E para completar os Quatro Primeiros Filmes de João César Monteiro, Fragmentos de um Filme-Esmola tem claros problemas de narrativa, como a existência de três montagens diferentes confirma. Se a cena da laranja encanta, a longa cena de choro, apenas pode ser entendido como um capricho, ainda por cima depois do inicio prometedor com a ternura e cumplicidade do pai e da filha numa cena enorme sem intromissões.
Existe sempre aquela agressividade e o elemento destabilizador, como por exemplo na máscara de porco e o diálogo que aumenta de tom na sala, enquanto a mãe tenta acalmar a situação. Muito bom mesmo.
A preto e branco, contestatário, Que Farei Eu Com Esta Espada é perturbante, com a sucessiva troca de imagens, uma aparição do Nosferatu no Terreiro do Paço com navios de guerra ao lado e a estupidez dos trabalhadores da NATO em destaque. É crú e resvala para o documentário de época, sendo apenas uma curiosidade e não uma obra de cinema pleno.

E dado o dia, previsível tudo o que se passou nos Oscars, talvez tirando Sean Penn. Não é que houvesse melhor, com o que há, ficaram as contas bem divididas. Para quem, como eu não pode ver em directo, o Homem Que Sabia Demasiado fez uma boa recolha dos momentos que podem ver no youtube.

Apenas uma nota final para um documentário, Snuff. Fala sobre os homicidios em filmes e em como são realistas, usa Cannibal Holocaust e Faces of Death como exemplo, mas depois acaba por falar muito em casos reais de pedofilia e afins, perde todo o interesse e torna-se doentia.