Penso que ainda não foi lançado oficialmente, mas o documentário The Carter vai ser uma decepção quando chegar à grande base de seguidores de Lil Wayne (no entanto vai provocar menos estragos à carreira do que o novo album Rebirth).
A ideia inicial seria a construção do mito, no entanto a pouca duração deve-se possivelmente ao corte de relações que houve. Feito ao longo de 6 meses, confirma a impressão que se tinha dele, apesar dos exageros de quem cresceu desde os 11 anos numa editora e dos abusos da cough syrup, Wayne é um tipo inteligente, que acorda cedo e principalmente, tem tudo e todos sobre controlo.
Começa com o lançamento de Carter 3, desde os downloads ilegais até ao primeiro milhão das vendas e pretende construir a personalidade ao dele interpretar as letras. Em última instância, é muito curto e não traz nada que dezenas de videos que a Cash Money publica no Youtube não traga. Quanto à matéria em si, Wayne, como todos os génios, tem a inquietude, a vontade de querer sempre mais, ou não teria o ritmo de mixtapes e albuns que tem tido. Há-de continuar a vender muito, ainda que tenha de fazer uso de uma personalidade que é apenas uma parte dele e não o todo.
Com praticamente oitenta posts, este foi de longe o mês mais activo, tendo efeitos nas visitas também. Obrigado.

Geralmente não ponho aqui nenhum filme relacionado com skate ou livros que leia por motivos profissionais (chegam a ser várias dezenas por mês de arte e design), no entanto como este foi uma oferta generosa, vale a pena mencionar o London Design Guide 2010. Dá destaque a algumas lojas e galerias, divididas por bairros, com alguns textos e no fim um olhar a novos movimentos que vão surgindo. Para além das lojas, dá também sugestões sobre sítios para comer e dormir.
Não é extensivo, deve ser visto exactamente como um guia para uma visita, apesar de ser grande, são sugestões do momento que se cobrem numa semana.

Três dias após a inauguração do novo espaço em Bermondsey, a London Glass Blowing convidou-me para ir dar uma olhada. Só lá estavam 3 da equipa de 6 artistas e dispuseram-se a dar um pequeno workshop. Apesar de as peças serem exageradamente caras, foi bastante interessante.


Quão bom é isto?


A primeira grande obra monumental de Stanley Kubrick é dedicada a Spartacus, o escravo que se opõe a Roma, interpretado por Kirk Douglas. Apesar de o realizador sempre ter dito que não era ele o interessado no filme, Kirk Douglas tinha algo a provar, pois perdera o papel de Ben Hur para Charlton Heston. É um épico em todos os sentidos, e tal como Ben Hur, também a escravidão acaba por ser o tema central, com uma história amorosa pelo caminho. As parecenças não se acabam só aí, mas estendem-se aos cenários épicos e a todo o elenco, enorme. Apesar disso, Ben Hur é uma obra mais conseguida.


Tão bem editado e tão divertido. Shingo Iwasaki para a 13th Witness nos bairros de Shibuya e Harajuku, Tokyo.


O realizador Jamie Livingston tirou uma fotografia por dia de 31 de Marco, 1979 até 25 de Outubro de 1997. Nesse dia, no aniversário, morreu de cancro.
A qualidade das fotografias como documentos históricos da vida dele é inegável, e ele tinha mesmo um dom para isso.
As fotografias aqui mostradas são do dia em que eu nasci e do último 30 de Novembro que ele viu, respectivamente.


