente rouba o relógio do pai dela, mas com o tempo tudo acaba por se resolver. Uma nota para a banda sonora da versão que eu vi, muito boa.

Confesso que estava à procura de material para a minha dissertação quando encontrei Shadow of Light de 1984. Oiço falar da banda Inglesa Bauhaus (que eu pensava ser Alemã como a Escola) aos anos, mas nunca os tinha ouvido, por ter a ideia de que eram algo teatrais, aquele gótico-poético-lamechas. Não estava muito longe da minha ideia, mas estas imagens de arquivo até têm musica interessante. O concerto é quase contínuo, com bastante tempo para as musicas respirarem, entrelinhado com videoclips.

The Anthology of American Folk Music is a six-album compilation released in 1952 by Folkways Records (catalogue FP 251, FP 252, and FP 253), comprising eighty-four American folk, blues and country music recordings that were originally issued from 1927 to 1932.
Experimental filmmaker and notable eccentric Harry Smith compiled the music from his personal collection of 78 rpm records. The album is famous due to its role as a touchstone for the American folk music revival in the 1950s and 1960s.
The compilation was divided by Smith into three two-album volumes: Ballads, Social Music, and Songs. As the title indicates, the "Ballads" volume consists of ballads, including many American versions of Child ballads originating from the English folk tradition. Each song tells a story about a specific event or time, and Smith may have made some effort to organize to suggest a historical narrative, a theory suggested by the fact that many of the first songs in this volume are old English folk ballads, while the closing songs of the volume deal with the hardships of being a farmer in the 1920s.
The first album in the "social music" volume largely consists of music likely performed at social gatherings or dances. Many of the songs are instrumentals. The second album in the "Social Music" volume consists of religious and spiritual songs. The final volume consists of regular songs, dealing with everyday life: critic Greil Marcus describes its thematic interests as being "marriage, labor, dissipation, prison, and death.

Por principio não partilho musica porque cresci a comprá-la, mas neste caso vale a pena.

A adaptação de One Flew Over The Cuckoo's Nest por Milos Forman, apesar de perpetuar/criar alguns clichés explorados em filmes como Girl, Interrupted ou The Shawshank Redemption, é um marco. Num dos papéis mais marcantes de Jack Nicholson, R.P. McMurphy é um presidiário que não gosta de trabalhar, e por isso finge ter problemas mentais. Para o azar dele, é enviado para um hospício, e posto lá, tenta trazer alguma normalidade ao sítio, ao mostrar aos pacientes que há outras coisas que eles podem fazer. Foi a primeira vez que vi, e achei um filme mesmo muito bom.

O documentário Heavy Metal in Baghdad começou a ser rodado antes da guerra, para relatar as dificuldades da única banda de heavy metal no Iraque, e de como a sociedade não lhes dava espaço para tocar. Para além da paixão que eles têm (um deles quer ter o cabelo como o Zakk Wylde mas não o deixam), é a loucura que era Bagdad em 2005 e 2006 que impressiona mais. Eles são músicos bastante competentes, apesar das óbvias limitações em termos de influências, mas o espírito de sacrifício deles é algo de fenomenal. Ficam com a sala de ensaios destruída por bombas, alguns mudam-se para a Síria, até que todos se juntam lá, para viver em condições péssimas e tentarem a sua sorte. Conseguem dar um concerto bom e vão gravar o primeiro album de heavy metal na Síria, e o primeiro de uma banda Iraquiana, mas ao verem as imagens que já estavam gravadas dos anos anteriores, revoltam-se por verem a sala de ensaios destruída (alguns saíram do país antes de isso acontecer), e o país que tinham deixado, todo em guerra. No fim, não é perceptível se eles acabam por culpar os realizadores pela invasão e destruição do país, mas o filme acaba de maneira algo abrupta. Eles merecem mesmo ter sucesso, porque vivem literalmente para tocar. Um bom exemplo, e entretanto eles conseguiram mudar-se para a Turquia e depois para os Estados Unidos.

Não sou pessoa para criticar pessoas que tentam arranjar maneiras para se safarem, no entanto, acho que isto é um bocado demais. Suicide Girls Guide To Living são 12 lições/sets introduzidos por uma das raparigas, meia duzia de tipas com quem ninguém queria falar na primária a darem uma lição sobre as coisas desinteressantes que fazem. Inclui também a conversa habitual sobre como é difícil e doloroso ser aceite com tatuagens, e algumas explicações porque não são aceites em trabalhos normais como modelo. Se fossem elas as artistas, percebia que quisessem falar delas, mas o mérito está sentarem-se numa cadeira? Alguém que já tenha lidado com alguma delas sabe quais são as motivações por trás disto, mas tal como disse, se me dissessem que ao darem-me um saxofone alto para as mãos, eu podia tocar numa banda de jazz se o fizesse nú, mesmo não sabendo tocar, eu não o fazia. Mas havia alguém com bastante tempo livre e sem objectivos que ia encontrar nisso um propósito para a vida. O que acaba por ser o que se passa aqui.
A iluminação e a montagem dos vídeos são muito bons, mas a musica é má e elas não tem classe nenhuma. A evitar, principalmente pelo mau exemplo que dá a mentes mais impressionáveis.

Começa por falar da paixão do Max Schaaf por motas, mas o skate acaba por ser o principal nestes 4 episódios. É bom ver como eles continuam a gostar de andar de skate vert na forma mais pura e não têm interesse na maneira robótica como é tudo feito hoje. Aparecem várias pessoas a falar de como gostavam de ver o Max Schaaf, e a ligação dele com o Jake Phelps, o actual editor da Thrasher, é curiosa. A partir daqui podem aceder aos episódios de Epicly Later'd with Max Schaaf.
Já sairam três episódios de cinco do Brian Anderson, e até agora estão a ser excelentes, mas depois eu ponho aqui quando sair. O do Gino Iannucci é muito bom, outro skater honesto que fez a carreira dele sem se importar com nada do que se passava na indústria.