Escrito com o coração, mas não com a cabeça de Roth que é capaz de encadeamentos lógícos aqui descurados em prol de manifestações de afecto e exercicios de memória, Património é ainda assim uma obra avassaladora. Gélida, sobretudo no final, relata a história do seu pai Herman Roth, desde que lhe é descoberto um tumor, rebobinando até 'as raizes do Judaismo na América. A partir de certo momento, é possível ver que este livro não é uma catárse, mas está a ser escrito consoante o passar dos dias, em tempo real, com as quedas e regressos 'a pista de Herman. Percebe-se assim o abrupto final, cerca de dez páginas apenas, que passam desde o dia que ele morre e são escritos em retrospectiva.