Por hábito não escrevo aqui sobre exposições, porque já tenho de escrever sobre elas para revistas ou jornais, e acabo por não ter paciência para fazer outro texto. Como estas fui em dia de recreio, ficam aqui umas ideias em tom informal.

Havia mesmo muita gente na Tate para a retrospectiva do Van Dyck. Ele foi um assistente do Peter Paul Rubens (talvez o maior apelo para mim, já que não sou admirador dele), e contemporâneo do nosso Grão Vasco, portanto, do inicio do século XVII. Pintou a Grã-Bretanha, onde já havia ido de passagem, de um tom mais senhorial, majestoso, retratando a nobreza e as famílias abastadas em volta da corte. O elevado ritmo de trabalho e dedicação tornou-o num dos mais requisitados pintores da época e que teve uma grande influência nos anos vindouros. Existem também em exibição alguns estudos do mundo natural, bem como quadros de pintores precedentes e directamente influenciados por Van Dyck.
A Altermodern é, quase toda, de evitar. Tinha ficado bastante desapontado se tivesse de pagar para ver aquilo, no entanto a salinha dedicada ao pintores rurais dos séculos XVIII e XIX é uma interessante montra naive, e quase que se desculpa o facto de a galeria Turner estar quase vazia, enquanto os quadros estão em exposições na Russia e China.