Já o disse aqui várias vezes e há-de ser sempre assim. Quem me conhece sabe que dou pouco valor ao que tenho quando comparado com as pessoas que me acompanham. Não há nada que supere levarem-me a fazer coisas, e felizmente há sempre pessoas a darem-me recomendações, é bom saber que se lembram por causa de coisas interessantes.
Por causa da expansão que vai surgir nos próximos tempos, vou deixar de ser só eu e a família vai alargar ainda mais. Uma das coisas que quero implementar é fazer as pessoas serem parte deste estilo de vida, não só através da roupa (sim, está tudo a andar para a frente finalmente), mas também seguindo as coisas que vamos fazendo e que vale a pena partilhar. Por enquanto este blog vai ter algumas entradas destas, mas depois estas coisas mais relacionadas com lifestyle irão passar para o website.
Ontem, depois de irmos jantar com mais gente conhecida do João Rui, eu e ele tinhamos ido andar de skate juntamente com o Gonçalo (e ver uma exposição inexistente na Slam City, mas onde ainda haviam cerca de 80 pessoas). Hoje íamos repetir a dose mais perto de minha casa, mas como já parti o pé duas vezes e ontem tive de atravessar umas ruas depressa para ir ter com eles, hoje já não conseguia andar, por isso saí mais tarde sem skate e assim que chego ao skatepark começa a chover. Eles tinham ido comer pão (o que é estranho) e quando cheguei pediram-me para encontrar um Starbucks. O Gonçalo, que diz não entrar num talho e que é daqueles vegans ultra-fundamentalistas é um tipo impecável, do mais amigável que há, e o João Rui é um tipo calmo, já o conheço há décadas literalmente, para além de termos andado nos escuteiros (eu explicar isso dava direito a histórias de tropa que não são para agora) e por ele ser irmão de uma amiga minha. Decidimos ir até a uma loja onde comprei dois LPs do Big L, um para mim e outro para oferecer ao André com quem me ia encontrar mais tarde.
Por causa da chuva e por o filho do Gonçalo estar adoentado, eles foram indo para casa e eu voltei a um sitio em Camden para ver um bocado de futebol, com uma banana no autocarro. Não gosto muito daquele ambiente emigrante, mas é o que se arranja. É pena o vídeo não ter som porque a gerência muda mas as personagens são sempre as mesmas.
Despachei-me porque tinha de encontrar o André e o irmão dele que estava de visita, para irmos ao Imax ver o Dark Knight. O André tratou de tudo, pois eu nunca lá tinha ido e é mesmo monumental. As cenas não são todas a ocupar o ecrã, mas a cena inicial do assalto ao banco, os planos de Hong Kong e o Heath Ledger vestido de enfermeira com o hospital a explodir atrás, são do outro mundo visto num ecrã que deverá ter uns 8 andares de altura. É mesmo inimaginável, é o maior ecrã do Reino Unido e quando a imagem estende, é preciso deslocar o olhar para a parte da imagem que queremos ver, e como vai do tecto ao chão, nas cenas de helicóptero parece mesmo que vamos a voar sobre os prédios. O dia continua a noite.
Obrigado.


Dos irmãos Coen, The Man Who Wasn't There é uma tragi-comédia no estilo habitual deles, com o destino de cidadãos comuns a ser atravessado por um acontecimento incomum, neste caso, um barbeiro Californiano que é acusado de homícidio. É passado nos anos 50, e estilisticamente é soberbo, com uma fotografia a preto-e-branco absolutamente deliciosa. Dificilmente é um filme de topo, mas cumpre bem o seu propósito.
Para além do fantástico Billy Bob Thornton no papel principal, também entram James Gandolfini e uma Scarlett Johansson, que começava em 2001 a fazer papéis de maior protagonismo.

Na capa de Brick lê-se que é o smartest indie movie since Donnie Darko, e tirando o sentido definitivo da frase, até é verdade. Existem centenas de filmes deste género, geralmente bastante interessantes mas que tendem em não perdurar na memória. Brendan, um nerd, é aproximado pela ex-namorada envolvida em drogas em busca de ajuda. Depois de morta, ele tem de juntar as peças que ligam um tijolo e o nome de Pin, um traficante, a quem chega depois de se infiltrar no círculo de outros, menores. Acaba por ser um filme romântico, com tanto de bonito como trágico.
Achei esta imagem que ilustra o filme bastante boa.

Por preconceito possivelmente (e julgar dois filmes seguidos assim é mau presságio) por causa deste filme também de Wim Wenders, não tinha grandes expectativas para Lisbon Story. É francamente bom, as imagens de Lisboa são de grande qualidade e enquanto o protagonista Friedrich capta emoções por Lisboa, para gravar sons para um filme que não se vai concretizar, é uma bonita homenagem à cidade. Tem participações de Manoel de Oliveira e dos Madredeus, ambas bastante interessantes, e os actores locais, nomeadamente o rapaz Zé inserem-se bem no filme, com várias histórias a cruzarem-se.

Eu sabia que isto ia ter de acontecer. Da filmografia de Kubrick só me faltavam ver Killer's Kiss, The Seafarers, Fear and Desire e Day of the Fight, e para além de uma embirração com The Shining, era tudo bom demais. Chegou a vez de ver a adaptação de Lolita de Nabokov e fiquei desapontado. Tal como quando profiro a minha opinião sobre The Shining, também estou ciente que esta pode ser uma heresia, no entanto a adaptação de Adrian Lyne de Lolita é mais do meu agrado. Os pormenores do mestre estão lá, Sue Lyon tem uma actuação fantástica, e se nunca tivesse visto a outra adaptação ou o resto da obra de Kubrick, talvez tivesse aproveitado melhor o visionamento.

Uma curiosidade. Link, o herói da série Zelda é esquerdino. Só no Twilight Princess é que é destro, pois a maior parte das pessoas empunha a espada à direita, e com os comandos desse jogo a serem a espada e um escudo que imitam os originais, fica facilitado para mais gente.
Outra curiosidade: Sou esquerdino ou ambidextro em tudo o que faço, excepto escrever, porque nunca me ensinaram a escrever com a esquerda, e por isso ainda hoje tenho a mesma letra ilegível de quando tinha 8 anos.

