Uma miríade de soberbas interpretações coladas por Paul Thomas Anderson, que escreve o argumento e realiza, numa obra que segue as vinte e quatro horas de dez personagens singulares, que anseiam por fazer o melhor para si. Os ângulos de câmara aliados a uma fotografia belíssima fazem desta intriga uma experiência quase Lynchiana.
Todos desabrocharam com invulgar genialidade, mas a sua decadência é relatada ao longo dia. A tonalidade sobe e com as luzes intensamente centradas na vida recatada, fora dos focos de luz, o ridículo é exposto. Perante a impossibilidade de igualar as expectativas dos semelhantes, toda a perfeição se esvai.
No fim, unidos pela solidão, cantam a dor. Há coincidências, mas os impossíveis acontecem.



Por fim, revi o Scratch do Doug Pray pela milionésima vez. A penúltima revisão já foi 'a largos anos, mas continua fantástico. Foi um documentário fundamental no meu crescimento, pois demonstrou-me que o facto de eu passar os dias e noites no meu sótão com discos não era assim tão anormal como isso. E mostrou-me o Dj Shadow, que apenas mudou a minha visão de musica (ou adição).