Adaptado a partir de uma história de Scott Fitzgerald, The Curious Case of Benjamin Button podia ter sido um bom filme. Se quanto a Brad Pitt (perdoe-se-lhe o sotaque) e principalmente Taraji P. Henson (a negra que se torna mãe adoptiva) não há criticas, os problemas com que o filme se depara seriam evitáveis no papel. É excessivamente longo, quase três horas de duração, e parece que a partir da primeira hora se esquecem do cenário, deixa de haver qualquer envolvência. Cate Blanchett tem a sua parte contada em velocidade de cruzeiro.
A história tinha potencial, um homem retrocede a evolução ao longo de 70 anos de vida, nascendo na América Sulista e desaparecendo numa sociedade mais próxima que a nossa, deixando uma filha pelo caminho. O papel dessa filha como narradora é estupidamente previsivel, quase ofensivo para uma audiência que busca mais, mas nem assim equiparável ao desafio que é compreender uma cadavérica Blanchett na cama, cujos suspiros ocupam cerca de 20 minutos de filme. Com uma sonorização bastante boa, custa a compreender como é que ninguém se apercebeu que aquela cena não funcionava, quanto mais fazer voltar a ela dez vezes. Uma adição inconcebível, pois no original de Fitzgerald, obviamente que não existem menções a New Orleans nem ao furacão Katrina que se prepara para devastar o hospital onde ela se encontra.