A Vanity Fair publica gratuitamente a coluna que o Henry Rollins escreve. É interessado, não parece ter nada filtrado.

É sabida a propensão de Hitchcock para fazer aparições nos seus filmes, e nesse vídeo está uma interessante colecção delas. Só não percebo a escolha da musica dramática, pois são imagens bem-humoradas.

Quase sem diálogos ou narrativa, Ossos de Pedro Costa é mais um filme Português bastante fraco. Percebe-se a ideia de querer passar o amadorismo por opções estéticas. Claro que há quem aplauda e premeie isso, mas ainda há algum critério por estes lados.
No meio de tanta contenção, vale sempre a pena citar a primeira fala do filme: 'Cabrões'.

Uma homenagem de Tim Burton e Johnny Depp ao que é tido como o pior realizador sempre (em breve vou rever dois filmes e hei-de pôr aqui), Ed Wood é rodado a preto-e-branco, tal como os filmes ficção científica e horror que ele tentava criar. É uma comédia biográfica, começando no momento em que Ed Wood trava contacto com um decadente Bela Lugosi. É um retrato carinhoso, com algumas recriações de filmes como Plane 9 From Outer Space e Glen and Glenda, bem como a obsessão de Wood por Orson Welles e a honra que para ele foi trabalhar com Bela Lugosi, que morreu durante as filmagens e que por isso foi substituído por um actor com a cara tapada (É assim que aparece no filme, mas eu tinha ideia de ter lido que era a mulher de Wood que tinha feito isso na realidade). Actores como Sarah Jessica Parker ou Bill Murray ajudam a celebrar os colaboradores de Woods, autênticas personagens.

Com praticamente 60 entradas, este foi o mês com mais posts, por isso há aí muito material para lerem enquanto eu vou estar ausente, até ao final da semana. Obrigado por continuamente virem ao blog.

Look again at that dot. That's here. That's home. That's us. On it everyone you love, everyone you know, everyone you ever heard of, every human being who ever was, lived out their lives. The aggregate of our joy and suffering, thousands of confident religions, ideologies, and economic doctrines, every hunter and forager, every hero and coward, every creator and destroyer of civilization, every king and peasant, every young couple in love, every mother and father, hopeful child, inventor and explorer, every teacher of morals, every corrupt politician, every "superstar," every "supreme leader," every saint and sinner in the history of our species lived there – on a mote of dust suspended in a sunbeam.

Carl Sagan

Muitas das pessoas que visitam este blog cresceram no hardcore, e recomendava-lhes que lessem este livro, Spray Paint The Walls de Stevie Chick, sobre a melhor banda de harcore, Black Flag. A introdução é péssima, a tentar explicar o que era a California nos anos 70, com demasiados pormenores irrelevantes e a lançar alguns apelidos que quem não conhece já a banda não percebe que são familiares dos membros. É demasiado longa e não tem relevo para a história, no entanto, no geral, o livro é bastante interessante. O trabalho é mais de pesquisa, pois constrói a história dos Black Flag a partir de livros existentes ou zines, com algumas entrevistas mais extensas, que acabam por ditar o rumo do livro, como ao artista Raymond Pettibon, a baixista Keira ou o segundo vocalista, Ron Reyes.
Falta esse balanço, uma grande entrevista com Greg Ginn, o guitarrista, compositor e mentor do que foram os Black Flag, ou algo novo sobre Henry Rollins e a sua perspectiva, pois tudo o que aparece sobre ele, são interpretações dos seus diários.
Dado a importância que a banda teve em definir o hardcore, desde a maneira de formar editoras, promover albuns, fazer tours, todas as bandas de hardcore hoje em dia, sem excepção, devem-no aos Black Flag e a Greg Ginn, e por isso é fundamental saber a história. Os 4 vocalistas, Keith Morris, Ron Reyes, Dez Cadena e Henry Rollins bem como os icónicos musicos que foram sendo despedidos por Greg Ginn representam uma era com que cada pessoa se identifica.

Recriando a tensão e as dificuldades da entrevista do jornalista David Frost ao presidente demissionário Richard Nixon, Frost/Nixon tem acção três anos depois de Watergate.
Frank Langella como Richard Nixon e Michael Sheen como David Frost são ambos fenomenais. O escandâlo de Watergate na reeleição de Nixon está bem documentado, mas o filme traz uma perspectiva humana, sobre a entrevista que ninguém queria financiar, onde Frost fez com que Nixon deixasse cair a máscara impenetrável e reconhece que apesar de presidente, não teve a melhor conduta.


