Titulo do filme de 2001 de Aleksandr Sokurov.

É melhor que o Vaticano, é São Petersburgo, diz o fantasma.

O melhor cartão postal de uma Rússia moderna, a espelhar as glórias Czaristas e o seu imperialismo. Rodado numa só cena, com a câmera em gravação continua durante todas as deambulações, A Arca Russa é uma visita guiada pelo museu Hermitage, que se afasta e recolhe nos visitantes colhidos pela objectiva, intrigando-se com as colecções expostas ao longo dos corredores, escadarias e salas.

Ora tentando fazer-se notar, ora evitando, por saber que não são seus os problemas o narrador faz uma busca pelos motivos, analítica e com opinião, opinando.
Por escadas de emergência, imergidas no breu ora por salões palaceais reluzentes, deambula numa época "de génios e de boas maneiras."
Parte revisitação histórica, parte recriação da actualidade com um olhar saudosista, é filmado na antevéspera do natal de 2001, com uma desmesurada infantilidade na crítica histórica, com um painél sumptuoso de cores e luzes.
Mais de 3000 figurantes, ensaiado durante três meses e gravado num só dia, é duma magnitude soberba.

Uma profusão de vozes que discutem nacionalismo e Wagner. Um importunismo insolente nas observações contrabalanceada com momentos de silêncio de suster/cortar a respiração.

Como pode saber o que são os homens sem conhecer a história dos santos?