Este Borges Oral, constituido por cinco conferências de temas que se relacionam com a sua intimidade, como o próprio diz, retrata Jorge Luís Borges já cego, dando a importância devida 'a palavra oral, indo desde os três livros sagrados, atribuidos ao Espírito Santo e não a uma só pessoa, até Pitágoras e Sócrates.
Divaga também sobre o conforto que os livros proporcionam, bem como a forma mutável em que se vêm apresentando ao longo dos tempos.
Borges nutre uma admiração por Emanuel Swedenborg, e por isso dedica-lhe uma das conferências. Um Sueco do século XVIII que veio a morrer em Londres, com quase cem anos, na corte de Carlos XII. Filho de um bispo luterano, no entanto não acredita na salvação pela graça, e estabelece o argumento que Borges discute na conferência anterior, dedicada 'a imortalidade, em que o autor, a salvação, é feita pelas obras. Borges refere que um escritor só deve ser analisado depois de morto, e que os leitores fazem o livro, tudo o que aconteceu ao longo dos anos, confere ao livro uma carga que o escritor não inscreve. Ao discutir textos Gregos clássicos da questão da imortalidade, bem como do Renascimento, Borges chega 'a conclusão que existe uma imortalidade cósmica, onde os nossos actos e obra ficam.
O mais fraco será o dedicado ao conto policial, onde exalta Edgar Allen Poe e fala sobre os talentos que despontaram de Massachusetts. Acaba com uma interessante introdução 'a questão do tempo, onde demonstra uma ligeira análise a um tema que se encontra em voga.