Dirigido por Matthew Santoro, o vídeo para a música 20 minutes/ 40 Years. Nem gostei da música, mas o vídeo é muito bom.


Estes são os primeiros 10 minutos do documentário The Carter.

The Road to Bresson é uma análise da obra do cineasta Robert Bresson, mas também as tribulações dos dois realizadores Holandeses para tentar falar com ele. A admiração que eles nutrem é notável, sendo um documentário interessante, em termos elogiosos, com excertos dos filmes de Robert Bresson. Ele via-se como o melhor relizador, uma atitude que se calhar lhe valia pelos fracassos financeiros que os filmes traziam e a perfeição estética, a pureza, contrasta com o facto de não usar actores profissionais, e é conhecida a monotomia dos seus filmes, bem como a insistência nas repetições. A entrevista que ele lhes concede é breve e ele controla tudo muito bem.
Entre outros, Louis Malle e Andrei Tarkovsky prestam a sua homenagem com palavras respeitosas.

Ser lúcido não é a mesma coisa que ser pessimista.

Ao longo de 5 anos e a partir de 250 horas de filmagens, Hoop Dreams seguiu dois jovens da área de Chicago, que como tantos outros, sonhavam jogar basket profissional, William Gates e Arthur Agee. Apesar dos problemas financeiros, físicos e na família, ambos mantém o sonho, e é interessante ver a evolução deles ao longo dos anos, apesar de desconcertante, pelos problemas que atravessam e por não conseguirem corresponder o desenvolvimento desportivo às notas da escola, essenciais para irem jogar para uma boa universidade. Tem três horas de duração, por isso não é muito apelativo num cinema, mas como documentário vale a pena ver.
Apesar dos sucessos juvenis, nenhum chegou à NBA.

No seguimento de Angst, Henry, Retrato de Um Assassino enquadra-se no mesmo género. Um grande protagonista e violência desmedida com um toque independente. O filme é muito frio, e os assassínios são vistos como uma necessidade de violência sem medidas. Vai ainda de forma mais extrema ao conceito de ultra-violência de Kubrick. As três personagens são soberbas, Henry que matou a mãe com 14 anos, uma ex-dançarina exótica que volta para viver com o irmão, que por sua vez é um ex-presidiário chamado Otis, que aloja um amigo, o tal Henry, que tem um gosto por matar pessoas. Boa pessoa, porque até acaba a defendê-la da pressão psicológica do irmão, mas ao mesmo tempo tem a ideia de a matar. Faz parte do serviço. O prazer doentio de Henry, brilhantemente interpretado por Michael Rooker e baseado num serial killer real culmina numa cena fantástica, em que Henry e Otis matam o empregado da loja de televisões. De John MacNaughton.

Ontem revi dois filmes que não via há bastante tempo. Os Salteadores da Arca Perdida levam Indiana Jones a 1936, na emergência do nazismo, para a habitual mistura de arqueologia e correrias de Harrison Ford. O que muita gente não sabe, é que até a três semanas da rodagem, Indiana Jones seria Tom Selleck.
Apesar do início muito bom, o final chega a ser fraco, o que leva a pensar que juntando-o com o Temple of Doom, talvez ficasse um filme muito bom. Este, que apesar de ter sido lançado três anos depois d'Os Salteadores da Arca Perdida, é uma prequela, só à passagem da hora é que começa a ficar interessante. As cenas iniciais em Shangai, apesar do grande guarda-roupa e produção, de pouco servem ao filme, que só na Indía, no Temple Of Doom fica interessante, com as cenas marcantes, bem como a personagem do Shorty.

Já tinha tido a oportunidade de ver Refused Are Fucking Dead quando foi lançado. O documentário de curta duração baseia-se nos últimos dias da banda Sueca, com imagens recolhidas por volta da altura do último concerto na Virginia. A recriação das cenas que têm já vários anos, é um bocado embaraçosa, mas compreendo que seja um capítulo que eles quiseram assinalar já com alguma distância.
A implosão, o terem chegado mais longe do que alguma vez pensaram e a capacidade de por um fim atestam as personalidades criativas e as filmagens são muito boas mesmo Para além das musicas ao vivo, é mais uma análise da psicologia de um grupo de pessoas que vivem com o mesmo objectivo e que depois se esvai, um episódio que vale a pena partilhar.

Depois dos jogos internacionais, a melhor equipa volta a jogar este Sábado. Já estava na hora. E eu continuo a querer um fato destes, sem saber onde o arranjar.

Quem conseguir ler enquanto faz outras coisas, devia dar uma olhada a esta entrevista. Não percebo se ele tem muita imaginação ou sou eu que vi pouca coisa. Um exemplo:

- Another point of your recent update is that you are traveling through dimensions. How many have you been to and how do they differ from our world?

