A Wallflower Press com a divisão Short Cuts continua a editar livros muito úteis dedicados ao cinema, indicados para académicos, como para apaixonados do cinema.
O livro dedicado ao Italian Neorealism é escrito por Mark Shiel do King's College da Universidade de Londres. Investiga a fundo os principais títulos deste género que surgiu depois da 2a Guerra, cujas características unificadoras são o transporte da câmera para a rua, para fora dos estúdios, com personagens genuínas em prol de actores conceituados e uma luz natural para envolver o espectador e levá-lo a viver os dramas de perto.
Os principais realizadores, como Roberto Rossellini, Vittorio de Sica, Luchino Visconti e Michelangelo Antonioni são todos analisados ao pormenor, em termos de filmografia e na sua envolvência com o género, do pós-guerra até ao que fizeram com as carreiras nos anos que se seguiram. Tal como o neorealismo, é tudo feito sem grandes montagens ou efeitos, numa história que vale a pena ser lida até por quem nunca viu filmes como Roma, Cidade Aberta ou O Ladrão de Bicicletas. A carga emocional e a objectividade documental estão presentes também nos testemunhos que Shiel cita, felizmente esgotando os paralelismos quando chega à austeridade.

O facto de este blog ter chegado ao seu fim, tratava-se, claro está, de uma mentira de 1 de Abril. Ainda pensei em dizer bem do Câmara Clara, mas já estaria assim, a ir longe de mais.