Quinhentas páginas de humor deviam dar uma dor de barriga terrível, mas o humor aqui contido deve ser daquele subgénero "inteligente", que eu, por ser limitado, não compreendo.
O principal defeito a apontar é mesmo ao assunto. Antologia do Humor Português, subtítulo "Mas só o que saiu em livro e mesmo assim há uns que, se calhar, não deviam estar e outros que não estão e deviam estar. É como em tudo. 1969/2009 Mais ou menos. Enfim, 18 de Abril de 2008, até à hora do almoço, o mais tardar", erradica muito do melhor humor ao começar apenas em 1969. É a escola do cinema a ir toda por aí abaixo (se aqui se retratam fenómenos televisivos, também era justificativo incluir-se a sétima arte, não fossem os anos redutores).
Para além das pérolas perdidas, há um aproximar a Luiz Pacheco e João César Monteiro. Amen.
Cada autor aparece com uma pequena biografia e depois um exemplo do seu "humor", cabendo uma nota à decisão editorial de dar uma página a uns e dez a outros.
No primeiro capitulo muito pouco se aproveita e os excertos apresentados são apenas tiradas de conteúdo politico ou de reprimidos sexuais. Na falta disso, apoliticos e promíscuos vários.
A segunda é ainda mais esquisita. Enaltecem-se alguns blogs (maus), e encontram-se nos organizadores Nuno Artur Silva e Inês Fonseca Santos, os únicos admiradores do Inimigo Público.
Ao menos deu para descobrir José Sesinando, hilariante. Pacheco e Monteiro, ámen mais uma vez.