Too many to even remember unfortunately. I’ve been told I should write a book describing each dimension I can remember but what people don’t understand is, how can I describe these that have no comparison to anything on this earth? How to you describe colors to people that they’ve never seen before? Shades that don’t exist in this realm, how do you explain these things? Time travel is possible in this manner though.

Eu sei que não tenho sido propriamente gentil com os filmes do Martin Scorsese, e isso prende-se em parte ao facto de ser um realizador que admiro, e por isso esperar o melhor dele. Raging Bull, provavelmente o papel pelo qual Robert De Niro irá ser recordado nos obituários, é a carreira de Jake La Motta, um boxeur, estendendo-se à vida pessoal e depois à reforma. Gravado em 1980 e passado em 1964, e por isso a preto e branco, acho que o principal contra desta história é mesmo esse. Se o filme, pela maneira como está filmado, conceptualizado e todos os outros atractivos do filme, tivesse sido feito 30 anos antes, eu julgava-o de outro modo, mas assim, não corresponde à expectativa. Mas não deixa de ser muito bom, principalmente a maneira de filmar os combates.

Graças ao André, pude ir ver um filme que teve a data de estreia há quase um ano, Le Premier Jour Du Reste De Ta Vie de Rémi Bezançon. Não percebi se foi uma sessão especial ou se vão agora tentar expandir o filme para outros mercados, mas apesar dos prémios que já ganhou, parece-me uma opção sensata, pois merece mesmo uma maior divulgação.
A vida de uma família é retratada ao longo dos anos começando com a saída do primeiro filho de casa acabando na fase adulta da filha mais nova. Apesar de ter tantos elementos diferentes, o filme funciona muito bem, com variados elementos como a velhice, os cigarros, a morte do cão, o diário, o vinho, o casamento ou um acidente de carro a serem introduzidos, mas tem tudo um tempo de gestação agradável. É tocante mas não lamechas, é emocionante mas não descuida um trato sério.
A montagem é muito boa, a banda sonora ainda melhor, e com os actores ainda mais interessantes. Muito bom mesmo.

Realizado em 1984, O Lugar do Morto, de António Pedro Vasconcelos é um filme Português. Vamos deixá-lo definido assim. É lamentável que um país que teve António Silva, Vasco Santana, Beatriz Costa, João César Monteiro, entre tantos outros, tenha o cinema entregue a estes imbecis. A evitar, a todo o custo.

As You might already know, my dear ladies and gentlemen, and others individuals too, I am no friend of the modern so-called Black Metal culture. It is a tasteless, low-brow parody of Norwegian so-called Black Metal anno 1991-1992, and if it was up to me it would meet its dishonourable end as soon as possible. However, rather than abandon my own music, only because others have soiled its name by claiming to have something in common with it, I will stick to it. The "black metallers" will probably continue to "get loaded", "get high", and in all other manners too behave like the stereotypical Negro; they will probably continue to get foreign tribal tattoos, dress, walk, talk, look and act like homosexuals, and so forth. Some of the "black metallers", their fans and accomplices will probably even continue to pretend - and actually believe - they have something in common with Burzum, but let me assure You; they don't! I play what can be described as some sort of metal music, all right, and they do too, but the similarities ends there. Freud wrote books. Tolkien wrote books. The similarities ends there.

Why more of Burzum? Well, I am what I am; a musician. Musicians produce music, when they can, and now I can; I am no longer imprisoned by the criminal anti-Norwegian regime in Norway. Will my music be any good? My guess is that if You like Burzum You like Burzum. If You don't You don't. I do try to change all the time, but most of the time I fail, and many appreciate that. Others don't.

The coming album is called "Den Hvite Guden" (The White God) and is a musical and lyrical description of the the White God (alias Apollon, Baldr, Belenus, Belus, Bragi, Byelobog, Jarilo, et cetera) and the annual events of his life. I describe the stories of the myths like they could have been before they were myths, by presenting to You bits and pieces of the sorcery and religion of ancient Europe (more elaborately described in my unpublished book "Trolldom og Religion i Oldtidens Skandinavia" [Sorcery and Religion in Ancient Scandinavia]). It is not intended for play the "low-brow metal" style, but instead I imagine a listener willing to sit down, ideally in solitude, and think for a minute, about the White God and our forebears, whether they were Picto-British, Finnish, Gallic, Greek, Roman, Scandinavian, Scytho-Slavic, Daco-Thrakian or whatever, and about their magnificent, intelligent, positive, beautiful, healthy and strong culture. I try to help You create an image of this with the help of Your own mind, by offering a few clues and guidelines. The album is political only in the way that it offers an alternative to the depravity offered to us by the intrusive popular culture and the commercial entertainment industry - and by modern so-called Black Metal, for that sake.

