Já tinha aqui falado sobre Ed Wood devido ao filme homónimo realizado por Tim Burton. De 1959, Plan 9 From Outer Space é um dos filmes que mais sobejamente contribuiu para a fama de Edward Wood Jr. como o pior realizador de Hollywood. Este plano para aniquilar os terráqueos é um autêntico caos visto em retrospectiva, ao incidente de onde aparecem os sobreviventes. Não se sabe é bem de quê.
O guião tem uma escrita dramática que fica quase piedosa com a narração e é compreensível a ternura com que se pode ver estes filmes. Exemplo: a primeira aparição do OVNI (que se parece com uma folha de papel de alumínio) é recebida coma maior naturalidade, e quando este se começa a mexer, parece uma tampa de uma panela que ao passar por cima de um carro, é do tamanho de um farol, mas que quando viajam no espaço são do tamanho de um planeta.
A aparição de Vampira é a única coisa que podia transformar este filme em algo de terror. Nem Bela Lugosi consegue salvar a película, porventura, por só três anos depois da morte ter sido incluído nesta, pois as suas imagens foram gravadas para outro filme.
Em que consiste então o plano 9? É uma ideia dos extraterrestres, que para se salvarem a si próprios, tentam ressuscitar os mortos da terra. Como é possível adivinhar, com a revelação dos habitantes das naves (com os beeps de fundo bastante incomodativos), levanta-se outro problema. É isto um filme de vampiros ou um filme de extraterrestres?
É difícil precisar, porque em 10 minutos já apareceram cerca de 6 personagens que parecem ser a principal. Os efeitos sonoros péssimos, o fumo que ora desaparece ou aparece, os cenários medonhos que incluem tumbas de cartão, as mudas de cenário sem motivo aparente, tudo contribui para a curiosa magia com que Wood fazia os seus filmes.