Portugal em livro, quarenta e quatro poemas escritos ao longo de vinte e um anos, retratam os orgulhos e as incertezas Portuguesas. Unica obra publicada em vida, Pessoa lança aqui um olhar ao passado, desviando o olhar do futuro. Usa-se antes as suas palavras:

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer -
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...