The début album was intentionally anti-commercial and anti-Death Metal, the "Det Som Engang Var" album was experimental, the "Hvis Lyset Tar Oss" album was intentionally monotonous and ritual, the "Filosofem" album was intentionally different from the others, "Dauði Baldrs" was what I could do from a prison cell, and "Hliðskjálf" too, but they were all music that I liked. "Den Hvite Guden" will be no different in that respect, but I am older now, in fact twice as old as I was when I recorded the début album, and I am therefore different. The new album might differ from the old albums more than some might appreciate, but I hope not. Even if some of You might appreciate the old Burzum, I must be allowed to evolve, just like everybody else. Maybe You will like the new Burzum too. I will not do my best to copy and reproduce my old music, just to please somebody. I never did and I never will. If it sounds similar it is because it is made by the same person. If it sounds different it is because it is not the same music and because I have evolved.

I can add that just like on the other metal albums (with the exception of "Hvis Lyset Tar Oss") "Den Hvite Guden" features some very old Burzum tracks. "Filosofem" featured the "Burzum" track, from 1991, and "Den Hvite Guden" will feature the "Uruk-Hai" track, from 1988-1989, although the title and the lyrics have been changed to fit the new concept. It will also feature the original "Dauði Baldrs" metal track, from 1993. In a sense this album too will not be "new material", but just a collection of previously unpublished tracks; some new, some old. If some think my composing skills have disappeared altogether, then at least there will be some gems for them too.

You can expect to see "The White God" around March-April (anno 2010), when he traditionally returns from the hidden world of shadows.

Respectfully,
Varg Vikernes
(14.11.2009)

Update: Depois de alguma polémica por parte de quem não compreendeu bem as coisas.
When I speak through www.burzum.org I always imagine that I speak only to Burzum fans. If not a Burzum fan, why would You visit this site? Judging from the response to the A Burzum Story: Part X - "The White God", this is not the case. Or maybe it is, in which case I have a whole lot of fans in the media.

When these apparent Burzum fans in the media report the news that Burzum will release another album, the reaction is kind of weird. Most of them have been honourable enough to both print the whole article, or at least most of it, and tell their readers where they got the news from. This is correct and lawful journalism, when dealing with copyrighted material. "Hurray" to You for that.

Apparently my comparing of black metallers with the stereotypical Negro and homosexuals is not taken lightly in "the real world". Because of my thoughtless remarks I am, according to them or their readers, both a vile racist and homophobic, and should ideally be stone to death for being intolerant. Naturally.

The problem is that my remarks aren't really homophobic. What I do is simply point at the obvious facts; some black metallers dress, walk, talk, look and act like stereotypical homosexuals. Both the black metallers in question and the stereotypical homosexuals obviously buy their clothes, their make-up and jewellery from the same "laces & leather" shops. They wear the same clothes, the same make-up and the same jewellery. So they do dress and look like the stereotypical homosexual. End of discussion.

The funny thing is that I never really stated if this was a bad thing or not. Maybe I in fact think dressing and looking "gay" is okay, but perhaps not for black metallers, who think of themselves and try to present themselves as some sort of "dark warriors"? Who can tell? I surely never said anything about that in my article. So, when readers of my words react so strongly it is because they are homophobic: they obviously think that dressing and looking like homosexuals is a bad thing. Maybe they should take a look in the mirror and think for a minute before they start attacking me for being homophobic?

When it comes to the "racist remark" I can only apologize to You all. I obviously live in a different world, where one can discuss ones perception of reality without any fear of harassment; a world of tolerance and respect, a world of intellectual debate and honesty. Some of You apparently don't, so when I speak I must be careful. I must say, though, that if You don't like what I say to my fans on www.burzum.org then please don't read or refer to my articles. It's a free world, and You are free not to read my articles. I want to point out that my so called "racist remark" was actually not intended to be racist or to offend anyone but the black metallers in question, whom I happen to know have indeed some strong views and opinions. It was purely meant to draw attention to how some black metal artists are more and more acting and living a lifestyle like the individuals they at least in private claim to despise.

When it comes to the title of the next album, "The White God", this has nothing to do with "race" or "skin colour" or anything like that. Please stop this nonsense about "The White God" being a racist album. This album is about Baldr, known as "The White God", because he is a solar deity and because he is pale after spending time in the realm of the dead. I don't use the Baldr name because I want to speak to all the different cultures of Europe, and we all happen to have our own name for this deity. The British/Picts/Gaulls called him Belenus, the Greeks called him Apollon, the Romans Apollo, the Scytho-Slavs Byelobog, and so forth, and before that we all called him Belus. However, we all know him as the White God, and therefore I use this as the title for my album.

