The General ou o estapafúrdio Pamplinas Maquinista em Português, de 1926, é tanto o ponto alto como o inicio do declínio de Buster Keaton. Ainda que estando pouco para lá dos 30 anos, o seu inicio no vaudeville e no cinema havia sido precoce, e anos depois, com o aparecimento do som, parte da magia desaparecia, limitando-se ele a criar o seu insucesso para os ecrãs durante largos anos.
O filme é uma transposição da imagem de Keaton, elegante e com um humor fisico que não entrega a comédia, envolvendo-a na seriedade da Guerra Civil Americana.
Keaton, a fazer de anti-herói que tem de trabalhar no duro para ser reconhecido, passa por perseguições nos comboios que são insanamente bem preparadas e resultam na perfeição, acaba integrado no exército que o negligenciou, como tenente. Uma dessas cenas, em que o comboio General cai na ponte a arder, bem como a batalha que se segue, dando uma nova dinâmica ao filme, são ouro cinematográfico. (A cena do comboio seria mesmo considerado a mais dispendiosa do cinema mudo e prova que por mais efeitos especiais que se usem, só há uma forma de tirar verdadeiras emoções)
A perfeição estética consagrada neste tratamento de imagem, bem como a banda sonora, os cenários e os actores (convincentes desde Keaton até aos figurinos), são motivos para esta obra fulcral, de um mestre a dominar todas as categorias da arte.
Uma coisa que reparei, é a quantidade de passagens de desenhos animados que são retiradas deste filme.