Esta produção de Clint Eastwood e Steven Spielberg, divide o evento da batalha da ilha Japonesa de Iwo Jima, pela perspectiva das duas frentes, durante os quarenta dias que a carnificia durou.
A visão Americana (As Bandeiras dos Nossos Pais), é também uma versão Americana, muitas explosões, a mentira que envolve os três "heróis" que nem em si acreditam, a mediatização da guerra que rouba espaço aos verdadeiros heróis.
O lado Japonês (Cartas de Iwo Jima), imperial mas também mais comedido sem descurar a passionalidade. A dualidade dos sentimentos estende-se também ao respeito pelos superiores e a constante quebra de regras, numa situação de clara desvantagem numérica, num exército dividido e que vê o seu território assaltado. Nos túneis joga-se não só o destino duma ilha que acarreta um império, mas também a honra, e essa extravasa as fronteiras. Ao contrário de As Bandeiras dos Nossos Pais, aqui há figuras de proa e papéis de destaque, talvez por isso este filme tivesse tido mais reconhecimento em termos de prémios.
Ambos os filmes são muito emocionais, e ao mostrar que numa guerra tudo depende da perspectiva, que quase sempre é alimentado pela ignorância, para desumanizar o inimigo e diabolizá-lo, quando no entanto existem famílias 'a espera de ambos os lados.