The next album is a description of a part of our culture that most of us have forgotten all about. I know this interest many of You, or at least many of the Burzum fans (as surely not all the readers of this are Burzum fans). Maybe You should wait and see for Yourselves, before You start "burning books", like some certain ignorant predecessors in history.

Thank You for the attention, and for being able to bring some colour to Your lives.

Respectfully,
Varg Vikernes
(19.11.2009)

Tenho andado a dizer a mim próprio que devia voltar a usar a camera fotográfica para registar as coisas que vou fazendo.
Entre cereais com 20 anos e leite humano, o Steve diz a que sabem as coisas.

Tecnicamente, o filme de Darren Aronofsky chama-se π, mas chamemo-lo Pi, a constante matemática que designa a razão entre o perímetro e o diâmetro de uma circunferência. A obsessão de Max Cohen, um Judeu que quer descobrir a ordem nos números e todo o submundo da busca obsessiva, é auxiliado pelo modo de filmar, que a imagem abaixo demonstra, todo a preto e branco, um mundo binário visto através de números. Há poucos filmes tão excitantes, pondo o espectador no centro da acção com a música e o entrosamento com as imagens, num mundo ilusório, mas incrível. A par com L'Antena uma pérola moderna filmada a preto-e-branco, com algo de thriller e conspiração à mistura.


Jim Stark, acabado de mudar se com os pais, é preso por andar bebedo na rua. O Rebel Without A Cause atribui isso à falta de amigos e à vergonha de ter um pai submisso à mãe. James Dean (Jim Stark) é demasiado velho para fazer de adolescente (o filme estreou um mês depois da morte dele), mas como a fotografia em baixo atesta, já não se fazem galãs assim. E eu tinha de usar a palavra galã.
Farto da inércia do pai e da condescendência da mãe, ele entra numa corrida que acaba com outro rapaz morto e o arrependimento bate-lhe à porta, bem como os amigos deste para o vingarem. Ao mesmo tempo, Platão, um rapaz que vê Dean como ídolo, idolatra-o, enquanto Dean não vê heróis. A passagem de uma história para a outra é bem feita pelo realizador Nicholas Ray, e o filme é mesmo um marco.

Já está no site dos editores a menção ao livro da Supreme, com preço de capa de $50.
No Amazon está o pre-order por £20.

A candidata (eterna a partir de agora?) Sarah Palin dedica o seu novo livro a'os patriotas - que amam os EUA tanto como eu'.
Não vou dizer quão ridículo é o patriotismo Americano. Nem que ela era presidente (e ainda moradora) de uma cidade com 9,000 pessoas (possivelmente o equivalente a poucas ruas do meu bairro), mas posso sempre dizer que o Alaska, apesar de maior que o Texas, Califórnia e Montana juntos, continua a estar numa posição geográfica que tem pouco de "patriota." É que para além da fronteira com o Canadá e os pinguins do Árctico, está mais próximo da Rússia do que dos Estados Unidos.


Um cão velho é atropelado por uma actriz, e sendo demasiado velho para outra pessoa o adoptar, depois do veterinário cuidar dele, a própria fica com ele, o que vem a provar-se útil. Assim começa White Dog, de Sam Fuller, do ano de 1982.
Fica um cão de ataque e começa um drama enfadonho sobre o que o cão é capaz de fazer ou não, do que se pode evitar ou maneiras de prevenir um ataque dele. Não é a história mais excitante de sempre, seguramente. Nem todos temos a excitação do treinador negro que "esteve quase a extrair o mal do interior do cão branco, ao penetrar-lhe na mente, mas por duas vezes falhou."
Depois de matar um negro numa igreja, o cão branco transforma-se então numa experiência para um treinador negro tirar o racismo de dentro de todos os cães brancos. Fascinante. E depois do treinador "conquistar o amor" do cão, para este não procurar um "novo inimigo negro que ainda não o tenha alimentado," abatem o cão a tiro. E poupem-me dos deslizes da "crueza realista para a sugestão simbólica" porque isto é péssimo.

Igualmente mau, exceptuando a banda sonora, mas ainda mais idolatrado é Gato Preto, Gato Branco de Emir Kusturica, ou Crna mačka, beli mačor se quiserem ser Europeístas. Eu nem estou de mau humor (como nunca estou), mas esta sessão de cães e gatos foi mesmo péssima.

O que estava em questão para os Dez de Hollywood não era serem comunistas e escondê-lo, pois eram todos lutadores pela democracia, mas o medo de serem investigados por toda a gente e a vontade de lutar contra o autoritarismo e que lhes fazia uma pergunta a que eles não precisavam de responder. Era um direito civil e pagaram com um ano na prisão por esse episódio triste. É um curto filme publicitário a mostrar a injustiça que se passou e a dar a resposta para o público, na era do Macartismo, conhecida como a caça às bruxas.
Os Dez de Hollywood eram: os realizadores Herbert Biberman e Edward Dmytryk, o produtor Adrian Scott e os argumentistas Lester Cole, Albert Maltz, Samuel Ornitz,, Dalton Trumbo, Ring Lardner Jr., John Howard Lawson e Alvah Bessie.

The September Issue é um documentário que segue os editores da Vogue Americana na preparação para a a maior edição de Setembro de sempre, em 2007. É um bocado lamentável a obediência cega ao que é apenas o gosto pessoal de Anna Wintour, principalmente por parte dos criadores, tão admirados por outras pessoas, mas que se sacrificam 'a opinião de uma pessoa apenas pelo negócio.
No geral, o documentário é filmado de uma maneira pouco apelativa, tendo demasiadas cenas com Grace e muito pouco da produção da revista, e não há nada relativo à produção dos fatos, maquilhagens, textos ou qualquer outra coisa que faça realmente a revista, trata-se tudo do culto de personalidade. No entanto, é curioso ter acesso a este mundo, ainda que se fique com a impressão que foi quase tudo vedado.

The Science of Sleep é a história dos sonhos que Stephane (muito bom Gael García Bernal) produz durante a noite e que tenta realizar na sua Stephane TV. O mundo de fantasia associado aos problemas amorosos reais que ele enfrenta fazem uma combinação engraçada, que ele despacha sempre com alegria, tentando ser lógico quando os que o rodeiam são fantasistas. Não há-de figurar em nenhuma lista de filmes favoritos, mas serve bem o propósito.

Um ano antes de Paths of Glory, em 1956, um tal Stanley Kubrick adaptou um romance de Lionel White intitulado Clean Break, chamando-lhe The Killing ou Um Roubo no Hipódromo em Português. Conseguiu atrair bastante atenção com uma história sobre a posição de cada pessoa à volta de uma corrida de cavalos, as dívidas e dinheiro daí resultante e com um assalto orquestradopor um ex-preso, Johnny Clay, que reúne quatro homens para roubar os lucros de uma corrida no hipódromo.
A estrutura de girar de hora em hora, mostrando o que cada pessoa, desde o bartender até ao apostador, faziam a certa hora é curiosa, repetindo a história de acordo com a perspectiva de cada um dos assaltantes em busca de 2 milhões de doláres.
Não há aqui nem um traço do Kubrick que se iria revelar, no entanto é um filme bastante competente que teria a possibilidade de figurar mais alto numa outra filmografia.
O final, tanto a forma como é filmado como a mensagem, é fantástico.

Um filme do ano passado, The Boy In Striped Pijamas retrata a época contagiante da Segunda Guerra, do lado Alemão (apesar de falado em Inglês). O filho de um soldado que para cumprir dever tem de mudar a família de Berlim para o campo, Bruno ocupa-se a explorar as novas paisagens, ignorando os ensinamentos do professor particular, enquanto filha e o pai se envolvem na luta, mergulhando na luta e no espírito de sacrifício.
A inocência até no título do filme, que é por causa de um rapaz num campo de concentração que Bruno vê numa das explorações é a grande pérola do filme. Ao fazer amizade com o rapaz Judeu, Bruno é ensinado o dever que tem para com a nação em casa, mas aprende o que é a guerra ao conversar com o outro rapaz através da vedação. E que final.

Com todos os toques e trejeitos possíveis dos anos 70, existe um filme chamado Blacula, que como é facilmente decifrável, trata-se de um drácula... urbano... negro. Não é que seja mal realizado, mas é um filme sobre um drácula... urbano... negro, que ao sofrer com a luz do sol, morre de forma inglória, ficando com a pele pastosa, que de seguida se evapora, dando lugar a vermes aos magotes. Há filmes que dificilmente uma pessoa se esquece, e este exemplo de blaxpoitation de 1972 é um exemplo. Não pelos melhores motivos.

Um casal morre num acidente e por isso não tem de se preocupar com nada, apesar de continuarem a ver a vida, inclusive as pessoas que agora ocupam a sua antiga casa. Num mundo agora partilhado com fantasmas, vêem-se rodeados de regras que têm de ler num livro. Beetlejuice promete que consegue livrar-se dos vivos que lhes ocupam a casa e encontram-se então com ele, o que pode ser a solução para o problema deles ao assustar os inquilinos, mas com a sua maneira de ser, revela-se um problema ele próprio. Boa banda sonora do Danny Elfman, mas pena haver apenas cerca de 20 minutos de Beetlejuice, um Michael Keaton notável.